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17/05/2009 - 05h50

Francisca Queiroz diz que série mudou a forma como lida com a violência

PopTevê
A violência urbana sempre "travou" Francisca Queiroz. A atriz, que vive a delegada Catarina em "A Lei e O Crime", da Record, confessa que sempre teve medo de sair para se divertir no Rio de Janeiro, cidade onde mora. Quando ela começou a gravar o seriado, a coisa só piorou. "Quando vi as armas e como as coisas acontecem, fiquei com mais medo porque tive a real dimensão do perigo", conta.

FRANCISCA QUEIROZ FALA DA PERSONAGEM CATARINA DE "A LEI E O CRIME"

  • Pedro Paulo Figueiredo/ CZN
Mas, após quatro meses no ar, ela diz que, em parte, relaxou. E não se priva de mais nada por conta da violência. "Há duas opções: deixar de viver e se aprisionar ou encarar a realidade. Aprendi a me posicionar. Por isso é tão bom botar para fora tudo que sempre me incomodou", aponta ela, que se inspirou na própria mãe, também advogada, para compor o papel. "Minha mãe sempre diz que devemos tratar os suspeitos com dignidade até que eles sejam julgados", ensina.

No seriado de Marcílio Moraes, Catarina já passou pelas mais diversas - e adversas - situações. Viu sua vida de "madame" mudar da água para o vinho após a morte do pai, assassinado por bandidos durante um assalto. A partir de então, fez valer seu diploma de Direito e prestou concurso para delegada. Foi quando Catarina começou a travar uma incessante luta contra o crime. Sem descer do salto, é claro. "Visitei uma delegacia na Lapa e conversei com a delegada, uma mulher superbonita. As pessoas tendem a imaginar mulheres machonas", diverte-se.

Para completar, a personagem ainda tem de conciliar a dura rotina com o casamento. "Procurei fugir do estereótipo. Não podia fazer uma mulher sem medo, porque é mentira. O bacana é admitir esse medo e superá-lo. Tanto que ela foi ficando mais durona com o passar do tempo", avalia.

Viver desdobramentos em uma só personagem aliás, é algo novo para a atriz de 29 anos, apesar de seus oito anos de carreira na tevê. "Nesse momento eu queria mostrar um posicionamento diferente. Um exemplo de mulher que se indigna com o que acontece e faz o que pode para mudar alguma coisa", aponta ela, que recentemente viveu a vilã Alexandra de "Amor e Intrigas".

Determinada, a atriz conta que nunca teve dúvidas quanto à profissão a seguir. Prova disso é que, já aos 14 anos, ela começou a fazer cursos de teatro em Campinas, sua cidade natal. Aos 16, foi para São Paulo e se especializou ainda mais.

"As ilusões foram se quebrando e fui vendo como é difícil essa profissão", pontua. Depois, seu 1,78 m de altura chamou a atenção de uma agência e ela foi para o Japão trabalhar como modelo. Mas a carreira não durou muito. "Não tinha nada a ver comigo. Meu negócio sempre foi a interpretação", reforça. Francisca não parou até fazer a Oficina de Atores da Globo e ser aprovada para a minissérie "Os Maias", de 2001. Depois, trabalhou na Record, no SBT, voltou para a Globo, retornou à Record... "Essa abertura é muito importante. Imagina só ter um lugar para trabalhar? Levo minha carreira com muita seriedade", afirma.

Totalmente focada no seriado, Francisca confessa que não tem tido tempo para mais nada. Nem para os projetos no teatro que tinha antes de começar a gravar a produção, que foi esticada de 16 para 23 episódios, e deve terminar no dia 8 de junho. "Minha única folga é aos domingos, quando durmo e decoro os textos da semana. Mas estou muito feliz. Desde o primeiro momento sabia que a Catarina era minha", diz.

(Por Fabíola Tavernard)

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