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22/03/2007 - 19h17
Carlos Casagrande conta como conseguiu o papel do gay Rodrigo de "Paraíso Tropical"

Do PopTevê

Luiza Dantas/CZN

Carlos Casagrande interpreta o gay Rodrigo em Paraíso Tropical

Carlos Casagrande interpreta o gay Rodrigo em Paraíso Tropical

Em 1999, Carlos Casagrande participou do teste para viver o protagonista Matteo em "Terra Nostra". Mas ele "travou" durante a cena de avaliação e saiu de lá certo de que não ganharia o personagem, que acabou nas mãos de Thiago Lacerda. "Eu não estava pronto. Hoje comemoro o fato de não ter passado", garante.

Por aí, dá para perceber que o ator de 38 anos, que interpreta o personagem Rodrigo em "Paraíso Tropical", usa a paciência a seu favor. E é a ela que ele credita sua trajetória profissional e a chance de interpretar um homossexual na trama de Gilberto Braga. "Não tive uma carreira meteórica e isso é muito bom. Conquistei espaço aos poucos. Pude errar sem ser criticado e hoje me sinto preparado", argumenta.

Na história, Carlos é Rodrigo, assistente do presidente do grupo Cavalcanti, Antenor, vivido por Tony Ramos. Competente, Rodrigo vive consertando as "grosserias" do patrão porque o milionário não é lá muito "fino". O personagem mora com Tiago, intepretado por Sergio Abreu. O casal --lindíssimos, por sinal-- vive junto, trabalha na mesma empresa e seu relacionamento gay é bem aceito por todos. "A homossexualidade é um assunto recorrente em novelas, e tem de ser, porque os gays estão em todo lugar", afirma. Casagrande também revela que não está previsto qualquer beijo entre eles.

Como se preparou para viver um gay sem cair no estereótipo?
Carlos Casagrande - A primeira coisa que o Gilberto nos passou é que, em relação a trejeitos, eles não dão pista de que são gays. Fiz um trabalho de corpo para que ele não seja do tipo afetado, mas tenha uma espécie de "relaxamento". Como não é uma coisa comentada entre os personagens, nem entre eles, sua condição sexual só fica clara em situações de cena, como ele chegando em casa, trocando de roupa na frente do outro, os dois conversando na mesma cama, enfim, coisas que dão a entender que eles vivem juntos. Esse é o diferencial.

Por ter começado como modelo, você já sentiu algum tipo de preconceito no meio da interpretação?
CC - Nunca. Mas acho também que isso se deve ao fato da minha carreira ter começado aos poucos, eu galguei tudo sem pressa. Comecei em "Malhação", que todo mundo sabe que é uma escola de atores iniciantes. Fiz "Andando nas Nuvens" e "Chiquinha Gonzaga" na Globo e, em seguida, fui para a Record que, na época, ainda não tinha muita audiência. Fiz duas novelas lá e fui para o SBT fazer "Marisol", que também não tinha lá um grande público. Isso me permitiu errar sem ser criticado. Hoje sei que é diferente. Se eu erro, não perdoam. Mas agora me sinto preparado para interpretar qualquer tipo de personagem.

Que tipos de personagem você gostaria de interpretar?
CC - Sou sempre lembrado como o galã, porque sempre fiz homens do bem na TV. A exceção é "Malhação", onde meu personagem começou como mocinho e terminou como vilão. Mas tive a chance de fazer um policial corrupto em um programa de uma TV independente. Gostei muito da experiência. Talvez fazer um personagem voltado para esse lado seja interessante. Mas não peço nada no momento. Estou muito satisfeito com a novela e com meu personagem.

Agora, numa novela das oito, a exposição é maior. Como você lida com isso?
CC - Quando você cai de pára-quedas em um lugar todos te chamam de Deus e você acredita. Por isso muitos se deslumbram. Mas como não foi assim comigo, lido muito bem. Sei que sou uma pessoa pública, então não vou pirar na rua. Se tiver de pirar, piro em casa.

(por Fabíola Tavernard)



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