| 02/09/2005 - 14h43 "Animais do Brasil" estréia com a saga dos lobos-guará Da Redação "Animais do Brasil", série de quatro episódios que vai ao ar a partir deste sábado (3), no canal pago National Geographic, traz para a telinha da TV narrativas sobre quatro bichos brasileiros em risco de extinção.
Feita por uma produtora brasileira em parceria com o canal internacional, a série estréia com um documentário sobre o lobo-guará, o maior lobo da América do Sul. Seguem na programação, sempre aos sábados, episódios sobre a onça-pintada, o macaco Muriqui e o peixe-boi. As imagens raras dos bichos brasileiros são a principal atração da série.
No primeiro episódio, a saga de Moça, uma das lobas monitoradas pelo programa de preservação da espécie, implantado no Parque Nacional das Emas, na região Centro Oeste do Brasil, corre paralela a uma outra saga, a da bióloga Anah Jácomo, bióloga da ONG Pró Carnívoros, que chefia uma equipe que estuda e preserva a população dos Guarás no Parque.
É através da história da loba Moça que o público fica sabendo que o atropelamento nas rodovias é a principal causa mortis dos lobos, pelo menos daqueles monitorados pelo programa no parque das Emas, onde morrem cinco animais em média por ano desta forma.
Com o auxílio de antenas de rádio, Anah e sua equipe reencontram Moça fora dos limites do parque, seguindo sinais emitidos por sua coleira, que possui um transmissor. Descobrem a lobinha entocada, com uma ninhada de dois filhotes, com no máximo 40 dias.
Dois dias depois, a mãe loba é encontrada morta na estrada, vítima de atropelamento. Segundo o documentário, o risco de atropelamento aumenta durante o inverno, estação da seca e das queimadas, de abril a agosto. Além de destruírem o habitat e fazerem rarear a comida, as queimadas empurram os bichos para as rodovias.
Divulgação | | Anah Jácomo coloca câmera em lobo-guará | Anah e sua equipe partem então à procura dos filhotes de Moça. No caminho desta busca encontram Peixe, o lobo que supõem ser o pai da ninhada, e colocam nele uma câmera. Apesar da qualidade precária e de pouco tempo de gravação, as imagens da câmera "subjetiva" do lobo Peixe são emocionantes.
A busca não tem resultados, mas os biólogos descobrem que está se formando um novo casal de lobos e partem para a observação de seu comportamento.
Em narrativa às vezes excessivamente didática e na estrutura linear comum dos documentários que tratam do mundo animal, o filme ganha pelas imagens e por mostrar as etapas mais importantes do trabalho dos biólogos, ilustrando com a vida dos lobos todos os afazeres do trabalho de preservação ecológica: monitoramento, documentação, captura de animais para exames, mapeamento da população, acompanhamento dos casais e filhotes, estudo do comportamento. Todas aquelas funções que, quando vistas por lentes generosas, têm tudo para fazer muita criança sonhar com a vida de pesquisador e querer se enfiar no mato para abraçar a bicharada. (Mara Gama) | | |