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29/09/2005 - 20h00
Fernanda Lima fala sobre a estréia como atriz: "estou dando a cara a tapa"

ELLEN SOARES
Especial para o UOL, do Rio de Janeiro


Fernanda Lima estréia em novelas na próxima segunda-feira (3), na pele de uma protagonista -uma incrível façanha para uma atriz iniciante. Ela, que já conquistou espaço como modelo e apresentadora de TV, agora envereda pela dramaturgia, trilhando o caminho ambicionado pela maioria das ex-modelos.

De peito aberto e sem temer críticas, Lima se diz totalmente seduzida pela personagem Diana Bullock da novela "Bang Bang". "Ela me encantou tanto que tornou irresistível o desafio de representá-la. Depois que li o primeiro capítulo me apaixonei, porque Diana é simplesmente deliciosa", revelou.

A bela mocinha de Mário Prata (autor da trama), no entanto, tem exigido muito preparo físico da jovem atriz. Para encarnar a destemida Diana, Fernanda Lima fez aulas de kung fu e encarou arriscadas cavalgadas no lombo de cavalos chucros no deserto do Atacama (Chile).

Durante a coletiva de lançamento da novela, realizada na semana passada no Projac (central de estúdios da TV Globo, no Rio de Janeiro), a ex-apresentadora da MTV declarou que não gosta de fazer planos, falou do feliz momento que atravessa e disse que ainda está indecisa se pretende seguir a carreira de atriz. "Não posso entrar em qualquer projeto de cabeça, sem saber se sou capaz ou não. Tenho de fazer o que for do meu tamanho, sem querer ir além do que posso".

Leia a seguir os melhores momentos da entrevista:

UOL - De quem partiu o convite para atuar em "Bang Bang"?
Fernanda Lima - Logo depois que saí do programa "Vídeo Game", voltei à emissora (Globo) para conhecer e conversar como o Mário Lúcio Vaz (diretor geral) e ele acenou a possibilidade de eu participar de uma novela. A princípio eu disse que não me sentia preparada para isso. Mas hoje, estando aqui nesse momento, às vésperas da estréia, vejo que por medo e insegurança a gente muitas vezes recusa coisas na vida que valem a pena serem vividas.

UOL - E o que te levou aceitar esse papel?
FL - A novela em si: o Mário Prata (autor) que é um escritor incrível e, principalmente, a personagem (Diana Bullock) que é maravilhosa.

UOL - Por falar nela, como é a Diana Bullock?
FL - É uma personagem fantástica. Temperamental, briguenta, que luta, empurra e anda muito a cavalo. Mas acho que ainda vou ter de fazer muita coisa. A gente está só no começo.

UOL - Você que nunca tinha trabalhado como atriz, como preparou a personagem? Qual foi o processo?
FL - A gente teve muito pouco tempo para isso. Em junho conversei com o Ricardo Waddington (diretor da novela) e com o José Luís Villamarin (diretor geral) eles me deram um capítulo para ler. Quinze dias depois eu já estava fazendo um workshop, onde vivenciamos um pouco do ambiente onde iríamos atuar. Conheci o elenco, andei a cavalo, treinei kung fu...

UOL - E qual é a parte mais difícil desta preparação?
FL - O mais difícil de tudo é incorporar a personagem. Dar vida ao que o autor escreve, não sendo uma atriz preparada. Busquei lá no meu âmago o que eu pudesse ter de verdade dentro de mim e trouxe pra fora com toda a coragem para essa composição.

UOL - Houve alguma mudança física para a personagem?
FL - Só o great lenghts (alongamento das mechas). Foi legal porque a gente se acha bonita e diferente. Mas, olha, dá um trabalho... Ainda mais nessa novela, porque a Diana tem um cabelo selvagem. Quando chego pra gravar, as cabeleireiras desfiam, amassam e jogam meu cabelo de um lado para o outro para ficar mais armado. E, quando vou embora, quem tem de desembaraçar debaixo do chuveiro sou eu. Vez ou outra quando vou pentear cai uma mecha.

UOL - Você teme alguma coisa depois que a novela estrear? Críticas, por exemplo?
FL - Não, as críticas virão. O resultado pode ser bom, ruim, até horrível, mas estou fazendo o possível para ajustar muito bem o meu trabalho: não ser "over" e também não ser mínima. Estou tentando pegar um caminho natural onde eu possa me expressar como a Diana, de forma que fique sutil e agrade as pessoas. Estou dando a cara a tapa.

