08/08/2011 - 13h20

Aguinaldo Silva critica vilão de "Insensato Coração"

Do UOL, no Rio

Aguinaldo Silva participa de bate-papo no Rio (18/7/2011)

Aguinaldo Silva, autor de “Fina Estampa” – próxima novela das nove da Globo – usou o Twitter para criticar Léo, vilão de “Insensato Coração” interpretado por Gabriel Braga Nunes. “O vilão de ‘Insensato Coração’ no começo tinha até um motivo: provar ao pai que não era tão ruim quanto ele achava. Um dia minha empregada disse: ‘se ele quer provar ao pai que não é ruim, então por que faz tantas maldades?’ Ou seja, sua causa era duvidosa”, escreveu.

Aguinaldo explicou que é isso o que chama de perversão nas novelas atuais: o fato de que os autores deixam seus vilões fazer maldades gratuitamente, sem motivo. “É por que o público gosta disso? Acho essa tese discutível. O público gosta do gênero e o vê mesmo que seja pra dizer: que novela horrível!”, argumentou.

Para o autor, os vilões das novelas mudaram desde que a Flora, papel interpretado por Patrícia Pillar em "A Favorita", saiu “por aí a praticar todo tipo de maldades sem ter nenhum motivo credível pra isso”. Aguinaldo disse, ainda, que os vilões das novelas atuais beiram a perversão. “Alguém disse que os vilões são assim mesmo... E citou alguns dos meus pra fortalecer seu argumento: Odete Roitman, Nazaré Tedesco... Vou dizer a vocês o que torna o vilão um pervertido: é quando ele pratica todo tipo de maldades sem ter uma causa que as justifique. Pois, assim como os heróis da novela, os bons vilões têm uma causa que precisam levar a bom termo”, explicou.

Segundo Aguinaldo, Odete Roitman, papel interpretado por Beatriz Segall em “Vale Tudo”, queria preservar os valores em que acreditava. “E pra isso precisava encaminhar na vida o filho, que não passava de um fraco”, justificou. Já Nazaré, personagem interpretada por Renata Sorrah em “Senhora do Destino”, queria provar ao mundo que mãe não é quem pariu, mas quem criou e tratou a cria com todo o amor do mundo. “Assim, tanto Nazaré como Odete tinham motivos que faziam o telespectador pensar: ‘ah, agora entendi porque elas são desse jeito’”, exemplificou.