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05/07/2010 - 16h09

Flávia Monteiro incorpora policial em "Ribeirão do Tempo", mas tem medo de armas

PopTevê
  • Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

    A atriz Flávia Monteiro tem medo de arma de fogo, mas empunha no papel de Marta de "Ribeirão do Tempo", da Record

Flávia Monteiro nunca pensou em ter qualquer tipo de aproximação com uma arma de fogo. Mas a atriz teve de deixar o medo de lado para viver a Marta de "Ribeirão do Tempo", da Record. Tudo porque sua personagem é uma investigadora de polícia. "Tenho dois primos policiais, mas tenho pavor de arma. Só que a arma da Marta é como se fizesse parte dela. Tive de incorporar isso como uma coisa normal", admite. Apesar de ainda não ter tido aulas de tiro, Flávia aprendeu a manusear e já sabe como apontar e como tirar e colocar o pente da pistola. Só que a intimidade para por aí. "Uma vez, fui tirar o cinto e arma caiu no meu pé. Nossa, como doeu!", recorda. Mesmo fazendo parte de um universo quase completamente masculino, na história, Marta é uma mulher bem feminina. E foi justamente esse aspecto que Flávia teve de desenvolver melhor, pois a postura firme do papel já fazia parte de seu dia a dia. "Tive de trabalhar mais o meu lado 'mulherzinha'. Sou de resolver as coisas logo. Preciso aprender a deixar o outro fazer", pondera.

  • Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

    Com apenas 14 anos, a atriz encarou cenas nas quais simulava sexo

Com 24 anos de carreira, a estreia de Flávia continua sendo um de seus trabalhos mais lembrados. Afinal, na pele de Alice, no filme "A Menina do Lado", dirigido por Alberto Salvá, a atriz provocou polêmica. Não foi para menos. Com apenas 14 anos, ela teve de encarar cenas nas quais simulava sexo. Mas isso não foi o mais difícil. A atriz, que estudava em um colégio de padres, precisou lidar com as mais diversas reações. "Meninas que nunca falaram comigo passaram a falar. Os meninos ficaram enlouquecidos. Os homens mais velhos ficaram com o olho em cima de mim", conta ela, que também sentiu o preconceito de muitas mães de alunos. Algumas, inclusive, pediram a expulsão de Flávia da escola. "A postura do colégio foi dizer que o meu papel lá dentro eu cumpria bem porque era uma ótima aluna. O que eu fazia fora de lá era problema dos meus pais", ressalta.

Como está sendo o trabalho de composição da Marta?

A Marta é uma mulher da delegacia, mas não é uma "machona". Me inspirei um pouco na Jodie Foster em "O Silêncio dos Inocentes", vi filmes de investigação e o seriado "CSI" para me situar nesse ambiente. Não posso me basear nas polícias da cidade grande porque a delegacia da novela procura mais ladrões de galinha. Mas, conforme os capítulos chegam, eu vou moldando o papel.

Com exceção da sua participação em "Os Mutantes - Caminhos do Coração", você só fez novelas do Marcílio Moraes na Record. Dessa vez, o que mais te chamou atenção na personagem?

O jeito firme e decidido da Marta. Por ser mulher, ela tem de ser assim até para ser respeitada dentro da delegacia. Ela tem voz ativa, quer controlar. Sou um pouco assim, mas sou mais impulsiva que o meu papel. A Marta trabalha com mais calma e eu não gosto de deixar nada para depois. Além disso, é uma facilidade trabalhar com o Marcílio porque eu já entendo melhor a dramaturgia dele.

As gravações de "Ribeirão do Tempo" começaram seis meses antes da estreia, em maio de 2009. De que maneira esse intervalo influencia no seu trabalho?

Começamos com muita tranquilidade. Agora que a novela já estreou, estamos no pique total. É muito importante quando a novela está sendo exibida porque a gente tem a resposta do público e se vê na TV. Se a novela fica muito tempo fora do ar, perdemos um pouco o parâmetro do que estamos fazendo. Ficar um tempo maior sem gravar entre uma cena e outra acaba dando uma esfriada, o que não acontece quando se grava todos os dias.

Você ficou quase quatro anos no ar em "Chiquititas" na pele da Carolina. O papel rotulou você?

Fiquei até o momento em que não aguentei mais. Foi sucesso puro, mas me rotulou, não teve como. Era um trabalho direcionado para o público infanto-juvenil em uma época em que tinha criança dançando "Na Boquinha da Garrafa". Nada contra, mas a novela resgatou a coisa da fábula, da esperança, da amizade, dessa parte lúdica que a criança tem de ter.

( por Luana Borges )

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