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20/02/2009 - 21h34

Cássio Gabus Mendes explica a chegada tardia a "Três Irmãs"

PopTevê
O surgimento repentino de Baby Montenegro na paradisíaca - e fictícia - cidade de Caramirim, palco de "Três Irmãs", tem muito a ver com a chegada de seu intérprete à trama de Antônio Calmon. Afinal, Cássio Gabus Mendes já havia sido convidado pelo autor para dar vida ao publicitário de caráter duvidoso mesmo antes da estreia. "Isso já estava programado. Eu não poderia fazer a novela desde o início por conta de compromissos já assumidos. O Calmon sabia e tinha articulado isso", justifica o ator, que já conhece o autor de outros trabalhos - mais especificamente de "Um Anjo Caiu do Céu" e "Começar de Novo". "Essa é a terceira novela que faço com ele, a gente se dá muito bem", garante.

CÁSSIO GABUS MENDES FALA SOBRE SEU PERSONAGEM EM "TRÊS IRMÃS"

  • Pedro Paulo Figueiredo/CZN
Saber antecipadamente da escalação, porém, não diminuiu o impacto de entrar na novela que já estava na metade - tempo suficiente para que os outros personagens estivessem bem desenvolvidos e as respectivas tramas, adiantadas. "É muito difícil, as pessoas já estão bastante afinadas. Para acompanhar o ritmo, demora um pouco", comenta.

Não deixou de ser uma vantagem, então, estar cercado de familiares e amigos no local de trabalho. Além de dividir os estúdios com o irmão, Tato Gabus Mendes, e o tio, Luis Gustavo - que vivem, respectivamente, o esquentadinho Orlando e o vilão Vidigal -, Cássio reencontrou ainda antigos colegas como o diretor, Dennis Carvalho e Cláudia Abreu, que dá vida a Dora e com quem divide diversas cenas. "Pegar o trabalho com pessoas que você já conhece facilita muito o entrosamento e isso ajuda demais o trabalho", enfatiza.

O Baby é um personagem que tem diversas falhas de caráter, mas ao mesmo tempo traz um humor muito forte. Isso foi proposital?

Com certeza. A intenção foi a de fazer com que ele tenha essa vilania, mas que ele seja simpático. Isso é um pedido do Calmon, é proposital. E quem conduz isso muito é o autor. O Baby não é um vilão da antipatia, do mal. Existe uma fragilidade nele que o leva para o lado cômico e o humaniza para tentar deixá-lo simpático - o que ele é de fato, em vários momentos.

No início da sua carreira, você era escalado de maneira recorrente como galã jovem, mas acabou saindo dessa linha e se tornando um ator mais "curinga", com vários papéis diferentes. Como aconteceu isso?

O porte físico, na tevê principalmente, vem muito da idade, do momento de vida... Mas mesmo na década de 80, que foi o início, e no início dos anos 90, quando deu uma acelerada na minha carreira, eu tive a sorte e o privilégio de estar nesses dois lados: fazia o mocinho romântico, mas também passeava pela comédia, por exemplo.

Você tentou orientar a sua trajetória dessa maneira, então?

Se eu pudesse... Digo que tenho sorte, porque as pessoas me convidam para fazer trabalhos com perfis diferentes. Se tem uma coisa com a qual me preocupo é passear por espaços diferentes para não ficar rotulado - o que não é difícil de acontecer. É uma felicidade ver que vou fazer um perfil diferente do que fiz seis meses atrás. Me sinto privilegiado de ter rondado universos diferentes, algo que é fundamental para o ator.

E de todos os universos que você mencionou, tem algum que falte "visitar"?

Eu não fiz vilão, né? Vilão, para valer, nunca fiz. Esse é um objetivo e uma coisa que eu sempre aguardo. Sei que é difícil e, por causa do meu porte, é uma coisa absolutamente natural as pessoas às vezes não me enxergarem nesse tipo de papel. Isso acontece com todo mundo, em todos os veículos. Agora, eu espero - e acredito - de que ainda vou conseguir alcançar o vilão. E vou fazer com um grande prazer, com certeza.

(Por Louise Araujo)

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