Comandante Hamilton, repórter aéreo do programa "Cidade Alerta" (2011)
Com mais de 20 anos de experiência, o braço direito do apresentador José Luiz Datena, Hamilton Alves da Rocha, o repórter aéreo mais conhecido da TV brasileira, está sempre pronto ao som da frase – “Põe na tela comandante Hamilton.” O piloto afirma que conquistou a credibilidade do público graças ao seu profissionalismo. “São anos de trabalho, você acaba ganhando a confiança das pessoas. O pessoal sabe que as informações são transmitidas de maneira correta, sem interferências. Quer dizer, sem interferência total é difícil, mas aqui a gente tem a preocupação com o conteúdo.”
Hamilton também recebe algumas informações privilegiadas. “Tenho minha central de informação. Ela foi desenvolvida há alguns anos para manter o helicóptero abastecido de notícias o tempo todo”, diz Hamilton, que complementa, “hoje minha equipe trabalha em conjunto com a Record, para que tenhamos informações de maneira ágil.” No dia em que o comandante recebeu a equipe de reportagem do UOL para conhecer seu helicóptero em Carapicuíba, São Paulo, o major da polícia militar do Estado de São Paulo, Marcel Lacerda Soffner, também esteve no local para acompanhar o repórter aéreo durante o programa ao vivo “Cidade Alerta”, da Record, transmitido de segunda à sexta, às 17h. Leia a entrevista completa com o comandante Hamilton abaixo.
UOL - Sua profissão de repórter aéreo mexeu com você pessoalmente? Você ficou mais vaidoso?
Comandante Hamilton - Não me sinto assim, “conhecido”. É trabalho né? A única coisa é que meu trabalho tem um pouco mais de exposição.
UOL - Como foi sua negociação para ir para Record?
Comandante Hamilton - Era uma coisa antiga já. No começo eu estava meio “ressabiado”, eu nem imaginava que a Record queria me contratar. O Douglas [Tavolaro, diretor de jornalismo da Record] me convidou, eu aceitei e foi a melhor coisa que eu fiz.
UOL - A cobrança por audiência aumentou?
Comandante Hamilton - Não. Eu me cobro por eficiência. Cada vez mais quero fazer um trabalho melhor. A cobrança é minha. Não precisa ninguém me cobrar, pois eu mesmo faço isso, fico preocupado em levar a melhor informação.
UOL - O que você aprende com o Datena?
Comandante Hamilton - O nível profissional elevado. O Datena gosta das coisas bem feitas, e essa também é uma característica minha. Nisso a gente se entende muito bem. Ele [Datena] é um cara culto, lê bastante, entende de todos os assuntos. Esse tipo de programa [policial] só dá certo com ele, por isso ele conquista o horário. Eu trabalho com um cara muito bom, que tem um talento incrível. Se ele apresentasse um programa de auditório, o público iria amar, pois ele é um cara muito engraçado, tem ‘sacada’. Considero-o insubstituível, não apareceu ninguém no nível dele. É gostoso trabalhar com o ele, embora, o pessoal diga que ele é bravo, briga, o José Luiz Datena é um ‘coraçãozão’, maravilhoso.
UOL – Como funciona sua rotina?
Comandante Hamilton – Minha rotina começa a partir das 15 horas, nesse horário já ficamos ligados. Não é fácil fazer um jornal de 3 horas diariamente, é estressante, um “leão por dia”, mas já acostumei, é meu trabalho.
Apresentador Datena e comandante Hamilton no estúdio da Record (2011)
UOL - Que feedback você teve da Record, agora que você participa de todos os telejornais da emissora?
Comandante Hamilton – A Record é uma empresa que possui todas as qualidades para ser a melhor do Brasil, sinto prazer em fazer parte de um grande e bem estruturado grupo de comunicações. Ela dá liberdade e apoio ao meu trabalho, estou sempre pronto para que o telespectador tenha a certeza de que tudo que acontece de importante na cidade, ou seja, de interesse jornalístico, ele será o primeiro na Record.
UOL - Por que hoje as imagens aéreas são tão importantes para TV?
Comandante Hamilton – Pela rapidez e também pelo ângulo privilegiado de captação de imagens. Hoje o helicóptero é fundamental para TV.
UOL - O que você mais gosta de noticiar?
Comandante Hamilton – Boas notícias, sobre educação e desenvolvimento do nosso Brasil. Gosto de mostrar imagens que dão motivação e alegria para as pessoas, mas infelizmente ainda não consegui achar o formato de notícia que tenha interesse do público e traga boas notícias.
Na minha opinião deveria haver incentivos para formação de heróis nacionais e outras referências positivas para juventude.
Comandante Hamilton, repórter aéreo UOL - Além de jornalista e piloto, você também é ator e já produziu alguns programas. Como foi essa experiência?
Comandante Hamilton – Apresentei durante quase dois anos um programa na RedeTV! que se chamava "Viva Ação" e fizemos alguns pilotos para programas infantis. Para as crianças, criei alguns anos personagens que ilustram histórias sobre cidadania e educação ambiental, elas são distribuídas durante palestras para a garotada. Os personagens podem ser vistos no meu site www.cmtehamilton.com.br. Na minha opinião deveria haver incentivos para formação de heróis nacionais e outras referências positivas para juventude.
UOL - Você acha que os outros pilotos ficaram com “ciúmes” de você, e por conta do sucesso, alguns já pensam em investir na carreira de repórter aéreo?
Comandante Hamilton – Acho que ciúmes não. Apenas fui pioneiro no segmento “helicóptero para TV" e mostrei que é uma boa atividade, tenho certeza que outros irão fazê-lo melhor até do que eu, o meu filho Uan Rocha, por exemplo, faz um excelente trabalho, possui visão jornalística e narra muito bem os fatos e acontecimentos quando está pilotando o helicóptero ao meu lado.
UOL - Você é assediado nas ruas?
Comandante Hamilton – Sou cumprimentado, as pessoas comentam sobre algumas notícias. Acho interessante ver a força e a responsabilidade que é fazer jornalismo para TV.