08/04/2011 - 07h00

"Eu só não vendo mulher e filho", diz Marcelo de Carvalho, apresentador e sócio da RedeTV!

ANA JARDIM
Do UOL, em São Paulo

São 15h20 de uma quarta-feira (6) e, no restaurante VIP da RedeTV!, em Osasco, região metropolitana de São Paulo, o vice-presidente Marcelo de Carvalho almoça um risoto com carne. "Vocês me acompanham?", pergunta o empresário e apresentador do programa "Mega Senha".

Entre uma garfada e outra, Marcelo responde, sem restrição, a todas as perguntas. Fala sobre possível venda de sua parte na RedeTV!, de seu casamento com Luciana Gimenez e até sobre polêmica junto ao Clube dos 13 pelos direitos do Brasileirão. "Fui procurado sim por grupos internacionais para vender minha parte da RedeTV!, e venderia caso interessasse. Sou um negociante, só não vendo mulher e filho”, conta.

Casado com Luciana Gimenez há cinco anos, com quem teve o primeiro filho dia 24 de fevereiro, Marcelo diz que nasceu para “ser pai” e pode até fazer bem televisão, mas que “cozinha excepcionalmente bem”.

Sobre a polêmica com os direitos de exibição do Campeonato Brasileiro, --a RedeTV! venceu a licitação junto ao Clube dos 13, mas a instituição ‘se partiu’ e a Globo está negociando individualmente com cada clube--, Marcelo mete a boca na postura da concorrente. "Isso é uma aberração jurídica. A Globo está batendo na porta dos clubes com um saco de dinheiro na mão", e afirma que a RedeTV! irá lutar na “justiça até o fim”.

UOL - Como está sendo a experiência como apresentador?
Marcelo de Carvalho - Absolutamente normal. Eu costumo dizer que nós empresários somos cada vez mais midiáticos. Eu particularmente não tenho ideia de quantas vezes fiz apresentações em convenções, apresentei produtos, dei aulas... Isso para mim é absolutamente natural. Minha mulher brinca que se eu for a um lugar e tiver um caixote, eu subo em cima e faço um discurso [risos]. Veja por exemplo, o Roberto Justus, o João Dória Jr. No mundo existem vários empresários assim. Veja o Steve Jobs [dono da Apple], ele faz apresentações, convenções para milhões de pessoas no mundo.

UOL - Você esperava que o “Mega Senha” tivesse toda essa repercussão?
Marcelo de Carvalho - Essa resposta eu não vou dar como apresentador, mas sim como empresário. Para nós é uma satisfação muito grande que “Mega Senha” esteja entre as três maiores audiências da RedeTV!, e sem dúvida a que mais cresce. Na semana passada ficamos 30 minutos na frente do SBT, quem sabe o Silvio Santos não me contrata para apresentar um programa lá [risos]. Cada dia mais as pessoas comentam sobre o programa. É uma repercussão de “A a Z”, desde amigos meus, até o ascensorista do prédio, o jardineiro, o guarda da escola dos meus filhos. Respondendo essa pergunta como diretor executivo da RedeTV!, eu digo que é uma grande felicidade para nós.

UOL - Ok, mas e o reconhecimento do público? Já que você apenas como vice-presidente da  RedeTV! não teria a mesma visibilidade.
Marcelo de Carvalho - [Marcelo faz um a pausa, respira e toma um pouco de vinho antes de responder]. Quanto a isso eu fico pasmo. As pessoas dizem, "oi Marcelo", e eu olho achando que é alguém que me conhece, mas não é. As pessoas me passam ‘papeizinhos’ na rua e dizem que querem participar do programa. Eles ficam muito próximos e estou achando bastante divertido. Me tornei uma pessoa que, querendo ou não, estou todos os sábados à noite na casa das pessoas.  Mas eu não me incomodo com toda essa proximidade, até porque a Luciana é mil vezes mais talentosa, famosa e linda do que eu. Então quando estávamos juntos era normal que as pessoas me parassem e cumprimentassem.

