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22/07/2005 - 00h30
"Bang Bang" está "na cabeça" de Mario Prata desde 1986; leia entrevista

MANOELA PEREIRA
Editora do UOL Televisão


Mario Prata não pensava em voltar a escrever novelas até o diretor Luiz Fernando Carvalho ("Hoje é Dia de Maria") "vender" uma idéia sua para a cúpula da TV Globo. Por sorte (ou azar), a emissora carioca se interessou justamente pelo projeto de "Bang Bang", talvez o único no momento capaz de tirar o escritor da vida sossegada que ele estava levando há quatro anos em Florianópolis, Santa Catarina.

Autor de sucessos como "Estúpido Cupido" e "Um Sonho a Mais", Prata não escreve para a TV desde 1996, quando a Bandeirantes apostou no texto de "O Campeão". Ultimamente sua rotina estava dividida entre "ficar na rede fazendo palavras cruzadas", escrever crônicas (para jornais e revistas) e livros --ele publica um livro por ano desde 1993.

Afastado da Globo há 20 anos, Mario Prata volta em outubro ao horário das 19h para apresentar um projeto no mínimo inusitado: uma novela-faroeste que está em sua cabeça desde 1986.

Em entrevista exclusiva para UOL Televisão, Prata revela em primeira-mão que "Bang Bang" é um projeto antigo, que quase virou minissérie nas mãos do diretor Luiz Fernando Carvalho e que, trabalhando 10 horas por dia, pretende misturar política, futebol e faroeste, numa trama sem casal protagonista: "o principal personagem da novela é a cidade".

Escrita com o suporte de seus "meninos" (o filho Antonio Prata, o escritor Chico Mattoso e o parceiro Reinaldo Moraes), "Bang Bang" marca a estréia de Fernanda Lima como atriz de novelas e a volta da parceria de Prata com o ator Ney Latorraca, que imortalizou um de seus personagens mais famosos, o esquizofrênico Volpone. Leia a entrevista:

UOL - Por que a Globo resolver fazer agora "Bang Bang", já que o projeto é de 1986?
Mario Prata - Fiz para o Luiz Fernando Carvalho dirigir na Manchete, em 1986. O diretor de dramaturgia era o José Wilker. Mas a Manchete deu no que deu e eu fiquei com a idéia na cabeça. Não era uma sinopse, como a que eu entregaria para a Globo no ano passado. Era um esboço de poucas páginas. O importante era a idéia do faroeste. Agora o Luiz Fernando convenceu o Mario Lucio (Vaz, diretor da Central Globo de Produção). Eu não estava mais com vontade de fazer novelas. Minha vida -escrevendo crônicas para o Estadão e a Época, e um livro por ano- estava uma beleza. Sabe ficar na rede fazendo palavra cruzada? Mas quando o Luiz Fernando me chamou para fazer o "Bang Bang" eu caí da rede. Eu topei. E mal discuti grana. Porque ESTA novela eu queria fazer.

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O diretor Luiz Fernando Carvalho ajudou a emplacar "Bang Bang"
UOL - De onde surgiu a idéia de fazer uma "novela western"? É verdade que seria uma minissérie?
Prata - O Luiz Fernando quis vender como minissérie, mas a Globo queria novela das sete. O LFC teve que sair para dirigir o projeto dos novos capítulos do "Maria" ("Hoje é dia de Maria", série que terá nova edição a partir de outubro) e ficou aquele impasse. Mas, quando eu conheci o Ricardo (Waddington, que vai dirigir a novela) e o Zé Luiz (Vilamarim, co-diretor), foi amor à primeira vista. Quanto à idéia de ser um faroeste é que, tanto os filmes de bang-bang quanto as novelas, ambos têm uma estrutura narrativa muito próxima. Assim como nas telenovelas, os filmes de faroeste também tem o mocinho, a mocinha e o bandido.

UOL - Quem são os principais personagens da novela e como a trama está estruturada?
Prata - O principal personagem da novela é a cidade. São 46 pessoas que moram ali e todos me interessam. E eu espero que interessem também ao público. Não vai ter esse negócio de o casal principal da novela ter 30% ou 40% da ação. É mais ou menos como em "Estúpido Cupido" (novela de Prata, que foi ao ar em 1976, na Globo), onde todos os personagens eram tocados com carinho e paixão.

