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04/02/2008 - 16h18

Fora dos estúdios, Sheron Menezes é engajada e nada preconceituosa

Da PopTevê

Divulgação

Aos 25 anos, Sheron Menezes vive a 'patricinha' Solange, em 'Duas Caras'

Desde que começou a dar vida à preconceituosa Solange em "Duas Caras", Sheron Menezes passou a ser alvo de comentários revoltados do público sobre sua personagem. Tudo por conta da maneira como a metida à "patricinha" trata o pai, Juvenal Antena, interpretado por Antônio Fagundes na trama das oito da Globo.

"As senhoras, principalmente, me param na rua para pedir para eu não maltratar o meu pai", diverte-se, surpresa. Bem-humorada e sorridente, a gaúcha de 25 anos não lembra a esnobe filha do líder comunitário da Portelinha. "Às vezes, acho a Solange ridícula. Mas o jeito dela é tão sem noção que chega a ser engraçado", diz, aos risos.

É justamente este ar surreal da personagem que encanta Sheron. Segundo a atriz, é uma experiência e tanto interpretar alguém tão diferente dela na realidade. "A Solange é negra e nega a raça, mora na favela e diz que vive em um condomínio na Barra e não admite a possibilidade de se casar com um favelado", descreve. É por isto que a atriz não aposta em uma mudança de atitude para a "patricinha". "Apesar de ter dado uma melhorada, a Solange é muito mimada. Acho que este jeito dela não vai mudar", acredita ela, que já atuou em "Celebridade", "Como Uma Onda" e "Belíssima", entre outras novelas.

Sheron conta ainda que o jeito "nariz em pé" da filha de Juvenal Antena que vai seduzir Claudius, personagem de Caco Ciocler. Nos próximos capítulos da novela, o desenxabido advogado, que desde o início da trama nutre um amor não-correspondido por Maria Paula (Marjorie Estiano), vai começar a olhar com outros olhos para Solange. "Vi declarações de que ela e o Claudius vão ficar juntos", conta.

Quando foi chamada para viver a Solange, o que mais chamou a sua atenção na personagem?
Sheron Menezes: O humor da personagem. A Solange é tão sem noção, tão fora do comum, que chega a ser engraçada. Ele chegou à novela esnobando todo mundo, dizendo que é "morena clara" e que mora em um condomínio na Barra. Por isso, fui criando a Solange aos poucos. A cada bloco que vinha, descobria uma característica nova dela. Apesar de ter começado a aceitar a favela depois do episódio em que foi enganada pelos "pitboys", ela continua a mesma. Acha que não pertence aquele mundo.

Sem dúvida, a Solange é a sua personagem de maior destaque na tevê. Você definiria como o seu melhor papel até hoje?
Não o melhor, mas o de maior evidência. Sempre tive carinho por todas as minhas personagens. É claro que a Solange tem mais destaque, porque está no núcleo central de uma novela das oito. Mas amo todos os papéis que fiz. Além disso, estou mais madura. Estou em um momento da minha carreira em que posso aplicar o que aprendi. São cinco novelas, muitos cursos, faculdade.

Além da novela, você tem tido tempo para tocar outros projetos?
Por causa das gravações, não tenho tido tempo para nada. Mas, quando a novela terminar, vou me dedicar mais ao projeto social do qual participo, que integra comunidades quilombolas. Já visitei vários quilombos no Brasil e, quando a novela acabar, vou viajar para a África. Também tenho um projeto sócio-cultural de uma peça infantil, do livro "Princesa Violeta", escrito pela minha mãe, que conta a história de uma princesa negra.

(Por Carla Neves)
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