Amiga da onça, Juliana Didone se diverte com a falsa Lia de "Passione"

Quando começa falar da venenosa Lia, Juliana Didone deixa claro o quanto se diverte com sua personagem em "Passione". Apesar de quase sempre ser vista na pele de mocinhas, a atriz fica satisfeita em interpretar papéis de caráter duvidosos. "Ela fala o que pensa e se aceita como é. Acho que a Lia me deu uma leveza. Me sinto mais brincalhona e à vontade comigo mesma", explica. Mas a gaúcha sentiu-se insegura ao aceitar o convite para entrar na novela das oito. Isso porque, com a trama já em desenvolvimento, a atriz teve apenas duas semanas de preparo para interpretar a falsa amiga da Lorena, interpretada por Tammy Di Calafiori. "Ao mesmo tempo, não deu para sentir o peso de entrar para uma novela. Usei a insegurança para fazer algo mais leve", conta.

De cabelos pintados de loiro, Juliana dá vida a sua segunda vilã desde que estreou na TV, há oito anos. A fingida Fernanda de "Paraíso Tropical" (Globo) também entrou no meio da história para atrapalhar o romance do casal formado por Fred 9Paulo Vilhena) e Camila (Patrícia Werneck) em 2007. Para a atriz, o jeito suave como agride a amiga é o que dá o tom diferenciado ao trabalho atual. "Ela é mau caráter, mas é animada. Achei muito interessante essa brincadeira de ser leve e, ao mesmo tempo, não ter caráter", conta ela, que por causa da personagem recebe "olhares tortos" das pessoas na rua. "Tem pessoas que brincam e tem os que ficam olhando meio esquisito, achando que eu vou armar algum barraco. Mesmo assim, eu gosto", diz, bem humorada. 

Desde que estreou na TV, em 2002, você interpretou mais mocinhas do que vilãs. Como você se sente na pele de uma personagem mau caráter?

Adoro fazer vilã. Mocinha é muito séria e acaba ficando carregada. Acho que é muito difícil fazer a mocinha, porque, às vezes, a gente olha e pensa: mas essa pessoa não existe. Se bem que, de uns tempos para cá, as mocinhas estão ficando mais interessantes e, ao mesmo tempo, mais intensas. Quando faço uma mocinha, me sinto mais séria. Quando faço uma vilã, me sinto mais boba e brincalhona. Mas não tenho preferência, quero bons personagens.

A novela "Passione" já está há três meses no ar. Como é entrar em uma trama que já está em desenvolvimento?

Tive dois sentimentos. Um foi a insegurança, pois não acompanhei o processo de preparação, não tive tempo de conhecer os colegas de elenco, nem para compor o personagem. E também me senti à vontade, porque não deu para sentir o peso de entrar em uma novela. Isso me deu espaço para que pudesse me divertir. Peguei essa insegurança para fazer algo mais leve. Em "Paraíso Tropical", a primeira vez que fiz uma participação, eu estava um pouco mais tensa. Dessa vez estou me divertindo.

E como foi o processo de composição para interpretar a Lia?

Tive duas semanas para me preparar e assisti a alguns filmes. Um deles foi "Libertino", de Laurence Dunmore, no qual o Johnny Depp faz um personagem que fala as maiores barbaridades, mas com leveza. A Lia é assim, ela fala coisas agressivas com muita suavidade. Também assisti a "Atração Fatal", que a Glenn Close faz uma personagem que se apaixona perdidamente em um primeiro encontro.

Em "Paraíso Tropical" a sua personagem, Fernanda, também entrou na trama para separar um casal. Qual o diferencial da Lia?

A Lia é uma personagem mais leve, apesar de não ter caráter. Ela é para cima, animada. Acho interessante fazer essa brincadeira de interpretar uma personagem solar e ao mesmo tempo com um caráter duvidoso. Ela é inconsequente e mimada, não mede o que está fazendo.

(Por Natalia Palmeira)

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