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12/09/2007 - 12h38

Ser ator é uma questão de treino, diz Malvino Salvador, o Régis, de "Sete Pecados"

Do PopTevê

Luíza Dantas/CZN

Malvino Salvador interpreta o boxeador Régis em Sete Pecados

Com a cabeça raspada, corpo "sarado", habilidade de boxeador e jeito de malandro, Malvino Salvador encarna o Régis de "Sete Pecados", um típico "bon vivant". O valentão foi capaz de enrolar Elvira, sua ex-noiva vivida por Nívea Stelmann, por cinco anos, até levá-la ao altar.

Mas Régis tem mais a oferecer que músculos definidos. Ele é um sujeito boa-praça. E é justamente aí que está o principal atrativo do personagem para o ator. "Com essa postura malandra, Régis até poderia ser um mau caráter. Mas me preocupei em fazê-lo um cara do bem, de uma forma crível, até para ter um lado cômico", avalia.

O sonoro "não" que ouviu de Elvira na igreja perante centenas de convidados parece ter mudado os conceitos do boxeador. Desde que foi abandonado, o solteiro convicto percebeu que não pode ser plenamente feliz sozinho. Não é à toa que o destino colocou em seu caminho o anjo Berenice, interpretado por Thalma de Freitas. "Ele tem medo de se amarrar, gosta de viver o jogo da sedução", explica o ator, que pela primeira vez assume um ar moderno diante das câmaras.

Aos 31 anos, ele livrou-se do bigode, topete, postura engessada, linguagem formal e tudo mais que caracterizasse Tobias, Vitório ou Camilo, personagens que viveu nas novelas "Cabocla", "Alma Gêmea" e "O Profeta", todas de época.

Malvino conta, que, no caso de Régis, a composição do personagem foi mais "light". "Eu tinha o personagem na mão desde o começo. Quando soube que ele seria um lutador, não pensei duas vezes e sugeri o boxe", conta ele, apaixonado pelo esporte desde a infância. "Quando me perguntavam o que eu seria quando crescesse, respondia: 'boxeador'", recorda Malvino, que acredita que a dedicação supere o talento na formação de um bom ator.

"É questão de treino. Dá para aprender a ser ator. Melhor que talento é disciplina", opina. Quando largou a faculdade de Ciências Contábeis em Manaus, em 2000, Malvino foi para São Paulo com uma condição. Ou se daria bem na carreira artística em um ano, ou voltaria à cidade natal e passaria o resto de seus dias trabalhando em escritório. "Eu seria um cara infeliz, tenho certeza", afirma.

Do início como modelo, ele se recorda do pavor que sentia cada vez que via uma câmara na frente. "A primeira vez que vi aquele 'olho' na minha direção, foi ridículo", conta aos risos. Aos poucos, ele se acostumou, fez cursos de interpretação para TV e conquistou uma vaga na peça "Blue Jeans", dirigida por Wolf Maya. "Eu era muito verde. Foi um grande aprendizado com um cara que considero genial", elogia.

Agora, Malvino é um dos queridinhos de Walcyr Carrasco. Amigo pessoal do autor, ele acredita que isso facilite a construção deste e de futuros personagens. "Ele acaba conhecendo a minha personalidade e, a partir daí, cria tipos que se encaixam no meu perfil", encerra.]

(por Fabíola Tavernard)

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