UOL - Depois de alguns capítulos gravados, como você encara sua participação em "Bang Bang"?
FL - É uma novela do Mário Prata, um cara que eu admiro, que escreve muito bem. Uma sátira que fala de um universo totalmente distante do nosso. Mas, ao mesmo tempo, está ligada a nossa realidade. A gente está falando do que está vivendo de uma forma fantasiosa.

UOL - Você se inspirou em alguém ou em alguma personagem famosa?
FL - Para compor a Diana, exatamente, não. Óbvio que sou uma super telespectadora: vejo muito cinema, televisão e acabo me inspirando no trabalho de atores e atrizes brasileiras. Por exemplo, o Mauro Mendonça (que faz o meu pai na novela) é o cara: fez 59 novelas, não sei quantos filmes, teatro, nada melhor que estar ao lado de pessoas como ele para aprender.

UOL - Qual é o peso de estrear em novela como protagonista?
FL - Começo a ver que a situação tem um peso maior em relação aos trabalhos que já fiz até hoje. Vou aparecer muito mais e é uma rotina totalmente nova. O meu trabalho agora é ser a Diana e não a Fernanda.

UOL - Está gostando de ser outra pessoa a maior parte do tempo?
FL - Isso pra mim é uma novidade muito interessante, porque às vezes é bom a gente poder ser outra pessoa. Acho que a grande mágica dos atores é essa: poder se transformar numa outra pessoa e emprestar características próprias ao personagem.

UOL - Você já sabia andar a cavalo?
FL - Sabia. Quando eu era criança andei muito nos pampas gaúchos e graças a Deus não esqueci --acho que é como andar de bicicleta. Quando chegamos no Chile acabei pegando uns cavalos broncos, uns pangarezões que me fizeram sofrer. E acho que só não caí porque não me esqueci como cavalgar: a parte interna da coxa deve sempre ficar colada ao cavalo. Algumas vezes, quando o cavalo disparava, achei que fosse cair.

UOL - Além dos cavalos quais foram as dificuldades no Chile (Deserto do Atacama)?
FL - Dificuldades imensas: adaptação ao lugar e ao clima. Mas ao mesmo tempo foi maravilhoso, principalmente pra mim porque serviu de inspiração. Gosto muito de trabalhar. Trabalhando sou um monstro: tenho uma força enorme para levantar todos os dias e dar o melhor de mim.

UOL - Como faz para neutralizar o forte sotaque gaúcho?
FL - Fiz umas quatro aulas com uma fonoaudióloga, o que considero muito pouco. Só não fiz mais porque não tive tempo. Mas, tenho falado diariamente com a fonoaudióloga. Na hora de gravar, consigo neutralizar muito -sem pensar- porque sei que não posso falhar. Senão vira uma palhaçada! Mesmo como apresentadora eu já cortava um pouco, porque quem é gaúcho sabe que se a gente for falar gaúcho mesmo é muito mais exagerado -quase insuportável para o resto do Brasil.

UOL - O que tem trabalhado em relação ao sotaque?
FL - Os diretores não têm se queixado muito. O gaúcho quando fala deixa uma reticência, a gente nunca termina a frase exatamente. Isso eles me chamam muito a atenção, quando vou acabar uma frase. Ainda tenho uma certa dificuldade nisso.

UOL - Existe muita diferença entre as cenas gravadas no Chile e as cenas gravadas no estúdio e na cidade cenográfica?
FL - Mudou bastante, porque minhas cenas no deserto eram mais exaustivas, de lutas e cavalgadas. Agora no estúdio já é outra história, tem de ter certa delicadeza na maneira de falar e me movimentar, mais sutileza.

UOL - Onde é mais difícil atuar: em estúdio ou externa?
FL - Pra mim é mais difícil em estúdio, porque sou uma pessoa externa, da rua e dos lugares diferentes. Então, ter viajado pra mim já foi muito legal porque o espírito já se encontra. No estúdio já tem aquela coisa enclausurada, menos gente e silencio total. A parte técnica é muito mais simples e tudo funciona mais rápido.

UOL - Como tem sido seu relacionamento com a direção?
FL - Está ótimo, eles não estão reclamando de mim, tenho repetido poucas cenas. É claro que a gente tem de achar o tom, então, às vezes, eles me param pra gente acertar. Mas está sendo ótimo, nenhum embate.

