O nome é o mesmo, mas no formato - quanta diferença! Ao menos é o que garante a Band com relação ao "Dia Dia", matutino que estreia nesta segunda (30). De 1988 a 2006, um programa homônimo também foi exibido nas manhãs da emissora. "Não tem nada a ver com o perfil do anterior. Fizemos um programa totalmente diferente", explica Elisabetta Zenatti, diretora artística e de produção da emissora. A reedição do nome, ela diz, se deve mais ao fato de que a Band já possuía os direitos sobre ele, além da sonoridade "familiar" que ele evoca. "Querendo ou não, é um nome que as pessoas têm em algum lugar na cabeça, em alguma "gaveta". É bom nesse sentido", acredita.

As versões são realmente diferentes, ao menos no papel. Comandada por apresentadores tão diferentes como Blota Júnior e Olga Bongiovanni, entre muitos outros, a primeira versão tinha um apelo fortemente feminino, a partir do modelo criado pelo "TV Mulher", exibido pela Globo entre 1980 e 1986. "O público desse horário continua sendo de mulheres, na maioria, mas não é um programa só para elas. Vamos falar de assuntos de interesse geral", observa Lorena Calábria, que apresentará o programa ao lado de Patrícia Maldonado e Daniel Bork.

Além de apresentar diversas matérias jornalísticas - reforçadas pela presença de três repórteres que estarão na rua -, o "Dia Dia" terá também uma equipe com profissionais de várias áreas. Especialistas em comportamento adolescente, tecnologia e finanças darão conselhos, assim como um psicólogo e uma sexóloga. A coordenação de tantos temas ao longo das três horas e meia apresentadas ao vivo não preocupam Angelo Ribeiro, diretor do programa. "O único problema é ter de acordar às 5 horas da manhã para vir trabalhar. O resto a gente leva na boa", afirma, entre risadas.

"Dono" do horário matutino na Band pelos últimos seis anos com o "Bem Família", Daniel continuará mostrando as habilidades de mestre-cuca no "Receita Minuto", quadro que vai migrar para o novo programa. Além de ser bem-recebido pelo público, há outro bom motivo para a permanência das receitas. "É um segmento que tem um dos maiores faturamentos da emissora, apesar de não parecer", orgulha-se o apresentador. Bem-humorado, ele encara com tranquilidade o fato de começar a dividir as atenções na bancada. "É muito mais difícil estar diante da câmera sozinho do que quando você tem pessoas para interagir. Então, recebo as duas de braços abertos", garante.

O discurso amistoso, aliás, permanece inalterado quando o assunto é a concorrência direta do "Hoje em Dia", da Record, que vem ganhando espaço e audiência em suas quatro horas de exibição. Patrícia, que chegou a trabalhar cobrindo férias dos então colegas de emissora Britto Jr. e Ana Hickmann, capricha nos elogios - mas não tira os méritos do próprio programa. "Isso é uma vantagem. Já tive a experiência do que é esse horário, do que as pessoas precisam. Sou fã do programa, mas a gente vai por outro caminho", diz, fazendo referência ao fato de que o matutino será fortemente voltado para a prestação de serviços. "Além disso, o jornalismo não vai ser um quadro. A informação vai aparecer o tempo inteiro, inclusive interrompendo o que a gente estiver falando", aponta.

O mesmo tom cordial é ouvido no discurso de Lorena. Para ela, que também participou do concorrente - no qual, aliás, se tornou grande amiga de Patrícia - a jornalista vê a briga pela audiência do horário, no qual também entra no ar o "Mais Você", da Globo, é motivo de entusiasmo.

"A gente vai entrar como azarão. Acho muito bacana que tenha essa "briga". Seria muito chato entrar em um horário em que não tivesse ninguém vendo televisão", argumenta. Empolgada, nem a posição de novatos impede que ela puxe a brasa para a sua "sardinha". "Pretensiosamente, a gente quer ser o melhor programa", brinca ela.

(Por Louise Araujo)

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