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22/04/2009 - 00h05

Ana Beatriz Nogueira conta com Cosminha, sua empregada, para se defender da ira dos fãs

PopTevê
Para Ana Beatriz Nogueira, interpretar a Ilana de "Caminho das Índias", da Globo, é sinônimo de diversão. Afinal, na pele de uma mulher que só pensa em dinheiro, a atriz pode usar o humor para tornar a personagem mais simpática e leve, mesmo que ela pense e aja de maneiras tão inapropriadas.

ANA BEATRIZ NOGUEIRA É A PERUA ILANA EM "CAMINHO DAS ÍNDIAS"

  • Luiza Dantas/CZN
Mas se atualmente Ana Beatriz pode extravasar um lado "perua" e deslumbrado através de Ilana, no trabalho anterior, em "Ciranda de Pedra", ela precisou colocar toda a maldade para fora com a vilã Frau Herta. "Tinha uma galera com raiva dela na época", conta a sorridente e atenciosa atriz, que lembra ter recebido vários recados de fãs através de Cosminha, sua empregada doméstica. "Ela discutia com as pessoas nas ruas. Eu dizia para Cosminha parar de brigar, mas ela tomava minhas dores, que, na verdade, não eram minhas e sim da personagem", diverte-se a atriz, que adora interpretar tipos bem diferentes. "Agradeço aos autores cada vez que estou mais distante de mim. Assim tiro férias da minha pessoa durante aquele período", explica.

Ilana, além de não enxergar as atrocidades que o filho Zeca (Duda Nagle) comete, ainda "passa a mão" na cabeça do "badboy". "É interessante porque o fato da personagem ser ou dizer algo absurdo não necessariamente a torna antipática", defende. E é esse tom cômico que deixa Ana Beatriz tão à vontade. Apesar de não concordar nem um pouco com as atitudes de seu papel, a atriz reconhece pontos positivos nessa mãe insana. "Se você não prestar atenção no que ela está dizendo, você fica com o jeito leve dela de ser. A Ilana é de bem com a vida", analisa.

Tanta empatia se deve também à sintonia que Ana Beatriz tem com os atores Antonio Calloni, que vive César, marido de Ilana, e Duda Nagle. Os três parecem se entender muito bem em cena. E não é para menos. Desde as primeiras leituras, o núcleo se entrosou. "A gente foi de primeira. Logo no início das gravações, nós falamos que estava bom fazer. Além disso, estou com ótimos atores", comemora ela, que não deixa de frisar o lado sério da história. "Estamos falando sobre até onde uma educação sem limites pode desembocar", ressalta.

P - A Ilana e o César têm várias atitudes incorretas, como acobertar as delinquências do filho. Como você analisa o comportamento deles?
R - Não vejo eles como dois vilões de jeito nenhum. Acho que eles têm um pensamento absurdo sobre uma série de coisas, mas pensam da mesma maneira. Por isso, são o casal perfeito: eles se admiram, se amam e são felizes. Um acha o outro o máximo e, aparentemente, está tudo certo.

P - Você torce para que eles percebam que a educação que estão dando para o filho pode ter consequências cada vez mais graves?
R - Como atriz, quero que a Glória invente tudo. Como espectadora, me pergunto se é possível esses pais terem consciência do que estão fazendo. Acho que a Ilana e o César quando crianças também não deviam ter limites. Isso vem de quanto tempo? De quantos pais? Acho interessante pensar nisso, pode ser um ciclo sem fim.

P - Para mostrar que a Ilana é uma mulher de atitude, você precisou mudar o visual e adotar um cabelo mais curto e com reflexos. Como você encarou essa mudança?
R - A roupa mais justa é para ficar bem claro que ela leva o marido pelo peito e a gente puxou para o "perua" no visual dela. Adorei o resultado e são essas coisas que gosto em personagem. Claro que você não vai adotar um visual que não te favoreça. Se eu faço uma Frau Herta, não vou sair por aí de coque banana. Mas quando você precisa mudar e ainda fica bonitinha na vida, ótimo.

P - Longe da TV, você costuma produzir peças de teatro e, recentemente, produziu o curta "Furos No Sofá". Trabalhar nesse outro lado enriquece de alguma maneira seu trabalho com atriz?
R - É uma bela oportunidade de entender como funciona tudo ao seu redor e o trabalho do outro. Na TV, a gente é chamada para fazer certo papel. Quando eu produzo, posso escolher com quem quero trabalhar, o que quero dizer e que personagem fazer.

(Por Luana Borges)

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