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03/04/2008 - 09h30

Luciano Huck comemora o sucesso de "Soletrando" e do "Caldeirão"

Do PopTevê

Divulgação

Huck fez sucesso no SBT, Band e agora na Globo

Tudo o que ele toca vira ouro. Aos 36 anos, o jornalista, apresentador e empresário Luciano Huck esteve por trás de programas populares e criou duas personagens que conquistaram o público masculino: as sensuais Tiazinha e Feiticeira. A boa relação com o telespectador é atribuída pelo paulistano a seu tempo de estrada. "Estou amadurecendo e vendo o tempo passar na TV, e isso também me motiva", avalia ele, que conta 14 anos como apresentador, entre Globo, Bandeirantes e SBT.

Atualmente, Luciano colhe os frutos de mais uma de suas idéias: o "Soletrando", quadro criado em 2007 para o "Caldeirão do Huck". A iniciativa começou tímida, mas despertou a atenção de escolas em todo o país e o número de instituições de ensino inscritas para a seleção saltou de 27, na primeira edição, para 2.500 este ano. "A gente conseguiu colocar a Língua Portuguesa no holofote. Acho que a molecada começou a discutir o assunto", acredita.

Apesar do lado social, uma boa parte da empolgação de Luciano vem, claro, dos números de audiência. Os 17 pontos que alcança no Ibope se transformam em 25 quando o "Soletrando" entra no ar. Ele também não esconde que o interesse dos participantes se deve bastante ao polpudo prêmio de R$ 100 mil - mas valoriza. "Acho legal que essas crianças queiram a bolsa. Para uma pessoa que gosta de estudar e vem do Acre, receber dinheiro para investir nos estudos abre muito o horizonte", pondera.

Considerado hoje um programa mais focado na família, com o "Soletrando", o semanal voltou novamente a sua atenção para o público juvenil, uma fatia da audiência na qual o "Caldeirão do Huck" investiu na estréia, em 1999. "O programa deixou de ser jovem, mas mantemos um verniz jovial. Porque é esse público que influencia os hábitos de consumo dos lares", explica, com lógica empresarial.

Divulgação / TV Globo
Apresentador está contente com o sucesso des suas iniciativas
Pergunta - O "Caldeirão" é um programa que deixou de falar só para o jovem e hoje mira na família inteira. Como conseguir falar a esse público heterogêneo?
Huck - A gente nunca pode ter certeza, mas a equipe está começando a entender melhor o que o público do sábado à tarde quer: qual é o ritmo ideal, o que desperta o interesse, quais são as ansiedades. A gente investiga através do Departamento de Pesquisa da Globo e vamos mudando. O grande segredo, acho, é conseguir fazer essas mudanças sem que as pessoas percebam. Cada novidade tem uma linguagem que é característica do "Caldeirão".

Pergunta - Além de apresentar o programa, você também atua na produção e faz gravações externas e ainda arruma tempo para ser empresário. Como funciona a sua rotina?
Huck - Na verdade, tenho me afastando dos negócios. Nos últimos três ou quatro anos, dedico minha energia à televisão, que é o que me dá prazer. Por isso, é muito difícil definir essa linha que separa o profissional do que é lazer. Eu viajei durante o Carnaval e passei o tempo todo vendo televisão, feito um louco. E eu tenho realmente muito prazer em fazer o que faço.

Pergunta - Os quadros do "Caldeirão do Huck" são marcados por uma espécie de sistema de recompensa: o prêmio vem a partir de uma prova. Por que isso?
Huck - Eu não vejo os quadros como assistencialistas porque não quero resolver as mazelas do povo. Além disso, não me interessa uma história triste, mas uma boa história. O personagem tem de ser mais interessante do que aquilo que ele necessita. O cara tem uma Variant velha? Tudo bem, mas tem 10 mil Variants velhas rodando pelo Brasil. O importante é o que está por trás disso. Nosso grande desafio é filtrar esses casos, porque o "Caldeirão" recebe mais de 500 mil cartas por ano.

Pergunta - E como encara o sucesso de "Soletrando"?
Huck - Nós somos profissionais de televisão. Não somos professores, nem do Ministério da Educação, nem temos nenhuma responsabilidade pelo nível da escola pública. Mas é prazeroso saber que nós somos produtores de conteúdo e que fazemos um quadro de televisão que é sucesso ao mesmo tempo que contribui não de maneira didática, mas educacional para o público.

(por Louise Araujo)

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