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10/09/2007 - 20h41

"Temos o mesmo cinismo calmo", diz Juliana Didone sobre Fernanda de "Paraíso Tropical"

Do PopTevê

Luíza Dantas/CZN

Juliana Didone, que interpreta sua primeira vilã em Paraíso Tropical

Desde que começou a interpretar a venenosa Fernanda, em "Páginas da Vida", Juliana Didone tem se deparado com reações passionais dos espectadores. Há alguns dias, o garçom que a servia aproximou-se da mesa e disse: "Você está correndo um sério risco de vida. Estou com ódio de você". Diante do espanto da atriz, ele completou "Parabéns pelo trabalho". "As pessoas têm tido mais vontade de dar palpite, demonstram mais os sentimentos", conta a atriz.

Não é à toa. Fernanda chegou para atrapalhar a vida da doce Camila (Patrícia Werneck), que havia caído no gosto dos telespectadores. A oportunidade de viver a vilã depois de duas mocinhas --a riponga Letícia, de "Malhação", e a espevitada Baby, de "O Profeta" - surgiu quando Juliana estava pensando em férias. "Mas é Gilberto Braga, né? Não tinha como recusar. Acho ele um dos autores mais incríveis", elogia.

Mostrando que está mesmo agradecida ao autor, ela não perde tempo em defender a personagem. "Mas por favor, não me achem louca!", pede, às gargalhadas. Irmã de criação de Fred (Paulo Vilhena), ela em breve vai abrir o jogo com o rapaz sobre o amor que sente por ele. "O destino trouxe para ela um príncipe encantado e ela não quer perdê-lo", explica.

Para criar o mundo da personagem, Juliana recorreu a passeios pela sofisticada rua Oscar Freire, em São Paulo, e leu o romance "Hell", escrito pela patricinha francesa Lolita Pille. Mesmo se definindo diferente da personagem, ela deixa escapar que seus amigos encontram algumas semelhanças entre atriz e personagem. "Eles dizem que temos o mesmo cinismo calmo. Ela nunca faz provocações gritando, fala as maiores barbaridades com uma cara totalmente tranqüila", encerra, brincando.

Pergunta - Como está sendo fazer sua primeira vilã?
Juliana Didone - Muito divertido! A Fernanda tem uma personalidade bastante forte, além desse amor doido pelo irmão. Estou gostando porque posso mostrar um outro lado meu. É tão fácil você ser rotulada por ser só a boazinha, ou só a malvada, ou só a engraçada... fico feliz de ter feito dois trabalhos em que eu era mocinha e um terceiro completamente diferente.

Pergunta - Essa mudança teve um peso maior por acontecer em uma novela de horário nobre?
Juliana - Para mim, não. Eu não sinto como um peso, mas sim uma responsabilidade como qualquer outra. Sou bem séria no meu trabalho porque realmente gosto muito do que eu faço. Por outro lado, a minha insegurança também me faz ser bem dedicada. Não importa se é "Malhação", novela das seis, das sete ou das oito: a minha dedicação vai ser a mesma para o resto do trabalho. O único peso que carrego é o de estar fazendo um personagem novo, que não sei se vai dar certo.

Pergunta - Existe uma polêmica a respeito da relação entre o Fred e a Fernanda. Muita gente se refere a isso como um incesto. Como você vê essa reação?
Juliana - Não é incesto porque eles não são irmãos de sangue. Mas choca porque, para o público, quem mora juntos desde os 11 anos é irmão. Na cabeça das pessoas, esse sentimento dela é feio, imoral, causa estranhamento.

Pergunta - Por conta disso, a resposta do público tem sido diferente?
Juliana - Com certeza. E é engraçado ouvir esses comentários, porque eu sempre escutei o oposto. Quando você faz a boazinha, a pessoa vem, te dá parabéns pelo trabalho e só. Mas agora, com uma vilã, vejo que as pessoas se mostram mais passionais. Acaba despertando um ódio maior.

(por Louise Araújo)
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