UOL - Você citou a Luciana, mas agora ela está ausente da atração. Isso te deixa deslocado no palco?
Marcelo de Carvalho - Bem, a Luciana é apresentadora de televisão, eu “estou apresentador”, e é essa a diferença entre nós.  A Luciana é conhecida, tem mais de 500 mil seguidores no Twitter.  Quando fui ao Carnaval com ela eu pude ver isso de perto, a multidão cantando, fazendo festa. Luciana Gimenez é um carisma, é um talento. Neste mundo as coisas são assim: a pessoa nasce ou não com brilho. Estou aqui e ela lá em NY, fazendo realmente o que tem que fazer, que é cuidar do nosso filho, e para ela está sendo muito legal ficar nos Estados Unidos, pelo menos por enquanto, onde pode ter mais sossego. Lá ela pode dar de mamar, cuidar prioritariamente do Lorenzo. Agora, estou interino no comando da atração, mas assim que ela voltar ao Brasil e às atividades, ela também vai voltar para o programa.

UOL - Havia notícias de que ela não voltaria mais para o “Mega Senha”.
Marcelo de Carvalho - Isso não procede. Há uma diferença entre seres humanos inteligentes e os burros. O burro escreve despautérios tamanhos que desqualifica qualquer tipo de profissional da mídia. As pessoas perdem tempo em falar, inventar coisas surreais. Isso não procede, ela vai voltar sim.

UOL - Você tem alguma participação na indicação de nomes de famosos para o “Mega Senha”?
Tenho total participação neste processo. Veto, sugiro, recuso. Geralmente veto quem eu não conheço, mas, por exemplo, como meu gosto é muito peculiar a produção me convence de que o convidado vale. Eu sou democrático. Eu não assisto ao “BBB”, não sei quem são os participantes, mas aí a produção me diz que vale, e eu aceito. Uma pessoa que eu gostaria muito de fazer o programa é com o Ronaldo Nazário, ele é um cara que está na mídia, que é bacana e dá repercussão. Outro “Mega Senha” também que gostaria de fazer, seria com Roberto Justus e João Doria, botar um contra o outro para competir no palco do programa seria incrível.

UOL - Como é seu dia a dia como pai, empresário e apresentador?
Marcelo de Carvalho - Eu durmo muito pouco, cerca de quatro a cinco horas por noite. Não me sobra tempo. Hoje por exemplo, vou terminar o “Mega Senha”, meus filhos dormem em casa, vou fazer jantar para eles, pegar minha filha em uma festa, fazer mala... Então devo dormir às 2h. Amanhã às 7h tenho reunião, então, não tem jeito. Digo que para eu ir até NY é mais perto e mais fácil do que ir para o Alto de Pinheiros. Tudo isso por causa do trânsito, e ainda lá dou graças a deus que fico meio “off” de comunicação.

UOL - Mas você sempre diz que é muito ligado em tecnologia, não sente falta?
Marcelo de Carvalho - (Risos) Por incrível que possa parecer, a parte do casal mais ligada em tecnologia é a Luciana. Ela é muito mais do que eu, e foi quem me introduziu neste mundo de iPad, iPod, "ipud".

UOL - Você tem Twitter?
Marcelo de Carvalho - Não tenho Twitter, não tenho Facebook, não tenho MSN. E outro dia minha filha me adicionou "num negócio do Blackberry" que chama BBM e quando me pediram a senha do PIN do negócio e eu não tinha nem ideia do que era.

UOL - Você disse que cozinharia para seus filhos hoje, já deu entrevistas falando sobre seus 'risotos e dotes culinários', você gosta muito de cozinhar?
Marcelo de Carvalho - Sim. [Pausa e um sorriso] Olha, eu acho que fazer televisão eu até faço bem, mas eu digo com propriedade que cozinhar eu faço excepcionalmente bem.

UOL - O que você gosta de cozinhar?
Marcelo de Carvalho - Comida italiana. Massas, risotos, peixes, assados, mas nada light.

