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25/10/2008 - 04h49

Matheus Nachtergaele vive malandro baixo-astral em "Ó Paí, Ó"

PopTevê
Matheus Nachtergaele admite que teve de cortar um dobrado para compor o amalucado Queixão em "Ó Paí, Ó", série que estréia nesta sexta (31) na Globo. Além de se adaptar ao sotaque baiano, o ator paulistano teve de se desfazer do receio que tinha de ter seu papel comparado ao de Wagner Moura, que viveu o vilão Boca no filme de Monique Gardenberg, que deu origem à série. "Apesar de não ser o mesmo papel do Wagner, me sentia, de alguma maneira, substituindo a figura dele. Só fiquei mais tranqüilo quando a Monique garantiu que era um personagem realmente diferente", revela ele, que será o antagonista de Roque (Lázaro Ramos).

Luiza Dantas/Carta Z Notícias
O ator Matheus Nachtegaele está na série que estréia nesta sexta (31)
PRETA GIL E LÁZARO RAMOS LANÇAM "Ó PAÍ, Ó"


Uma vez tranqüilizado por Gardenberg e devidamente ciente de que se tratava de outro personagem, Matheus passou por mais uma difícil etapa: a construção física de Queixão. Isso porque, para incorporar o malandro que vive à custa de pequenas contravenções, ele teve de fazer cinco tatuagens - temporárias - e adotar um figurino bem extravagante.

"Foi uma composição fisicamente trabalhosa, porque quando não estava gravando, estava sendo tatuado", lembra. Mas o mais complicado para Matheus foi se familiarizar com o Bando de Teatro Olodum, grupo de atores baianos que participa da série. "Afinal, eles se conhecem há muito tempo, são praticamente uma família. Já eu era o corpo estranho. Caí na boca do lobo", brinca, entre risos.

Apesar de no início das gravações ter se sentido um "peixe fora d´água", Matheus conta que não demorou muito para se sentir à vontade no Bando. "Fui super bem recebido por eles. Tanto que, toda vez que encontrava alguém do Bando, perguntava: tô com sotaque? Tá tudo bem?", entrega ele, com o seu jeito tímido de falar.

Acostumado com a linguagem cinematográfica - a série escrita por Guel Arraes e Jorge Furtado foi filmada em película 16 mm -, Matheus vê com ótimos olhos o intercâmbio entre cinema e televisão. "Achei bonito o filme dar origem a uma série tão original como esta. Espero, de verdade, que tenha uma próxima temporada", torce.

Além de considerar ótima a iniciativa da Globo de investir em parcerias com produtoras independentes - a série é produzida com a Dueto Filmes -, Matheus acredita que os seis episódios de "Ó Paí, Ó", filmados em Salvador de junho a agosto deste ano, vão mostrar uma Bahia bem diferente daquela que os telespectadores estão acostumados a ver. Todos os capítulos terão como pano de fundo o histórico bairro do Pelourinho, mostrando a vida dos moradores de um cortiço e sua relação com os turistas. "É claro que os tipos baianos comuns vão estar presentes na série, mas com uma roupagem contemporânea, diferente da que a gente viu nas séries de Jorge Amado", adianta.

Feliz com a aposta da emissora em novas produções e, principalmente, em novos rostos, Matheus também se entusiasma ao falar sobre o filme "A Festa da Menina Morta", que marca a sua estréia na direção. "Hoje tenho mais consciência do valor que é a interpretação de um ator diante de uma câmara", admite ele, que lançou o longa-metragem no Festival de Cannes, na França, há quatro meses. "Nunca imaginei que meu primeiro filme como diretor pudesse começar com o pé tão direito assim", confessa.

Enquanto curte os festivais e as mostras de cinema das quais seu filme está participando, Matheus ainda arranja tempo para pensar em projetos para 2009. É que ele começa a gravar a próxima série de Guel Arraes na Globo, "O Decamerão", em novembro, no Rio Grande do Sul. "Assim como ´Ó Paí, Ó', a série só vai ter seis episódios. Então vou poder ficar na televisão e ainda me dedicar ao cinema e ao teatro", comemora.

(Por Carla Neves)


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