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30/12/2005 - 14h50
Wagner Moura diz que não pode fazer um JK baixo-astral; leia entrevista

CAROLINA MARQUES
Do PopTevê


Ao assistir pela primeira vez às cenas gravadas de "JK", Wagner Moura deixa fluir a emoção. Sentado no amplo salão de conferências do Memorial JK, em Brasília, ele chora copiosamente ao ver os fragmentos da história de Juscelino Kubitschek retratados na tela, num estranho misto de euforia e nostalgia de uma época que não viveu.

Com 29 anos, Wagner vai interpretar essa figura emblemática da história recente do país enquanto jovem. Depois passa a faixa para José Wilker, que viverá o Juscelino da última fase. "Acho que sou privilegiado em fazer este trabalho. Sinto prazer, é uma coisa diferente na minha vida", deslumbra-se.

Na verdade, Wagner Moura vive uma série de experiências novas. Nunca fez um personagem de época, jamais interpretou alguém que já existiu e tampouco atuou em uma minissérie. A proposta chegou quando ele ainda estava gravando sua primeira novela, na pele de Gustavo de "A Lua Me Disse", via Dennis Carvalho, diretor de núcleo de "JK". Desde então, Wagner respira a história do mineiro de Diamantina. "Fiz um estudo da vida dele e depois, conseqüentemente, da época em que ele viveu. Quando a gente começou a gravar, eu já tinha uma bagagem", conta.

Além da intensa pesquisa que fez, Wagner é acompanhado o tempo todo por uma fonoaudióloga, que orienta o moço na hora de falar. Baiano de "erres e esses" arrastados, Wagner está se policiando para falar como bom mineiro. "Soa estranho no começo, mas é necessário manter a coisa crível. É a eloqüência que a época pedia, mais formal", argumenta.

Para ele, a maior dificuldade em interpretar Juscelino está justamente na personalidade pulsante do presidente. "Ele era muito vibrante, cheio de luz, cativava e seduzia as pessoas. Um magnetismo. E isso não se conquista. Ou você tem ou não. Essa tem sido minha briga constante", confessa. Leia a seguir uma entrevista com o ator:

De tudo o que você pesquisou, estudou, conheceu, o que mais chamou atenção em Juscelino?
Wagner Moura - O que me chama a atenção é o idealismo. A gente está muito descrente. Nasci na época da ditadura, o povo não podia falar nada. Minha geração não acredita em muitas coisas. Vivemos o final das utopias, a queda do muro de Berlim. É uma geração descrente. E na época em que ele viveu, muito por conta da energia dele, as pessoas tinham fé, acreditavam mesmo que algo podia ser mudado. Um cara da minha idade acreditava que trabalhando tudo podia ser diferente. E hoje em dia, o futuro é agora, o final é o caminho. A gente acha que se estiver bem no dia seguinte já é uma conquista.

Você acha que a minissérie pode influenciar positivamente os telespectadores, que como você sentem essa desesperança?
WM - Acho que passamos por um momento difícil demais para botar mais lenha na fogueira. O bacana vai ser mostrar para as pessoas mais jovens que houve um período da nossa história em que havia crença, que a gente achava que as coisas dariam certo, as pessoas acreditavam no Brasil como país do futuro, independentemente do governo. É uma situação que tem a ver com conjuntura internacional. O cara que manda no mundo é um careta, um reacionário. Eu vejo o mundo caminhando para direita, para o conservadorismo, para o retrocesso. E nem só político. É retrocesso humano. Acho bom mostrar que no passado, há 40 anos estávamos lutando contra isso. Acho que não vai mudar nada a minissérie estando no ar. Mas é importante saber que houve uma época de esperança.

Você disse que o ritmo de gravações é intenso. Como se defende dessa carga extra de trabalho?
WM - Começou devagar, quase cinematográfico o ritmo. Agora está uma loucura. Imagina isso para um baiano... Estou tomando vitaminas, dormindo mais cedo. Guardando pique, energia, pois não posso fazer um Juscelino baixo-astral. Não combinaria. Depois dessa maratona quero férias. Pode aparecer a proposta que for (ri). Já não sou contratado da emissora para não ser obrigado a fazer nada do que eu não queira.



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