UOL - E como você faz na sua casa? A Luciana é magra, faz dieta...
Marcelo de Carvalho - Aí é uma tragédia [risos]. Evidentemente, durante a semana não dá tempo, eu trabalho, chego em casa tarde. Sou um cozinheiro de final de semana e tenho meu cardápio. Convido meus amigos, hóspedes que estão comigo, meus filhos... O bebê [Lorenzo] ainda não porque ele está no leite [gargalhadas]. E aí tem outro cardápio para a Luciana: umas saladas, uma sopa horrorosa. É inacreditável que alguém tome aquilo. Agora, quando é um prato muito bom, mas muito mesmo, ela come e depois me xinga. “Desgraçado, vou ter que malhar muito amanhã”, ela diz.

UOL - Dos pratos que você prepara, qual é o preferido dela?
Marcelo de Carvalho - O penne all'Arrabbiata, que é uma massa com molho bastante picante e a Luciana é apaixonada por este prato. Toda vez que eu faço ela come e depois fica querendo me matar.

UOL - Porque vocês decidiram ter o filho de vocês no exterior?
Por duas razões. A primeira é porque o Lucas nasceu em Nova York com essa mesma obstetra e a Luciana foi muito feliz com ela. Segundo, porque minha mulher é adepta do parto natural e no Brasil se faz mais cesárea. Lá o parto do Lorenzo foi natural, foi uma maravilha, além da médica ser excelente. Aliás, não tenho nada contra aos médicos do Brasil, meus três filhos nasceram aqui, um médico excelente. Mas essa médica teve uma química maravilhosa, então foi incrível. A minha razão foi por me preocupar com o bem estar da Luciana e achar que lá ela tem mais tranquilidade, uma das coisas que aqui a gente perdeu. Quando saímos na rua precisamos de segurança, carro blindado, um aparato militar absurdo, infelizmente. Lá não, você sai a pé, vai passear com o carrinho de bebê sem ninguém te abordar, coisa que meus avós faziam comigo há 50 anos.

UOL - E como você está fazendo para ficar próximo da Luciana e do bebê?
Marcelo de Carvalho - Eu na realidade não estou [indo a Nova York], na verdade eu vou este final de semana. Então meu filho nasceu e eu vim pra cá, fiquei dois meses em São Paulo e agora vou ficar uns dias com eles nos Estados Unidos. Meu filho terá passado quase dois meses sem mim, mas efetivamente eu não dou de mamar né? [risos] Sou um pai muito participativo e a Luciana me diz: “você é tão dominante que até nisso você quer se meter.”

UOL - Você é muito 'mandão'?
Marcelo de Carvalho - Bem, segundo a Luciana eu sou, segundo eu não. Sou a pessoa mais apaziguadora e subserviente do mundo. Mas eu encaro esse lance de bebê na boa: troco fraldas, canto para eles dormirem, músicas excelentes. ‘senhora dona Sanja coberta de ouro prata’... ‘que anjos são esses que correm por aí’, [canta Marcelo]. Quando estou com meus filhos rezo com eles, coloco pra dormir. Eu nasci para ser pai.

UOL - Você tem uma religião?
Olha, não sou de ir à missa. Sou católico e quando tenho alguma dificuldade eu rezo para Nossa Senhora. Não sou praticante, fiz primeira comunhão e tudo mais. Aliás, nesta época minha mãe brigou com o padre, pois cheguei em casa perguntando "o que era cobiçar a mulher do próximo", e ela foi lá tirar satisfações achando um absurdo que ele ensinasse isso. E agora eu também vou arranjar uma briga com o padre que está fazendo a primeira comunhão dos meus filhos. Achei absurdo ele dizer para as crianças que Papai Noel não existe. Como não? Não deve ter existido na casa dele! Eu acredito em Papai Noel até hoje, piamente. É uma das poucas instituições estáveis que existem até hoje na Terra.

