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04/05/2007 - 20h49

Maria Fernanda Cândido fala da sofisticada fragilidade de Fabiana, de "Paraíso Tropical"

Do PopTevê

Jorge Rodrigues Jorge/CZN

Fabiana é o primeiro papel contemporâneo de Maria Fernanda

Para muitas atrizes, o processo de preparação --maquiagem, cabelo e figurino-- para as gravações é chato e exaustivo. Mas isso não se aplica a Maria Fernanda Cândido.

A atriz, que vive a sofisticada Fabiana em "Paraíso Tropical", está com a vaidade mais aguçada desde o início da novela. Adora passar preciosos minutos no camarim, está para lá de antenada nas últimas tendências da moda e é fã do estilo sofisticado e ao mesmo tempo minimalista da advogada que interpreta.

"Pela primeira vez faço escova no cabelo, uso brincos, relógios e jóias bonitas para gravar. Isso sem falar na maquiagem. Gosto especialmente porque a Fabiana é elegante, mas sem exageros", enumera.

A vaidade da atriz se explica. Desde que estreou na TV em "Serras Azuis", da Band, ela estava acostumada a participar de novelas de época. Nestas, como em "Terra Nostra" --trama em que conquistou destaque--, "Esperança", e a minissérie "Aquarela do Brasil", Maria Fernanda viveu mulheres simples, modestas, que passavam longe de roupas e acessórios sofisticados.

Daí sua expectativa em mostrar ao público seu lado atual. "Estou satisfazendo uma vontade antiga, que é fazer uma novela do Gilberto. Além de urbanos, os personagens têm o perfil psicológico bem delineado", avalia.

Fragilidade

Embora bem traçado, o psicológico de Fabiana é complicado. Apesar de ser uma mulher de indiscutível beleza e uma profissional bem-sucedida, a moça vive um conflito que lhe tira o sono. Amante de Antenor, casado há anos com Ana Luísa (Renée de Vielmond), Fabiana está prestes a se ver rejeitada pelo empresário após ser flagrado pela mulher (leia mais).

Apesar de toda a segurança que aparenta, a bela advogada vai se humilhar para tentar ficar com o amante e quase morre ao ingerir uma dose excessiva de calmantes. Após o fim do relacionamento, encerra-se a participação de Fabiana na trama, como já estava previsto na sinopse inicial.

Ao se preparar para a personagem, aliás, a paranaense de 32 anos percebeu que existem muitas Fabianas por aí. Maria Fernanda visitou o Fórum de São Paulo, conversou com várias advogadas e constatou um fato curioso.

Apesar da eloqüência e eficácia de argumentação dessas profissionais perante o júri, quando o assunto é sentimento, a sensação é de um certo "bloqueio mental". E elas demonstram toda sua fragilidade. "Conheci mulheres inteligentíssimas que caem no papo desses caras e ficam nessa situação desconfortável por anos", exemplifica.

Formada em Terapia Ocupacional pela Universidade de São Paulo, Maria Fernanda diz que sempre se interessou pelas relações humanas. Atualmente, tanto na TV quanto no teatro, ela aborda o tema. Em cartaz no Rio de Janeiro com a peça "Pequenos Crimes Conjugais", de Márcio Aurélio, ela fala das ambigüidades do coração e dos afetos e desafetos criados ao longo da vida. "Cada personagem é um universo de sabedoria, emoções, qualidades e defeitos. Quero experimentar isso na pele de uma vilã ou de uma mulher cômica", diz.

(Fabíola Tavernard)

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