24/07/2008 - 20h41

Kadu Moliterno traz leveza ao sombrio cirurgião Gaspar de "Beleza Pura"

Do PopTevê

Divulgação

Personagem Gaspar, de Beleza Pura, passou por transformações nas mãos de Kadu Moliterno

Quando descobriu que estava reservado para "Beleza Pura", Kadu Moliterno recebeu apenas uma orientação de Rogério Gomes, diretor geral da trama: "deixa a barba crescer". O visual desleixado fazia parte da composição de Gaspar, um cirurgião taciturno com um passado sombrio e misterioso.

"Ele era muito dramático. Tanto é que, logo que peguei o personagem, achei pesado para o horário das sete da noite", relembra o ator. O perfil do personagem, porém, foi sendo alterado aos poucos por Kadu, que decidiu investir em um caminho diferente. Apesar de não ser exatamente um piadista, Gaspar tem lá seus momentos divertidos. "Eu encontrei a saída de dar uma leveza, um humor. E consegui isso principalmente junto com os outros atores do núcleo, que é muito engraçado", comemora.

Desde então, o personagem sofreu diversas reviravoltas: de profissional que inspirava desconfianças, ele passou a peça importante no sucesso da clínica Beleza Pura, descobriu a existência da filha Rakelli, vivida por Ísis Valverde, e reencontrou o amor nos braços da antiga namorada Ivete, interpretada por Zezé Polessa.

"Estou muito feliz com a condução da história pela Andrea Maltarolli. Eu já tinha trabalhado com ela, em "Malhação" e também com o Sílvio de Abreu", conta ele, que também já tinha experiência com o mundo da estética graças ao spa Reviva, projeto itinerante que promove os conceitos de vida saudável.

Curiosamente, todas as mudanças aconteceram por volta da metade da novela. "A história dele se fechou nesse momento. A partir de agora, novas coisas vão acontecer para poder dar mesmo continuidade à sua trama", explica o ator, com a experiência de quem já está na profissão há 40 anos.

Pergunta - Você está em um núcleo de muito humor, mas o Gaspar é um cara mais "durão"...
Kadu Moliterno - É, ele seria o mais sério dali. Mas acaba entrando no samba. Acho que foi isso que eu consegui reverter. Um personagem como o Gaspar, na novela das oito, teria um peso dramático muito grande. Na novela das sete, ele precisa de uma pitada de comédia para garantir a leveza. Agora, ele está mais solto. E eu também me sinto mais solto, em cena.

Pergunta - Você fica mais à vontade lançando mão da comédia?
Moliterno - Me sinto bem em qualquer estilo, na verdade. Mas a comédia é algo bem mais gostoso de fazer, porque rola sem pressão. Viver com humor é mais gostoso. Nosso cotidiano, às vezes, já é tão dramático. Se no trabalho eu fizer cenas muito carregadas, fica tudo muito pesado. Eu gosto do fato de que venho para o meu trabalho e me divirto.

Pergunta - Nesse núcleo, você contracena com atores tarimbados, como a Zezé Polessa e outros menos experientes, como a Ísis Valverde. Como está sendo essa química?
Moliterno - Todos os colegas colaboram. A Zezé é uma excepcional atriz cômica. A Ísis, apesar de nova, é muito talentosa. Para mim, ela é a grande revelação desse ano. E é sempre muito agradável fazer cenas com colegas que se entregam, e isso acontece com todos os do meu núcleo. Nessa novela, todos têm muita entrega, a emoção rola fácil. Então, a gente se diverte em cena e nos bastidores.

Pergunta - Você está completando 40 anos de carreira. Quais são os planos, a partir daqui?
Moliterno - Tenho vontade de dirigir. Acho que está chegando a hora de fazer isso, tanto em cinema quanto em tevê. Já tenho a experiência, e percebo isso no estúdio. Existem algumas promessas na Globo e a possibilidade de fazer uma assistência de direção. Tenho certeza de que eles terão um profissional experiente e com um bom relacionamento com os colegas, o que é fundamental em um diretor.

(Louise Araújo)