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13/04/2009 - 06h31

"Caras e Bocas" põe artes plásticas e chimpanzé no caminho de heróis românticos

PopTevê
Os nomes de Flávia Alessandra e Malvino Salvador podem aparecer com o maior destaque nas chamadas e as atenções podem estar voltadas para a pouco usual presença de um chimpanzé no elenco da novela. Mas quem observar atentamente vai perceber que é a arte quem desempenha papel fundamental em "Caras e Bocas", que estreia nesta segunda-feira. "Adoro artes plásticas, tenho uma bela coleção. Acho um universo fascinante. E como conheço bem o assunto, me permiti brincar com ele", explica Walcyr Carrasco, autor da trama e que volta a ocupar o horário das sete depois da experiência em "Sete Pecados".

FLÁVIA ALESSANDRA E MALVINO SALVADOR SERÃO OS PROTAGONISTAS

  • Divulgação/TV Globo
É o amor pela arte que unirá os protagonistas Dafne e Gabriel - vividos por Flávia e Malvino. Herdeira do império de mineração de diamantes Conti, a jovem conhece o amado na adolescência, em um curso de artes no qual Gabriel é um talentoso bolsista. A atração que une os dois é tão forte quanto seus temperamentos. "Ele é muito estressado", reconhece o ator, que diz estar começando um trabalho, pela primeira vez, no "escuro". "Não deu tempo de me preparar. Estou deixando que o texto e a direção me conduzam. Construo em cima do que Jorginho me sugere", revela, mencionando o diretor da trama, Jorge Fernando.

Preocupado com as reais intenções do rapaz pobre a respeito de sua neta rica, Jacques - milionário vivido por Ary Fontoura, em participação especial - dá um jeito de separar os dois. Ao saber que Dafne está grávida do namorado, porém, ele tenta voltar atrás mas já é
tarde: Gabriel está na Europa, cursando Artes Plásticas. O afastamento abrupto causa revolta na mocinha, que se considera injustamente abandonada em um momento delicado. "Só que ele não faz nem ideia de que essa filha existe", adianta Malvino.

Por isso, durante 15 anos Dafne faz questão de se fechar para o amor e ignorar o paradeiro do amado - até que Bianca, filha de ambos e interpretada por Isabelle Drummond, intervém para reunir os pais. O problema é que a missão é mais difícil do que ela imagina: por conta dos temperamentos de ambos, no reencontro saem mais faíscas do que suspiros apaixonados.

Para Flávia, esse comportamento pouco folhetinesco não deve afastar a torcida do público. "O Walcyr está conseguindo construir muito bem as cenas, você vê que os dois se amam. O amor deles está sufocado em um e em outro", observa a atriz.

A união do casal também é atrapalhada pela vilã Judith. Ex-enteada de Jacques e diretora da Conti, ela assume a presidência da empresa interinamente, depois da morte do milionário - na qual, aliás, tem participação direta. Ao saber que Dafne poderá assumir os negócios caso aceite casar-se, Judith decide fazer de tudo para não perder o cargo para a mocinha. "Ela quer o poder. Quer ser rica, quer mandar em todo mundo. A Judith gosta disso, é autoritária", resume sua intérprete, Deborah Evelyn. Para ela, a realidade existente hoje no Brasil é inspiração suficiente para compor sua personagem. "O que a gente vê são pessoas fazendo qualquer coisa para conseguir o que querem. Não precisa de laboratório: é só abrir o jornal para a gente ver acontecendo", acredita.

Para garantir que nada saia de seu controle, a malvada tenta até "empurrar" o irmão, Nicholas, para Dafne. O único "porém" é que o jovem, interpretado por Sérgio Marone, é um tremendo narcisista, que deixa a pretendente horrorizada com tanta vaidade. "Ele tem a necessidade se mostrar superior, de buscar a admiração dos outros. Isso acaba trazendo humor para o personagem", defende o ator - que, pegando onda na atual "onda" de papéis psicologicamente desajustados, define Nicholas como um "psicopata". "Posso dizer seguramente que ele é um psicopata, porque tem vários desvios. Ele convence a Dafne de que é bonzinho e está do lado dela", diz.

(Por Louise Araujo)

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