UOL - Como está sendo o dia-a-dia com os colegas de trabalho?
FL - Os colegas são excepcionais. Acho que o elenco foi muito bem escolhido, nem todos são atores: têm músicos e pessoas que voltaram a televisão depois de muitos anos. Acho que está todo mundo no mesmo barco, e acho que até a coisa engrenar todo mundo passa pelo seu momento de insegurança: será que estou fazendo certo, será que é assim, será que está legal? É normal esse processo.

UOL - O que você tem da Diana?
FL - Tenho um temperamento parecido com o dela que é bem durona, forte e despachada. Ela luta, tem uma forte expressão corporal e eu sempre fiz muito esporte, dança, ginástica olímpica e sempre gostei de trabalhar o corpo. Então, aproveitei muito disso pra Diana. E também a forma como ela lida com os sentimentos dela é um pouco a minha forma. A transformação de uma menina para uma mulher. A personagem está nesse momento.

UOL - A Fernanda Lima também passa por essa transformação?
FL - Acho que sim... um pouco. Mas, estou um pouquinho além dela (Diana), que ainda não descobriu o amor e tem uma certa dificuldade de lidar com as pessoas (em alguns aspectos).

UOL - Gosta de ouvir a opinião do ator Rodrigo Hilbert (namorado) sobre seu trabalho?
FL - A gente conversa sim, mas, converso com todo o mundo. Até com o carinha do bar, a moça que vende churrasquinho lá na Lapa, todo mundo acaba trocando uma idéia sobre o trabalho. Porque as pessoas que não fazem assistem. E quem assiste é muito crítico, então é melhor conversar com quem não é ator. Na verdade, os atores te ajudam nas gravações, na vivência do dia-a-dia, a gente conhece os macetes de cada um e aprende como trabalham, decoram e isso é uma grande escola.

UOL - Algum cuidado com a alimentação?
FL - Há três anos virei vegetariana. Um ano e meio depois voltei a comer carne e parei de novo. Já comi muito churrasco, gosto, mas não estou comendo. Há muito tempo paro e volto. Hoje como de tudo, só não como carne, peixe e frango. O resto é o que tiver: arroz, feijão, salada, lentilha, purê, beringela e batatas fritas, massas. O meu prato preferido é uma sopa tailandesa que eu mesma faço e que é preparada com cogumelos e saquê.

UOL - Como sua família tem acompanhado sua estréia como atriz?
FL - Com muita expectativa. Eles são supercoruja e não estão acreditando! Eles sempre perguntam: você vai ser a protagonista mesmo? aquela principal? Eu tenho muitas saudades deles. Saí de casa muito cedo e, apesar de não ter me acostumado até hoje, acho que lido bem com isso.

UOL - Em que gostaria de ser diferente?
FL - Deixa eu pensar... Gostaria de ter 1,80cm de altura, unhas grandes, um cabelo que crescesse bastante. Queria ser um pouco mais organizada, porque sou muito bagunceira, e queria não gostar tanto de chocolate. Queria ter mais tempo para fazer outras coisas: curso de câmera, de fotografia, as faculdades de filosofia e antropologia, ir ao cinema e viajar mais. Mas, acho que está tudo no seu tamanho, não posso reclamar. Seria injusto.

UOL - Pretende seguir a carreira de atriz?
FL - Quando vierem coisas boas e que eu ache que possa fazer bem eu vou aceitar. Mas não posso entrar em qualquer projeto de cabeça sem saber se sou capaz ou não. Tenho de fazer o que for do meu tamanho, sem querer ir além do que posso e nem fazer algo inferior a minha capacidade.

UOL - Como fica a carreira de apresentadora?
FL - É impossível conciliar com a novela. Mas, quando acabar a novela, pretendo retomar. Claro que vai depender da demanda, do que vier pra mim. Tem coisas que ainda penso em fazer na TV: gosto de ser apresentadora, gosto de auditório, palco... Se não aparecer nada na TV, quem sabe eu não vá para um outro palco, experimentar o teatro, por exemplo? Eu não tenho nada definido, como nunca tive, as coisas vão acontecendo e eu vou trilhando conforme agrada. Abandonar a carreira de apresentadora eu não quero, mas, enquanto não rolar, vou buscando outros caminhos.

UOL - O que mais mudou na sua rotina com a novela?
FL - Minha vida se transformou na TV Globo. Estou trabalhando muito e não tenho feito muita coisa. Vejo-me numa cidade cenográfica todos os dias, parei de fazer os projetos que estava tocando -estão em outras mãos- e quem me ajudava está me ajudando mais ainda.



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