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07/02/2003 - 10h12

Os "reality-shows" estão cada vez mais populares nos EUA

Por Michel Moutot

NOVA YORK, 7 fev (AFP) - Inaugurados há três anos com "Survivor", a moda dos "reality shows" parece não ter fim nos Estados Unidos, onde são cada vez mais numerosos e populares.

Na semana passada, o canal Fox obteve pela primeira vez a liderança da audiência semanal graças a seus dois "reality-shows", "Joe Millonaire" e "American Idol".

"Joe Millionaire" é uma variação da série de jogos de casais: dez belas jovens disputam o interesse de um rapaz digno das propagandas de roupa íntima, que, segundo os produtores, seria herdeiro de uma fortuna de 50 milhões de dólares. Depois de vários encontros, atividades e noitadas, "Joe Millonaire" leva para casa uma jovem por semana.

O objetivo do jogo é a escolha de uma única felizarda e o registro pelas câmeras, em primeiro plano, de sua reação quando descobre que seu namorado rico ganha apenas 1.500 dólares trabalhando como operário na construção.

O sucesso do programa é tamanho que a Fox ofereceu, segundo a imprensa especializada, o espaço publicitário da última edição da temporada por 500.000 dólares, uma cifra desproporcional em relação às habitualmente cobradas pelo canal.

O episódio da semana passada atraiu mais de vinte milhões de espectadores, em sua maioria jovens, o objetivo dos anunciantes.

A Fox alcançou igualmente altos níveis de audiência com "American Idol", de elaboração mais clássica: oito candidatos a cantor, com câmeras onipresentes que o acompanham ininterruptamente, disputam a preferência e o voto do público.

Diante de tanto entusiasmo, as grandes cadeias tentam aproveitar. o filão. A ABC lançou "The Bachelorette", que também faz a delícia dos tablóides. Nesse caso, são quinze rapazes que disputam o interesse de uma bela jovem. Ela oferece encontros românticos, às vezes interrompidos pela insperada entrada em cena de outros candidatos.

Apesar de inferiores aos de "Joe Millonaire", os níveis de audiência de "The Bachelorette" são muito elevados, e os fã-clubes e foros de discussão se multiplicam na internet.

O sucesso dos "reality shows" no curso das últimas duas temporadas nos Estados Unidos é tal que estão a ponto de revolucionar a lógica econômica do setor.

"O modelo econômico desse setor, que já tem 50 anos, faz parte da história", estima, no New York Times, Gail Berman, presidente da divisão de entretenimento da Fox Television.

A produção desses programas é muito mais barata dos que a de séries de ficção, é mais lucrativa e pode ser recheada de publicidade indireta, através da colocação de diversos produtos em cena.

O presidente da CBS Television, Leslie Moonves, anunciou recentemente que a próxima programação da cadeia, a partir de setembro, incluirá não menos de oito "reality shows".

A Fox TV está decidida a conservar sua vantagem: o canal anunciou para março o lançamento de "Married by USA".

Partindo da constatação de que em inúmeros estado as taxas de divórcio se aproximam dos 50%, as emissoras não encontram problemas em conseguir voluntários que aceitam se casar, de maneira oficial, com o cônjuge escolhido pelos telespectadores, mesmo que essa união provavelmente não vá durar mais do que alguns dias de fama.

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