Emmy prova que "família moderna" faz sucesso nos EUA

Por Christine Kearney

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    Os personagens Jay Pritchett (Ed O'Neill) e Gloria Delgado-Pritchett (Sofía Vergara) em episódio de "Modern Family"

    Os personagens Jay Pritchett (Ed O'Neill) e Gloria Delgado-Pritchett (Sofía Vergara) em episódio de "Modern Family"

NOVA YORK (Reuters) - O casamento gay e adoções inter-raciais podem ser temas que provocam diferenças de opinião nos Estados Unidos, mas uma nova leva de programas de TV e filmes que mostram famílias "modernas" vem ganhando público e prêmios. O seriado de TV "Modern Family" recebeu no domingo o Emmy de melhor seriado cômico, "Glee" também foi premiado e filmes recentes como "Minhas Mães e Meu Pai", além de documentários, constataram que famílias que fogem ao padrão de papai, mamãe e dois filhos são capazes de garantir retornos decentes.

"A televisão reflete a evolução da família americana, da sociedade", disse Todd Gold, editor da Fancast.com. "Os programas que vemos no horário nobre, além de filmes como 'Minhas Mães e Meu Pai', apontam para um novo tipo de família." Seguindo um estilo de falso documentário, a comédia "Modern Family" trata de um casal gay, seu bebê vietnamita e um homem casado com uma colombiana muito mais jovem. Eric Stonestreet, que faz um dos pais gays no seriado, recebeu o Emmy de melhor ator coadjuvante pelo papel.

Os personagens da comédia musical "Glee" incluem um adolescente gay apaixonado por um jogador de futebol heterossexual e uma garota adotada por dois homens. Christopher Lloyd, co-criador de "Modern Family", e especialistas em cultura pop disseram que Hollywood está retratando o que vê acontecer na sociedade, e não vice-versa.

Para Jay Mechling, professor da Universidade da Califórnia, em Davis, a "geração do milênio" -- as pessoas que nasceram nos anos 1980 e 1990 - "é muito mais despreocupada e receptiva" em relação a arranjos familiares de vários tipos. Para os especialistas, mais do que tramas polêmicas, para conquistar o público e ganhar prêmios é preciso ter qualidade e enfocar temas amplos com os quais todos possam se identificar.

"Desde que não seja excessivamente político, e desde que venha embalado em bom entretenimento, os americanos vão apreciar", disse Gold. Outra coisa é que os norte-americanos são menos rígidos em relação a entretenimento do que talvez sejam em questões da vida real. "Muitos discordam de questões como o casamento gay, mas os americanos já mostraram que, quando se trata de entretenimento, são incrivelmente tolerantes", disse Gold.

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