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21/09/2006 - 21h35
Série que acendeu debate sobre poligamia nos EUA estréia no Brasil

MARINA CAMPOS MELLO
Da Redação

Divulgação

Barb, Nicki e Margene, as três mulheres de Bill Henrickson

Barb, Nicki e Margene, as três mulheres de Bill Henrickson

Quando a HBO lançou a série "Big Love" nos Estados Unidos, em março deste ano, tocou em um assunto que a América procura esconder: a prática da poligamia. A série que estréia no Brasil em 1º de outubro tem como protagonista Bill Henrickson (Bill Paxton). Bill seria um típico cidadão dos subúrbios americanos, não fosse ele casado com três (!) mulheres.

Nos Estados Unidos, a série ganhou manchetes e mobilizou grupos pró e contra poligamia, conservadores e feministas. A prática, geralmente associada ao islã ou a civilizações antigas, está enraizada no coração dos EUA até os dias de hoje. O costume dos casamentos múltiplos foi difundido pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias --o nome oficial da Igreja Mórmon--, fundada por Joseph Smith no século 19.

Os mórmons, contudo, baniram a poligamia de seus preceitos em 1890 e, hoje, excomungam os seguidores que aderem à prática. Os casamentos múltiplos também foram proibidos pela Constituição de Utah. Mas a HBO, ao situar a história de Bill em Salt Lake City (capital de Utah e sede da Igreja Mórmon), acabou provocando os mórmons, que se opuseram fortemente à série.

Estereótipos

"Há muito tempo a Igreja está preocupada com a continuação da prática ilegal da poligamia e, em particular, com relatos de abusos de mulher e crianças que emanam das comunidades de polígamos. Será lamentável se esse programa, ao fazer da poligamia objeto de entretenimento, minimizar a seriedade do problema.", dizia uma nota dirigida à imprensa na época da estréia do programa.

"Ao situar o seriado em Salt Lake City, sede internacional da Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias, é o suficiente para borrar a linha entre a Igreja moderna e o assunto do programa e reforçar estereótipos velhos e ultrapassados", completava.

Em meio à polêmica, os líderes religiosos negociaram com a HBO a inserção de uma mensagem ao final do primeiro episódio que menciona que a série não se refere aos mórmons. Mas o fato é que é inevitável fazer a conexão entre os personagens e a Igreja.

Dissidentes mórmons fundamentalistas ainda mantêm a prática, pois crêem que a única maneira de ascender ao paraíso é viver com no mínimo três mulheres. E, de acordo com informações do Estado de Utah, há hoje cerca de 40 mil pessoas vivendo em famílias poligâmicas no Estado. E não são apenas os homens que defendem a prática.

Elizabeth Joseph é uma jornalista e advogada que vive em Big Lake, em Utah, e considera a poligamia o "estilo de vida feminista definitivo". Elizabeth é casada há 23 anos com um homem que tem oito esposas. E se sente livre por poder partilhar suas responsabilidades conjugais e familiares com as outras mulheres. Assim pode se dedicar a suas atividades profissionais sem maiores preocupações.

Mas é certo que não são todas as mulheres que passam pela experiência que pensam do mesmo modo. Vicky Prunty abandonou um casamento poligâmico e formou um grupo que luta contra a prática. Em entrevista ao ABC News Primetime, Vick conta que seu casamento era muito parecido com o de "Big Love", mas seu marido "não tomava Viagra". Deixando as brincadeiras de lado, Vicky diz que se sentiu confusa em relação à série. "O programa poderá chamar atenção para a questão da poligamia, mas também poderá minimizar sérios problemas por causa do tom de comédia", diz.

Segunda Temporada

Apesar de todo o debate, a série foi bem sucedida nos EUA. Após os 12 capítulos da primeira temporada, a HBO já anunciou a sua segunda leva de episódios, que começariam a ser gravados em agosto deste ano. A segunda temporada deve ir ao ar em setembro de 2007.

No Brasil, "Big Love" não deve gerar tanta discussão. A poligamia não é um tema que se debate no país. E os brasileiros não se mostraram tão resistentes à idéia quando foi exibido o filme "Eu, Tu, Eles", em que a personagem de Regina Casé vive com três maridos. O fato de ser exibida em um canal de TV por assinatura também pode diminuir a eventual repercussão do programa.

Discussões à parte, "Big Love" deve ser encarada como entretenimento e dos bons. O esforço de Bill para administrar suas três casas e satisfazer --afetiva, financeira e sexualmente - suas três mulheres rende ótimas situações. Outro ponto forte da série é a tentativa das mulheres de manter uma relação harmoniosa, com organização quase empresarial das tarefas domésticas, finanças e horários.

Necessário mencionar que grande parte do sucesso de "Big Love" se deve às interpretações femininas. Jeanne Tripplehorne, Chloë Sevigny e Ginnifer Goodwin constroem com maestria as diferentes personalidades de Barb, Nicki e Margene. Se em um primeiro momento não se compreende a razão que leva aquelas mulheres a viver em poligamia, logo se começa a perceber que tipo de necessidade é suprida por aquele casamento.

"Big Love" ainda tem sua porção de mistério. Após anos, Bill volta a rever a família --estes sim polígamos de uma seita radical que vivem em uma comunidade isolada na zona rural de Utah--, quando seu pai fica doente. Quando leva o pai ao hospital contra a vontade da mãe, que quer manter discrição sobre a comunidade, Bill descobre que ele está sendo envenenado com arsênico. E quem está por trás da tentativa de assassinato torna-se o fio condutor da história.

BIG LOVE

Onde: HBO
Quando: aos domingos, às 23h, a partir de 01/10
Horário Alternativo: às terças, às 21h


(com informações da BBC)

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