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09/11/2007 - 17h44

Gravações de "Amor e Intrigas" ocupam as ruas de Ouro Preto

Do PopTevê

Divulgação

Gravações da novela ''Amor e Intrigas'' em Ouro Preto

A meteorologia parecia ajudar: o céu cinzento que encobria a cidade de Ouro Preto, na região centro-sul de Minas Gerais, combinava perfeitamente com o clima de pesar exigido pelas gravações das cenas iniciais de "Amor e Intrigas", trama da Record que estréia no dia 20.

A equipe técnica, no entanto, não gostou da ambientação que a natureza preparou. E o diretor geral da novela, Edson Spinello, já adiantava que o público verá o horizonte de uma cor diferente da original. "Vamos usar recursos tecnológicos e, graças a eles, poderemos mostrar um céu bem mais bonito do que esse que gravamos", explica.

Para as primeiras cenas, a equipe ocupou o cemitério anexo à Igreja de Santa Ifigênia. Naturalmente silencioso, o ambiente foi agitado pela presença dos atores e dos cerca de 30 figurantes mas, principalmente, pelas orientações de Spinello via megafone. Frases como "O pessoal do cortejo pode vir, mas não deixa fazer buraco" e "Podem descansar, deixem o caixão no chão mesmo", provavelmente inéditas por ali, marcaram o registro do enterro de Dilma.

A personagem de Ângela Leal será vítima de um golpe armado pela própria filha, a arrivista Valquíria, de Renata Dominguez, e sofrerá um infarte fatal. "É a morte dela que coloca a trama em movimento e determina toda a história", conta Ângela. A afirmação da veterana não é exagerada: afinal, são o sofrimento pela perda da mãe e o desejo de reaver o que restou do patrimônio que levam sua outra filha, a protagonista Alice, de Vanessa Gerbelli, ao encalço da irmã Valquíria no Rio de Janeiro.

Chegando para a gravação do enterro em um discreto vestido preto,
Vanessa logo foi cercada pela maquiadora e pelo cabeleireiro, que quiseram assegurar que os cachinhos meticulosamente modelados não haviam saído do lugar. "A Alice é uma heroína romântica e delicada. Todo o visual dela reflete isso", justifica a atriz.

Mostrando essa fragilidade, a personagem permanece sorumbática durante o cortejo e o enterro da mãe. A única fala da cena pertence a Antônio, amigo da família interpretado pelo ator mineiro Mário César Camargo. Depois de ensaiar a movimentação inúmeras vezes, Spinello dá o sinal verde para que as câmaras comecem a trabalhar. Ao final do discurso Vanessa caiu em prantos, ajoelhando-se diante do caixão --emoção que precisou reproduzir mais alguns pares de vezes. "Esse é o primeiro capítulo, por isso estou tendo um cuidado especial com essas cenas", explica o diretor.

Desvelo que se estendeu pelo segundo dia de gravações, que começou cedo. Desde a manhã, técnicos montavam seus aparatos diante da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, construída no Século XVIII para servir de templo para os negros da cidade histórica. Em frente ao pórtico, sob o olhar dos curiosos, Renata Dominguez dava os toques finais na caracterização da primeira fase de Valquíria.

Com os cabelos louros na altura no ombro e bronzeada, Renata surpreendeu ao aparecer com a pele clara e cabelos castanhos --obra de maquiagem e de uma musse que mistura pigmentos marrons e pretos. "Aqui estou disfarçada", brincou a bem-humorada Renata. "Esse estilo mais simples do início é tudo o que a Valquíria mais despreza", explica.

A noite já ia alta quando o diretor deu início às gravações do golpe de Valquíria, que vende as máquinas de costura da confecção de Dilma. Um dia inteiro de trabalho não arrefeceu o entusiasmo de Spinello, que fez Renata e os figurantes repetirem a cena à exaustão. "Parece pegadinha!", exclamou a atriz, incrédula, quando o diretor anunciou que iria que refazer o trecho já gravado algumas dezenas de vezes. "Quero apresentar um produto de qualidade. Então, vou repetir o quanto for necessário até ficar bom", advertiu o diretor.

(por Louise Araújo)

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