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27/12/2007 - 12h12

Gilberto Braga aposta no glamour para fazer novelas de sucesso; leia entrevista

Do PopTevê

Divulgação

Gilberto Braga na lançamento da novela Paraíso Tropical

Gilberto Braga gosta de sofisticação. O "glamour" faz parte do que escreve, lê ou assiste. E é a isso que ele credita, em parte, o sucesso de "Paraíso Tropical", "Paraíso Tropical", novela escolhida como a melhor de 2007 em votação promovida pelo UOL e pelo noticiário PopTevê.

"Eu, pessoalmente, prefiro a glamourização tanto no que escrevo quanto como telespectador. Mas vejo outras histórias que seguem uma linha diferente e são muito bem-sucedidas", pondera o escritor, que assinou "Paraíso" com Ricardo Linhares.

Personagens bem construídos, um elenco de peso e o velho truque do "quem matou?" --que, apesar de "batido", ainda gera curiosidade-- marcaram a novela, cujo capítulo final atingiu 56 pontos.

Para Gilberto, criar personagens interessantes é o principal para uma história atraente. E nisso ele acertou. A dobradinha entre Bebel e Olavo, vividos por Camila Pitanga e Wagner Moura, caiu no gosto de público de tal forma que bastava a dupla entrar no ar em cenas picantes para a audiência subir. Já os chatíssimos heróis Paula (Alessandra Negrini) e Daniel (Fábio Assunção) foram "engolidos" pelos vilões.

Destacaram-se ainda as ótimas atuações de Vera Holtz, como a decadente Marion, Tony Ramos --impecável como sempre-- e Bruno Gagliasso, na pele de seu primeiro "bad boy". "Demos muita sorte com o elenco. Todos fizeram exatamente o que esperávamos deles", aponta Gilberto.

Aos 51 anos, Gilberto Braga, que escreveu sua primeira novela, "Corrida do Ouro", em 1974 ao lado de Lauro César Muniz, ainda como colaborador, diz que não é um autor de pesquisa. A inspiração para suas 17 novelas e quatro minisséries vem do dia-a-dia, e da "lente de aumento" que usa para observar as pessoas e situações ao seu redor. "Uso coisas que vi em filmes, peças e livros. Mesclo também a vida dos amigos e a minha própria. Mas é claro que uso muito a minha fantasia", entrega.

Pergunta- Novelas são obras abertas e, por isso mesmo, mudanças normalmente ocorrem em relação à sinopse original. Em "Paraíso" houve algum desdobramento, em especial, muito diferente do previsto?
Gilberto Braga - Quase não mudamos a sinopse original. Havia, sim, coisas em aberto que foram resolvidas quando estávamos escrevendo por volta do capítulo 60. Foi nessa época que bolamos a história da família da Marion e dos seus filhos e resolvemos matar a Taís, já com assassino e tudo. Mas, para mim, não existem regras. Sempre trabalhei com a intuição.

Pergunta - Então já estava previsto que o assassino seria o Olavo?
GB - Sim. Escrevemos outros finais para despistar mas, na minha cabeça, só poderia ser ele.

Pergunta - Você tem parcerias duradouras. Esta foi sua sétima novela ao lado de Dennis Carvalho, por exemplo. Com o Ricardo Linhares, também tem um 'casamento profissional' de longa data. Acredita que isso facilite o trabalho?
GB - Sem dúvida. Eu só sei trabalhar com amigos, cada vez mais. Dennis foi um dos diretores de "Dancin' Days", em 1978. A partir de 1985, com "Corpo a Corpo", quase que só trabalhei com ele. Fui supervisor de "Lua Cheia de amor", do Ricardo e Ana Maria Moretzsohn. Depois, Ricardo ajudou na sinopse de "Anos Rebeldes", fez parte de "O Dono do Mundo", e ajudou muito em "Celebridade". E não aceitou crédito. É ótimo trabalhar com os amigos.

Pergunta- Qual será seu próximo trabalho?
GB - Antes de mais nada, quero descansar. Depois está combinado que farei uma minissérie sobre a vida do Tom Jobim.

(por Fabíola Tavernard)

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