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12/12/2008 - 01h27

Ator fala sobre transição de gay em novela da Globo a mocinho no SBT

PopTevê
Interpretar o primeiro protagonista da carreira. Foi o que mais pesou para Sérgio Abreu aceitar o convite do SBT e viver o mocinho Lucas de "Revelação". Aos 34 anos, o ator acredita que esteja preparado para assumir um papel que exija mais responsabilidade. "Ter uma certa experiência de vida ajuda a chegar onde o personagem pede. Quando se é muito jovem, não se tem isso nem a segurança necessária", avalia.

Na trama, Lucas é um promissor estudante de Comunicação, de origem pobre porém "apadrinhado" pelo poderoso fazendeiro Ermírio, de Antônio Petrin. Durante seu mestrado, em Portugal, ele conhece Victória, jovem vivida por Tainá Müller, e se apaixona à primeira vista. "Como toda novela, há a estrutura básica do amor impossível, que tem tudo para dar certo, mas outros personagens vêm atrapalhar", completa.




O convite do SBT surgiu no início de 2008, logo após Sérgio ter vivido o polêmico Tiago em "Paraíso Tropical". O personagem era gay assumido e morava com Rodrigo, papel de Carlos Casagrande. "Foi uma experiência fantástica, em todos os sentidos", recorda. Apesar de ter feito "Malhação", também na Globo, o carioca já trabalhou em outras emissoras. Atuou em "O Campeão", da Band, e na malograda "Brida", da extinta Manchete. Mais recentemente, em 2006, viveu o Murilo de "Prova de Amor", da Record. "Ver esse mercado se abrindo cada vez mais é fundamental para todos que trabalham em tevê", afirma.

Contratado pelo SBT até setembro de 2009, Sérgio está com as melhores expectativas para a trama. "Temos um bom produto nas mãos. Acredito que será uma boa surpresa. Quem assistir, verá", acredita.

Embora a emissora já esteja em fase de pré-produção para "Vende-se um Véu de Noiva", sua próxima novela, Sérgio ainda não confirma um possível papel na história. Por isso, vai dedicar-se ao teatro e montar o espetáculo "Look Back in Anger", de John Osbourne, cujos direitos comprou no ano passado. Por conta de tais compromissos, ele mudou-se do Rio para São Paulo. "Tenho consciência de que a responsabilidade é grande. Preciso ficar por aqui, pela novela e outros projetos", despista.

"Revelação", antes de estrear, já estava toda gravada. Saber que não teria como mudar ou adaptar o personagem ao longo da história influenciou o seu trabalho?

A questão é que eu vivo o mocinho. Essa preocupação sempre existe, as pessoas criam comunidades na internet para detonar um personagem. E se o mocinho for muito corretinho, acaba ficando uma coisa enjoada. Mas acontecem coisas com o Lucas que quebram isso, é difícil que o perfil dele caia na mesmice. E as pessoas sabem que os mocinhos só vão ser felizes no final, mesmo.

E no que você se baseou para fazer do Lucas um mocinho sem cair no velho estereótipo da bondade exacerbada?

É um processo mais de sentimento, interno, do que de estudo de projeção ou de laboratório. É um personagem muito próximo de muitas pessoas que conheço. Ele também se direciona para a política, o bem-estar social. Foi prático entrar no clima porque ele passa por coisas normais, corriqueiras.

Além de viver o protagonista, o que também pesou para que você aceitasse o convite do SBT?

A maneira como me chamaram. Eles queriam realmente que eu fizesse. E é muito bom estar onde se é bem-vindo. Também fiquei tranqüilo ao saber que essa novela vem para dar uma cara nacional às produções do SBT, que eles estão investindo na teledramaturgia e querem dar continuidade a isso. Além disso, tenho de tocar a minha vida. Não posso ficar esperando uma oportunidade surgir, preciso ter minha segurança.

(Por Fabíola Tavernard)

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