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16/06/2008 - 10h45

"Aproveito a vida. Adoro a vagabundagem", diz Luiz Fernando Guimarães; leia entrevista

Do PopTevê

Pedro Paulo Figueiredo/CZN

Luiz Fernando Guimarães, que recebe pedidos de conselhos por causa de seu personagem Santiago

"O que eu faço para ele voltar para mim?" ou "Como eu me vingo daquele cafajeste?". Estas são apenas algumas das perguntas que Luiz Fernando Guimarães mais tem ouvido nas ruas.

Desde que entrou no ar como o conselheiro sentimental Santiago de "Dicas de Um Sedutor", o ator de 58 anos está impressionado com a quantidade de pessoas que o confundem com o personagem e acreditam que ele possa dar conselhos afetivos. "É engraçado, porque sou péssimo para dar conselhos. O que percebo é que o problema é sempre o mesmo: carência. E essa idéia de que os homens são mais bem-resolvidos é história. É tudo igual", avalia, aos risos.

A caixa de e-mails do programa, então, anda para lá de lotada. Afinal, no fim de cada episódio Santiago lê e responde dúvidas que os telespectadores enviam. "Esse programa não é inacreditavelmente humorístico, como os outros que já fiz. Acho que isso traz mais veracidade", pondera.

Acostumado às sitcoms --ele protagonizou "Os Normais" e "Super Sincero", no "Fantástico" e, mais recentemente, "Minha Nada Mole Vida"--, Luiz Fernando conta que a improvisação é uma rotina. Pragmático, ele diz que não adota os "floreios" dos textos. "Às vezes vem muito enfeitado. Tento torná-lo mais coloquial", explica.

Por aí, dá para perceber que Luiz Fernando é do tipo que não perde tempo. Tanto que em um dia em que as gravações correm com certa lentidão, ele, agitado, é o primeiro a pressionar a equipe. "Depois de uma certa hora minha pilha acaba. Às vezes acho que trabalho só para ir embora e dizer: 'ah, já trabalhei'", afirma ele que, apesar de se considerar "caxias", admite que gosta - e muito - de curtir a vida. "Saio muito, vou a festas, aproveito a vida. Sou fanfarrão, adoro a vagabundagem", diverte-se.

Divulgação

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Luiz Fernando Guimarães contracena com Gabriela Duarte em Dicas de Um Sedutor

Pergunta - O Santiago resolve os conflitos alheios mas quase nada é dito sobre os seus próprios. A que você atribui isso?
Luiz Fernando Guimarães - Acho que não interessa saber como é a vida dele. A filha dele já é um problema que ele não consegue resolver. Isso surgiu para dar um contraponto à situação e mostrar que ele não é o "bambambã". Se fosse, resolveria as questões da filha. Mas é bom que ele seja um personagem ficcional e as pessoas que o procuram sejam mais próximas da realidade. Se a série abrir para os conflitos dele, acho que não será bom dramaturgicamente.

Pergunta - Mas de onde você acredita então que venha a "sabedoria" do Santiago?
Guimarães - Já pensei que ele possa ser um "ex-canalha", mas acho que não. Ele é um cara que apenas fez disso uma profissão. Em determinado momento ele teve pena das mulheres, e só. O melhor é que conselho, na teoria, é fácil. Mas ele resolve os problemas na prática, se fantasia, tem um trabalho cotidiano até parecido com o de detetive. Mas a onda dele não é entregar a vida dos outros, ele é apenas um consultor sentimental.

Pergunta - Fala-se muito no projeto "Os Normais 2". Existe mesmo possibilidade de volta da sitcom?
Guimarães - Vontade não falta, mas não sei se acontece mesmo. O roteiro está pronto, mas não sabemos para quando será viável. Estou numa de "se rolar, rolou". De qualquer forma, tenho o projeto de uma peça que a Fernanda Torres está escrevendo e devemos começar a trabalhar no segundo semestre.

Pergunta - A última novela em que você atuou do começo ao fim foi "Cambalacho", de 1986. Você tem vontade de voltar aos folhetins?
Guimarães - É uma pergunta difícil. Às vezes eu tenho, até porque, mesmo com um programa semanal, trabalho muito. Sou "caxias", e me obrigo a descansar aos domingos e segundas, porque gravo de terça a sábado. Se deixar, fico em casa folheando os textos tempo todo. A única diferença é que tenho um controle maior desse tipo de trabalho que faço, que está entre a novela e o humorístico. Outra coisa que não me motiva muito é saber que nas novelas de hoje os núcleos quase não interagem. Acho que com um elenco menor o trabalho fica mais humano.

(por Fabíola Tavernard)

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