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07/06/2010 - 20h57

Vera Holtz planeja mudar para São Paulo em 2010

PopTevê

Luiza Dantas/Carta Z Notícias

Vera Holtz, a Candê de "Passione", é ex-professora de geometria descritiva e queria ser atriz de teatro

O cabelo branco que mantém foi em razão da personagem no longa "Família Vende Tudo", de Alain Fresnot. E o sotaque é marca registrada da origem interiorana de Tatuí, cidade do sudoeste do estado de São Paulo. A carreira de 35 anos de Vera Holtz --a Candê de "Passione", da Globo--, chega a um novo momento. "Percebi que precisava refazer um outro ciclo de vida. Porque com 56 anos de idade já estava desejando outras coisas, outros movimentos", revela a atriz que planeja, a partir do ano que vem, fazer sua base de trabalho em São Paulo.

Enquanto isso não acontece, a ex-professora de geometria descritiva conta que a TV não era seu sonho, mas sim o teatro, que foi uma explosão, um acontecimento em sua vida. Mas foi no ano de 1975 que ela decidiu se mudar para o Rio de Janeiro. "Acho que tinha mesmo um destino para viver aqui no Rio. A gente é para o que nasce. Uma pessoa que nasce no interior de São Paulo, que nunca viu teatro na vida. Nisso vem um impulso e quando vejo se passaram 35 anos. Sinto que foi uma solução criativa na minha vida. Eu não tenho nada a reclamar", reflete.

Para Vera, o ciclo no Rio de Janeiro não será encerrado com sua ida para São Paulo. "Adoro o Rio, aqui também tenho grandes amigos", derrete ela que já vislumbra seu futuro frequentando mais Tatuí. "Lá conheci um maestro que desenvolve uma iniciativa com uma banda de crianças. Devemos fazer um projeto para o ano que vem. De repente, quando vi, estou estabelecendo novos vínculos com o interior de São Paulo", anima-se.

  • Luiza Dantas/Carta Z Notícias

    "Já fiz outras personagens com sotaque. Ele é minha bandeira."

Em 1979, você fez o espetáculo "Rasga Coração", que é considerado um marco da resistência artística à ditadura. Como você analisa essa sua participação?

Foi muito importante porque foi minha estreia profissional no teatro. Além disso, foi a primeira peça liberada pela ditadura. A experiência realmente foi muito interessante, mágico. Era uma cumplicidade política e de liberdade.

A sua carreira é repleta de mulheres honestas, dramáticas, batalhadoras e duas vilãs. Como é o seu processo de composição de antagonistas?

A vilã é sensacional porque posso trabalhar com um carisma gigantesco. Sem carisma o vilão não convence ninguém. Primeiro jogo na ideia dela ser carismática e simpática. O vilão é livre, ele não explica o que faz, absolutamente age como se não tivesse obstáculo. Depois é só equalizar.

Após 35 anos de carreira, quais personagens mais te marcaram e os mais lembrados pelo público?

No teatro, a personagem mais importante da minha carreira, é a Pérola, do espetáculo homônimo do dramaturgo Mauro Rasi. Foram 800 apresentações, entre os anos de 1995 e 1999, direto viajando por todo país. Na televisão, depende da geração. Algumas pessoas consideram a Alice Penn-Taylor, de "Vamp". Para outras, com ou sem o drama do alcoolismo em casa, é a Santana, de "Mulheres Apaixonadas".

Você é natural de Tatuí e a personagem Candê tem o sotaque interiorano. Em algum momento da sua carreira o seu sotaque atrapalhou?

Estou confortavelmente em casa (risos). Já fiz outras personagens com sotaque e este é um estudo das palavras e expressões. Houve um período que as pessoas tiravam o sotaque. Ele é minha bandeira, eu tirava tecnicamente, mas essa sou eu, faz parte da minha história, da minha vida.

Como fazer para a Candê não ficar caricata?

É complicado para não deixar a Candê caricata. Humanizar é a fórmula. Deixar muito orgânica, dentro de mim. Isso é o que busco em todos os meus trabalhos.

(por Gabriel Sobreira)

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