UOL - A Luciana parece ser bastante ciumenta, você é também?
Marcelo de Carvalho - Eu não. Sou zero ciumento. Ela é sim, muito ciumenta. Agora veja... Você há de concordar que eu sou lindo, não é mesmo? [Risos] Eu brinco com ela. Falo que eu, com essa cara, ela é ciumenta, já ela com aquela linda... Imagina se eu fosse bonito? Ela me mataria. Também é aquele negócio de signo. Ela é escorpião, eu sou leão. É briga de faca. Mas quero deixar registrado aqui que ‘se eu andar mais na linha o trem me pega’. Estou sozinho no Brasil há dois meses e é só filho, amigo, trabalho. Se contar ninguém acredita. Fui jantar com os amigos. Comemos sushi, rimos, falamos e só. Mas, se contar nenhuma de nossas esposas acredita.

UOL - Há rumores de que você teria procurado um grupo internacional para vender sua parte da RedeTV!, procede?
É o seguinte, eu não procurei grupo internacional nenhum para oferecer minha parte na RedeTV!. O que aconteceu foi que eu fui procurado por alguns grupos internacionais interessados em adquirir minha parte na RedeTV!, e a resposta que eu dei na época é a mesma que eu vou te dar agora. Eu sou um negociante, meu negócio é fazer negócio. Eu sempre ouvirei, nunca deixarei de ouvir, o que não significa que eu tenha oferecido, vá vender ou tenha vendido. Qualquer negócio é um empreendimento de geração de valor, de geração de riqueza e isso tudo tem um preço, um momento, uma oportunidade. É assim com negócios de TV e em qualquer outro negócio, fusões, aquisições, empreendimentos e captação. O mundo está aí e temos que analisar todas as opções e oportunidades que existem comercialmente. O que absolutamente não significa que eu tenha ofertado, aliás, quem oferta é burro porque você está assim desvalorizando seu empreendimento. Você tem que deixar as pessoas virem atrás do seu negócio.

UOL - Então você não descarta a venda de sua parte na RedeTV!?
Marcelo de Carvalho - Eu só não vendo mulher e filho. Eu vendo até cachorro e gato, eu vendo tudo. Terminei meu apartamento agora e chegaram até mim e disseram: “fulano de tal quer comprar seu apartamento”, e eu disse "eu vendo". Só não vendi porque ele (o comprador) quis 'enfiar' uma casa dele no negócio e eu disse não dá. Ele é rico e eu não ia financiá-lo. Corria risco de a Luciana chegar e não ter casa [risos]. Eu sou assim, sou um homem comercial.

UOL - Como fica a posição da RedeTV! com relação ao Campeonato Brasileiro, agora que o Clube dos 13 “se partiu” e a maioria dos clubes já fechou com a Rede Globo?
Marcelo de Carvalho - A RedeTV! irá lutar até o final pelos seus direitos. Esse negócio que a Globo fez é uma absurda aberração jurídica e, se existir um pingo de apreço pela legalidade neste país, essa negociação toda será declarada inválida. Houve uma licitação, a qual a Globo participou, concordou com o Clube dos 13 e junto ao CADE que houvesse. A Globo retirou-se desta licitação porque ela quis. E ela somente quis porque ficou com medo de que a oferta da Record sobrepujasse a proposta dela. Isto é claro, e a RedeTV! ganhou apresentando uma proposta de 516 milhões de reais por ano, vezes três anos, o que equivale R$ 1,5 bilhão. No momento em que ela [Globo] perdeu, porque se retirou, ela decidiu passar por cima do Clube dos 13 e fechar individualmente com cada clube. Isso não é livre negociação, isso é aviltar uma licitação com a qual ela concordou. Isso é totalmente ilegal. É errado. Portanto, eu recomendo que nunca mais no país exista uma licitação. Simplesmente porque aí tudo será resolvido no ‘tapetão’. Mas então, vamos criar esse novo ordenamento jurídico, alterar as leis de concorrência, alterar a constituição e a legislação atual. Eu inclusive ouvi algumas manifestações de pessoas envolvidas dizendo que isso é a livre concorrência. Não concordo. Me diz como pode ter livre concorrência de um grupo que participou de uma licitação, desistiu e depois fez uma oferta sabendo do preço fechado?  Porque é claro que se eu sei do preço fechado eu ganho sempre. Então digo que isso que a Globo está fazendo é uma aberração jurídica, uma vergonha. E a RedeTV! vai buscar seus direitos.

