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17/03/2011 - 08h00

Ator de "Familia Soprano" estreia série policial com cara de reality show

HELOÍSA DALL'ANTONIA
Enviada especial a Los Angeles *

Uma nova série policial estreia nesta quinta (17) no AXN. "Detroit 1-8-7" pode, a primeira vista, parecer mais do mesmo, mas a atração estrelada pelo ótimo Michael Imperioli (mais conhecido por seu papel de Christopher Moltisanti em "Família Soprano") tem alguns elementos que a diferenciam da já vasta lista de dramas protagonizados pelos "defensores da lei" nas telinhas.

Cenas e personagens da série policial "Detroit 1-8-7"
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"O piloto foi concebido originalmente como um documentário, literalmente", conta Imperioli em entrevista à imprensa internacional da qual o UOL Televisão fez parte. Mesmo a ideia não tendo sido aproveitada em sua totalidade, pois limitaria o enredo em mostrar, por exemplo, a vida pessoal dos personagens, a câmera acompanha os policiais com um ar de reality show, gravando broncas dadas pela chefe do distrito em sua sala como que escondidas e, eventualmente, dando um clima de "The Office" ao seriado (mas sem as piadas da série de Steve Carrell).

Divulgação
Detetives de homicídios são algumas das pessoas mais engraçadas que você pode conhecer.

O ator Michael Imperioli durante entrevista

Imperioli interpreta o detetive Louis Fitch, um policial competente e dedicado que procura ser bastante reservado quanto a sua vida pessoal. Seu choque com Damon Washington (interpretado por Jon Michael Hill), seu novo parceiro, começa justamente aí: no primeiro episódio, o novato está prestes a se tornar pai e por conta disso programou seu celular para tocar uma música especial sempre que sua mulher liga, o que acontece com alguma frequência, para desespero de Fitch.

"Detetives de homicídios são algumas das pessoas mais engraçadas que você pode conhecer", acredita Imperioli. "Eles precisam ser divertidos, porque o trabalho deles é muito mórbido." Mesmo sendo compenetrado, Fitch tem esse tom cômico-sarcástico citado por seu intérprete. Uma de suas atitudes frequentes, por exemplo, é ligar no celular de Washington (mesmo estando a metros de distância dele), para lhe dar uma bem dada descompostura para, na sequência, encontrá-lo como se nada tivesse acontecido.

Cenário
Usar a própria cidade do estado de Michigan como cenário da trama – ue realmente detém a maior taxa de homicídios dos Estados Unidos– é fundamental para o ator, que também vê um renascimento em curso em Detroit, com regiões com alta criminalidade sendo reerguidas pela comunidade, junto de seus governantes. "É uma metáfora muito boa para o país", admite, comparando à economia dos EUA depois da crise imobiliária.

Mesmo tendo sentido na pele que a cidade realmente tem problemas (Imperioli conta que o elenco foi obrigado a encerrar uma gravação num dia em que um tiroteio real começou a acontecer à distância de dois quarteirões de onde eles estavam), o ator é categórico ao afirmar o quanto os habitantes locais são calorosos e amistosos.

De mafioso à comédia
Depois de ter feito por tanto tempo o gângster Moltisanti, é interessante assistir o ator do outro lado da lei (papel que ele já havia desenvolvido em "Life on Mars"). “Acho que tenho um pouco dos dois [personagens]”, avalia. Segundo ele, a amizade entre o elenco continuou depois do final da trama. "A gente se vê bastante."

Outros personagens de Michael Imperioli

Em 1990, com 24 anos, Imperioli entra para o mundo da máfia com Robert De Niro em 'Os Bons Companheiros' De 1999 a 2007, Imperioli interpreta o mafioso Christopher Moltisanti na série em 'Família Soprano'

Em'O Espanta Tubarões' (2004), Imperioli faz a voz de Frankie ao "contracenar" com De Niro, o tubarão-pai

Com um visual dos anos 70, Imperoli é o detetive Ray Carling na versão americana de 'Life on Mars' (2008) Em 2009, o ator fez outro detetive, Len Fenerman, em 'Um Olhar do Paraíso', com Stanley Tucci e Rachel Weisz A série 'Mercy', de 2010, foi o último trabalho de Imperioli antes de entrar para o policial 'Detroit 1-8-7'.

Imperioli conta que gosta muito de comédias e que achava o seriado da família mafiosa hilariante algumas vezes. "Ainda assisto ‘Seinfeld’ e não consigo me cansar", conta, citando ainda "Os Simpsons", "The Hooneymooners" e filmes com Charles Chaplin e os irmãos Marx como alguns de seus passatempos preferidos. O fato de "Detroit 1-8-7" fazer rir eventualmente pela realidade da situação foi um dos fatores que o conquistaram quando leu o roteiro do seriado.

Entre as mudanças acontecidas na vida do ator desde o final da série, uma das mais importantes, segundo ele próprio, foi aprender a dirigir. Filho de um motorista profissional, Imperioli sofreu com a cobrança do pai para que fosse um bom condutor, mas desistiu. Foi há três anos que resolveu, junto da mulher, aprender a guiar. "É um mundo completamente novo", confidencia, rindo. Imperioli também divide seu tempo sendo vocalista e guitarrista de sua banda, La Dolce Vita.

* A jornalista viajou a convite da Sony Entertainment Television


DETROIT 1-8-7
Onde: AXN
Quando: Quinta-feira, às 22h.

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