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20/06/2010 - 07h00

Régis Rösing, repórter da Globo, acredita que o futebol pode mudar a realidade da África

PopTevê
  • Arquivo Pessoal

    Régis Rösing com Dunga, em foto feita durante a cobertura da Copa do Mundo de 2006

Mesmo para quem não acompanha matérias esportivas, não é difícil identificar o formato utilizado pelo repórter Régis Rösing, do "Esporte Espetacular", da Globo. "Quando estou no campo de batalha, caço elementos que farão o público parar na frente da TV para assistir e refletir", revela o jornalista que é conhecido por histórias de superação de ilustres desconhecidos. "O esporte é a salvação da humanidade", acredita. Ele afirma não seguir nenhuma fórmula preestabelecida para suas matérias. Sua própria carreira é exemplo de diversidade. Foi correspondente de guerra em Beirute, no Líbano, e atualmente está cobrindo a Copa do Mundo na África do Sul dando prioridade às reportagens que resgatam o melhor do ser humano.

Por isso, considera que as melhores batalhas ocorrem dentro das quatro linhas do campo de futebol. Dribles, lençóis, canetas, pedaladas e outras jogadas de talento e agilidade não costumam deixar ferimentos graves. Bem diferente do horror conhecido na guerra. Pode até não parecer, mas futebol e guerra mantêm uma relação próxima. A primeira Copa do Mundo, a de 1930, no Uruguai, foi organizada para ser uma afronta à guerra. "Pouco mais de 10 anos antes havia terminado a Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, e era a oportunidade de reunir no campo os países que tinham se enfrentado há pouco tempo: França, Alemanha, Inglaterra. A Itália não foi porque queria que a Copa fosse lá", explica.

  • Divulgação/TV Globo

    Régis Rösing abraça o jogador Cafú em 2002, após seleção brasileira ganhar a Copa do Mundo

Outro indício, segundo Régis, está no uso de termos técnicos como ataque, defesa, tiro de meta e barreira. "Tudo foi pensado para mostrar que o futebol é a única guerra que o homem tinha que praticar", destaca. O gaúcho de Cachoeira do Sul diz que uma Copa do Mundo na África será um divisor de águas na realidade violenta do continente. "A bola vai provocar um estardalhaço sem precedentes em todo território africano. Vou mostrar histórias de pessoas que são exemplos de vida, união de povos e também de idiomas", afirma. Otimista, ele acredita na capacidade do time de Dunga em trazer o hexacampeonato para o Brasil. "Ele é um cara inteligente e visionário. Convocou os jogadores com melhor preparo físico para conquistar mais esse título. Essa Copa já é nossa", aposta o jornalista.

Regis também tem no currículo três Copas do Mundo: 1998, 2002 e 2006. Na primeira, na França, depois que o Brasil venceu a Holanda e se classificou para enfrentar a França na final, Régis convidou o então capitão da seleção, Dunga, para fazer uma matéria para o "Esporte Espetacular". O objetivo era que Dunga tivesse contato com a estátua do seu ídolo, o ator e governador Arnold Schwarzenegger, na EuroDisney, em Paris. "Foi inspirado nele que Dunga fez aquele corte no cabelo", brinca.

Em 2002, na Coreia do Sul e Japão, quando Brasil foi pentacampeão, Régis voltou no avião da seleção brasileira. "Assim como todos naquele voo, também tirei foto com o Cafú e com a taça erguida por ele depois de vencer a Alemanha", comemora. Na Copa seguinte, em 2006, na Alemanha, o repórter encontrou Dunga logo depois de o Brasil ter sido eliminado pela França e ali perguntou quando ele treinaria a seleção. "Ele riu e respondeu: 'Se eu for, vou te levar para ser meu assessor'". Um mês depois Dunga assume o posto de técnico do time pentacampeão mundial e não convidou o Régis para o posto prometido. "Mas por nada eu largaria a Globo", afirma.

(por Gabriel Sobreira)

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