UOL - Penny Lane, Marilyn Corroy, Ben Silver, Diana Bullock... Os nomes dos personagens fazem referência a ícones da cultura pop. Há relação entre nomes e personalidades?
Prata - Os nomes não têm nenhuma relação com as personalidades. Eu era um garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones. E a Marilyn e o James Dean. Penny Lane, por exemplo, quando eu ouvia pelas primeiras vezes a música dos Beatles, nos anos 60, não sabia bem inglês e achava que era o nome de uma garota. Cresci com a Penny Lane na cabeça. Mesmo quando descobri que é uma rua de Londres (ou seria de Liverpool?), para mim, continua a ser aquela garota que eu imaginava. Mais ou menos com o jeitão da Alline Moraes (atriz). Marilyn Corroy é uma homenagem àquela deusa a quem venho rendendo homenagem desde a adolescência. Ben Silver é uma homenagem a meu tio-avô que se chamava Ben Prata (Silver, portanto) e foi prefeito de Uberaba (onde nasci) e tinha tiradas deliciosas e autoritárias. Bullock em inglês significa boi castrado. É o nome do crápula da história e que cria gado. Tem personagens que eu fui dando o nome sem ter a mínima idéia de onde surgia. Dong-Dong, por exemplo, surgiu quando pensei no personagem. Já a Vegas Locomotiv é porque é uma prostituta que chega nas cidadezinhas sempre antes da locomotiva, pois sabe que, com o trem, vêm o progresso e o dinheiro. Tem o Bike Boy, que é um garoto que anda de bicicleta, que corresponde aos nossos motoboys de hoje.

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Fernanda Lima estréia em novelas no papel da mocinha Diana Bullock
UOL - O que definiu a escalação da estreante Fernanda Lima no papel da mocinha Diana Bullock?
Prata - A Fernanda Lima foi idéia do Ricardo. Eu e Mario Lucio assistimos o teste e batemos o martelo. Vai dar certo. Não tem ninguém no elenco indicado pelo Ricardo e pelo Zé Luiz que não teve o meu aval. E vice-versa.

UOL - "Bang Bang" terá sátira política como "Que Rei Sou Eu" (1989), de Cassiano Gabus Mendes? A novela tem espaço para isso?
Prata - Só tem! Não posso esquecer que a novela estará no ar até abril de 2006, que é ano de eleições presidenciais e copa do mundo. Não vou deixar isso de fora. Mas não brinco só com a política... Aquilo lá é a cara do Brasil, você vai ver.

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"Bang Bang" será a quarta "parceria" de Mario Prata com o ator Ney Latorraca
UOL - Quando e qual foi seu último trabalho para a TV Globo?
Prata - Foi há 20 anos, justinho. 1985. Fui co-autor com o Lauro César Muniz e Dagomir Marquesi de "Um Sonho a Mais", aquela novela do Volpone. "Bang Bang" será a quarta novela minha que o Ney Latorraca faz.

UOL - Quantas horas você trabalha no texto? Tem algum horário do dia que o seu trabalho "rende" mais?
Prata - Nesta fase estou escrevendo uma média de seis capítulos por mês, pois antes da estréia o autor não se limita apenas a escrever. Na sexta-feira passada, por exemplo, estive no Rio e conversei num dia com exatas 25 pessoas. Planos de lançamento, logotipo, abertura, imprensa, festa de lançamento, ver testes de alguns atores, ir ver ensaios, figurinos, maquetes, merchandising. Agora, quando a coisa começar, a partir de 3 de outubro, vai ter que ser um por dia. Acho que trabalhando 10 horas por dia dá para fazer um negócio bem feito. Prefiro trabalhar de manhã.

UOL - Você escreve em equipe? Como é a divisão do trabalho?
Prata - Estou trabalhando com o que eu chamo de "os meus meninos": meu filho Antonio Prata e outro jovem escritor, o Chico Mattoso, da geração do Antonio. O outro menino é o Reinaldo Moraes que já passou dos cinqüenta, mas continua um menino, e fez "Helena" comigo na Manchete. Estou achando difícil esta divisão. Todos são muito criativos... Mas não dá para fazer sozinho. São 40 páginas por dia! Mentalmente até que daria, mas fisicamente não. O cigarro...

UOL - Quantos capítulos você já escreveu até agora?
Prata - Prontos para gravar tem 18. Mas até o 30 já está armado. Quero ter os 30 prontíssimos no dia da estréia. A Globo pediu 24, mas quero uma margem maior.

UOL - Qual a sua expectativa em relação à aceitação do público? Algum temor pelo gênero ou pelo formato?
Prata - Dizem que, neste horário, 35 de ibope é a média. "Bang Bang" não vai dar isso. Ou dá 40 ou mais, ou 30 ou menos. Porque ela é diferente. Veja bem, não estou dizendo nem que ela é melhor nem pior das que a antecederam. Estou dizendo -como você mesmo formulou na sua pergunta- que o formato é diferente. E isto nem eu nem os diretores e nem a Globo sabemos no que vai dar. Estamos nos divertindo muito. Se o público se divertir, missão cumprida (além de comprida, é claro).




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