Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias ![]() A personagem de Tammy Di Calafiori, a Lorena Gouveia de "Passione", é fútil e adora moda |
Tammy Di Calafiori tem a jovialidade típica de seus 21 anos. Com um sorriso aberto no rosto e um humor para fazer piadas de si própria, a atriz não perde a graça nem quando o assunto é trabalho. As brincadeiras, no entanto, não interferem na sua vontade de se aperfeiçoar na profissão. "Entre um trabalho e outro, procuro me reciclar. Acho importante, porque cada vez reconheço outros elementos de interpretação", explica Tammy, que estuda teatro na Casa de Artes de Laranjeiras, no Rio de Janeiro. No ar como a "patricinha" Lorena, de "Passione", Tammy aproveita a oportunidade de contracenar com profissionais mais experientes, como Fernanda Montenegro, e aprender com eles. "Estar no estúdio e observar, é uma forma de estudo para mim. Para ser boa nessa profissão é preciso muita prática e estudo", destaca.
A atriz é filha de filha de Saulo (Werner Schunemman) e Stela (Maitê Proença) em "Passione"
Na trama das oito, escrita por Silvio de Abreu, Tammy interpreta uma jovem que vive uma conflituosa relação entre os pais. Lorena é filha de Stela e Saulo, interpretados por Maitê Proença e Werner Schünemann, e está entre a infidelidade da mãe e a compulsão pelo poder do pai. O drama familiar, entretanto, não afeta a personagem diretamente. O lado fútil é o que mais se destaca no papel de Tammy. "É uma personagem mais leve, que só está preocupada em sair e comprar roupas", resume. Para compor o novo trabalho, a atriz nem precisou de preparação específica. Afinal, ela foi criada na Zona Sul do Rio de Janeiro e está acostumada com as jovens de classe média, que tem um perfil parecido com o da Lorena. "Muitas das minhas amigas são desse tipo. Elas foram o meu maior laboratório", explica. De qualquer forma, Tammy procurou ver os filmes com a atriz belga Audrey Hepburn. "Assisti a todos os filmes dela, mas 'A Princesa e o Plebeu' foi o que mais me inspirou, porque ela tem esse lado fashion, mas com personalidade", lembra.
Para Tammy, o processo de caracterização do personagem é outro fator que ajuda na composição. Para interpretar a fashionista, ela teve de adotar cabelos em um corte curto e moderno. Apesar de preferir madeixas longas, a atriz já está acostumada com as mudanças de visual necessárias para a profissão. "Não sou mais apegada. Tenho de ter esse desprendimento com a minha imagem", ressalta. Ela também teve de cortar os cabelos curtos e escurecer os fios para atuar no cinema. No filme "A Suprema Felicidade", de Arnaldo Jabor, Tammy interpreta a "stripper" Marilyn, que vive no final dos anos 50. "Estou com saudades de ter cabelão. Daquela coisa de mulher de poder fazer um rabo de cavalo", confessa, sem esconder o entusiasmo com a experiência no cinema. "É diferente de fazer televisão. No cinema o ator aprecia mais, degusta mais o personagem", explica.
Em seu terceiro trabalho na televisão --ela estreou em 2005, na novela "Alma Gêmea" e depois fez "Ciranda de Pedra", em 2008--, esta é a primeira vez em que Tammy interpreta uma personagem contemporânea. A novidade já era um desejo antigo da atriz e as semelhanças em comum com a personagem deixa Tammy ainda mais empolgada com o novo trabalho. "Faço novela desde os 15 anos e só havia feito trabalhos de época. Estava com muita vontade de fazer um papel de lalguém que vive no meu mundo", revela a atriz, que acha o processo de composição de um personagem atual mais fácil. Isso porque, para os personagens de época, ela teve de ter aulas de etiqueta e história. "Tinha de pensar no que as pessoas estariam assistindo, o que gostavam de fazer e como se comportavam. Em um atual eu sei do que gostam e em qual balada vão", compara.
(por Natalia Palmeira)