UOL - E os telespectadores que perdem com toda essa confusão. O que você diz?
Marcelo de Carvalho - Pior que isso, tem outro detalhe muito importante e as pessoas não estão se atentando. Eu sou um democrata, totalmente. O que é melhor: você ter uma empresa transmitindo TV aberta, internet, TV paga e PPV, ou uma empresa para cada uma dessas mídias? Se a Globo levar essa "bola", e se todos nós orarmos, talvez em 2016, depois das Olimpíadas e depois da Copa do Mundo, talvez, haja uma brecha para o Brasil assistir jogos em TV paga não pela Globo, em internet, não pelo portal da Globo, em PPV não pela Globo. E você pensa então se não seria melhor se tivesse cada empresa transmitindo uma coisa? O Brasil não teria mais opções?

Só para dar um exemplo. Esquece uma pretensão de os jogos de quarta-feira serem transmitidos às 20h30, esquece, sabe por quê? Tem novela, e acabou. Ela [a Globo] vai fazer a tabela junto à CBF e então será às 22h e pronto, e "até logo". Até logo para o cara que vai ser assaltado do estádio de futebol até a casa dele, até logo para o cara que no dia seguinte acorda às 4h da madrugada para pegar o trem e ir trabalhar. Esse não vai assistir ao jogo Corinthians e Flamengo porque ele tem que trabalhar de manhã, não dá. O anseio do Brasil não prevaleceu. O que prevaleceu foi uma empresa que, sacanamente, esperou a concorrência terminar, soube o preço pago e foi individualmente atrás de cada clube oferecer um preço maior a eles. Isso não é ser economicamente pujante, não é livre negociação, isso é pura e simplesmente sacanagem. É a lei de Gerson prevalecendo mais uma vez sobre as leis da licitação. Outra coisa que eu digo, esqueça a lei Antitruste. Sendo assim as grandes corporações poderão comprar tudo e acabar com a concorrência. E os paladinos dessa hipocrisia vão dizer: não, mas isso é a liberalidade ‘economéstica’. Não, não é. Isso é sacanagem, pura e simplesmente sacanagem. Imagina se fosse o contrário, se a Rede Globo que tivesse vencido a licitação e a RedeTV! fosse atrás de cada clube com um saquinho de dinheiro na mão, assim como os Irmãos Metralha, oferecendo para cada clube mais do que eles fechariam? A Globo fez isso, ficou sabendo exatamente quanto nós pagamos e sabiam quanto era a proporção de cada clube porque estava no contrato anterior. Sendo assim, não precisava haver licitação, você não pode dar um lance depois da licitação. Ou então, lá atrás, a Globo deveria ter dito que não iria negociar com o Clube dos 13. Mas desculpa, por anos e anos a Globo negociou com eles.

UOL - Mas quando a RedeTV! fechou com o C13, alguns clubes já haviam dado sinais de que estariam fora da "instituição".
Marcelo de Carvalho - Negativo. Os clubes, oficialmente, só anunciaram, e a primeira dissidência foi o Corinthians, após o final da licitação. Mas bem, se você quiser, podemos fazer uma conversa de faz de conta. Vamos fazer de conta que isso não procede. A Globo foi lá bater caçarola na porta dos clubes com o cheque na mão. Então ela chegou lá no Andrés Sanches [presidente do Corinthians] e falou: “é tanto e eu pago tanto”. Eu não o critico, pois ele está na dele, nos interesses dele. Eu não faria isso, não sou dirigente de futebol. Mas eu repito: quem assinou a anuência, a concorrência lá atrás para acabar com o direito de preferência, foi a Globo mesmo. Isso é publico, está registrado. Prefiro que fique claro que o CADE, o Congresso, decrete que nunca mais haverá licitação no Brasil. Porque sempre, para cada licitação que houver a entidade organizadora, depois pode ser destruída, porque você ofereceu um preço abaixo já que você está sabendo o valor do outro. Vai haver uma audiência pública daqui a 15 dias no Senado, e nós estaremos lá com câmeras abertas e com todos os argumentos possíveis para protestar contra isso, que no nosso ponto de vista é uma excrescência.

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