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20/08/2010 - 07h00

Aracy Balabanian desvenda traços psíquicos de Gemma, sua personagem em "Passione"


PopTevê

Aracy Balabanian gosta de entender as complexidades do ser humano. Por isso mesmo, seja para compreender melhor suas personagens ou a si mesma, a atriz recorre à análise. Para viver a Gemma, de "Passione", não foi diferente. "No começo, conversei muito com meu analista diante dos capítulos que eu tinha. Hoje em dia, as relações entre as pessoas são superficiais. Acho que o analista virou um amigo com hora marcada", explica. A terapia --que já dura dez anos, no Rio de Janeiro-- foi fundamental para que Aracy construísse, inclusive, o perfil de Gemma.

Afinal, na trama, a personagem é extremamente passional e vive em função de sua família. E por Totó, interpretado por Tony Ramos, ela nutre um carinho especial. Esse cuidado excessivo foi justamente um dos assuntos abordados com o psicanalista. "A minha personagem assumiu o compromisso de criar um núcleo familiar feliz. A realização dela é através da realização de todos ali", constata.

  • Luiza Dantas/CZN

    Para viver a Gemma, de "Passione", Aracay contou com a ajuda de seu psicanalista

Mas a composição da Gemma não ficou restrita apenas às conversas com o analista. Isso porque Aracy conviveu bastante com uma mulher bem parecida com seu papel: sua irmã, Armenuí Balabanian, que faleceu no final de julho, aos 82 anos. "Ela era a Gemma. Criou os irmãos menores, os sobrinhos e os sobrinhos-netos no colo", lembra a atriz, que é a sétima filha de um casal que teve cinco mulheres e dois homens. Mas até uma personagem tão generosa e preocupada com os outros como a Gemma pode gerar antipatia no público. Pelo menos é isso que Aracy tem percebido. "Me surpreendo muito e fico assustada.

As pessoas estão com pena da Clara", analisa, referindo-se à vilã de Mariana Ximenes. "É como se estivessem torcendo por esses homens que estão matando mulheres por aí. Dizem: 'Coitadinho, ele faz isso porque sofreu na infância'. Essa é a grande e perigosa justificativa", completa. A repercussão de Gemma, aliás, tem rendido assunto no "Casseta & Planeta, Urgente!". Afinal, em "Pegassione", sátira da novela de Silvio de Abreu, a personagem de Aracy ganhou uma versão interpretada por Beto Silva, com a qual a atriz se diverte bastante. "Adoro! Nem posso falar isso, mas fico assistindo a novela para esperar o que eles vão fazer", confessa. No humorístico, Gemma fala gemendo por causa do nome e do jeito dramático do papel. "Vou aprender com o Beto. Acho um primor porque na caricatura você percebe as características maiores do personagem", ressalta.

Agora que na trama Gemma está no Brasil, Aracy está tendo a chance de contracenar com velhos colegas de elenco, como Flávio Migliaccio, que interpreta Fortunato. Com ele, a atriz trabalhou em "A Próxima Vítima" e "Rainha da Sucata", entre outras produções. Neste último trabalho, os dois viveram os marcantes personagens Dona Armênia e Seu Moreiras. Por isso, em uma participação que Flávio fez no humorístico "Sai de Baixo", onde Aracy interpretava a Cassandra, ela teve de fazer uma brincadeira. "O Flávio fazia um corretor. Eu entrei no palco, fiz minha reverência à plateia. Quando me virei e dei de cara com ele, falei: 'Seu Moreiras!'. A plateia veio abaixo e não conseguíamos retomar o espetáculo", lembra, aos risos.

Outro trabalho que Aracy recorda com carinho é a novela "O Casarão", exibida pela Globo em 1976, onde interpretou Violeta. A trama, escrita por Lauro César Muniz, se passava em três épocas diferentes ao mesmo tempo. "Trazia muita coisa nova. O público levou um susto no começo, mas tenho muito orgulho de ter feito", conta ela que, na ocasião, atuou ao lado de Paulo Gracindo, Yara Côrtes e Mário Lago. "Me acho uma atriz de muita sorte. Pude fazer grandes trabalhos na televisão", frisa.

(por Luana Borges)

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