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10/06/2007 - 15h48

Aproxima-se o fim da bem sucedida série americana "Família Soprano"

NOVA YORK, 10 Jun (AFP) - Como acabará Tony Soprano? Esta é a pergunta que se fazem milhões de telespectadores que acompanharão, neste domingo, o último episódio (o 86º) da série "Família Soprano", que a emissora a cabo HBO exibe há oito anos.

Quase nada vazou para a imprensa sobre o destino de Tony Soprano, magistralmente interpretado por James Gandolfini, um chefão muito humano da máfia de Nova Jersey.

Tony se esforça por conciliar as necessidades de sua família (sua esposa, Carmela, interpretada por Edie Falco, seu filho A.J., interpretado por Robert Iler, sua filha Meadow, interpretada por Jamie-Lynn Sigler, e sua irmã Janice, interpretada por Aida Turturro) e as da "família" mafiosa.

A única pergunta dos fãs parece ser se Tony irá para a prisão, ajudará o FBI sob proteção concedida aos informantes ou continuará vivendo sua vida como sempre.

Segundo a imprensa americana, o criador da série, David Chase, teria filmado três finais diferentes para se certificar de que o mistério será mantido até o final do episódio, exibido no domingo.

"Algumas pessoas gostarão do final, outras não", disse recentemente à Entertainment Weekly.

No penúltimo episódio, o chefe da máfia de Nova York, Phil Leotardo (Frank Vincent), declarou guerra a Tony Soprano. Bobby Bacala (Steve Schirripa), o cunhado de Tony, foi a primeira vítima desta guerra mafiosa. Seu fiel braço-direito, Silvio Dante (Steven Van Zandt), foi gravemente ferido pelo grupo rival e está em coma. Sua psicanalista, a doutora Melfi (Lorraine Bracco) advertiu que deve terminar seu tratamento e Tony, encurralado, vai dormir com uma arma automática apoiada no peito.

A única certeza é que com o fim de "Família Soprano" desaparecerá uma série que revolucionou todos os códigos televisuais, que ganhou vários prêmios e é transmitida em 40 países.

A série não é mais uma sobre o crime organizado. Mostra detalhadamente a vida de monstros comuns, de pessoas quase banais, que falam como todos das pequenas coisas da vida, da angústia da morte.

Tony Soprano dirige uma empresa de coleta de lixo, mas também é um mafioso que escala posições, fazendo inimigos.

Ele se emociona às lágrimas diante de uma família de patos que passa por sua piscina, mas age sem o menor escrúpulo diante de seres humanos à sua mercê. Ao ter dificuldades para administrar seu estresse e sofrendo de ataques de pânico, ele começa a consultar, em segredo, uma psicóloga.

Mistura de "programa de gângsteres" e tragicomédia, "Família Soprano" é uma série perturbadora para o telespectador - como se pode sentir simpatia por uma família de mafiosos? -, mas também fascinante, com um humor muito particular desta família desajustada.

Segundo o jornal New York Times, a série "é, talvez, a maior obra da cultura popular americana dos últimos 25 anos".

Exibida em canal a cabo, a série conseguiu escapar do estrito controle moralista das emissoras abertas americanas. Em "Família Soprano" aparecem cenas de nu e violência, se ouvem palavras grosseiras ou consideradas injuriosas contra as minorias.

"Mas esta não é a principal razão de seu êxito", defende-se Chase, que acredita que estas cenas só reforçam o "realismo" da série.

Embora muitos fãs digam que gostariam que a série durasse eternamente, outros comemoram o seu fim.

O próprio James Gandolfini disse várias vezes que estava cansado do personagem. Quanto a Chase, afirmou recentemente: "se sentirá um alívio. Criativa e artisticamente, acabou".

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