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24/05/2010 - 00h30

"Não usaria nada da Beatriz" diz Débora Falabella sobre sua personagem patricinha

PopTevê

Luiza Dantas/Carta Z Notícias

Débora Falabella, atriz que interpreta a Beatriz, de "Escrito nas Estrelas"

Rosto de boneca, fala mansa e jeito frágil. Com essas características, Débora Falabella frequentemente entra na pele de mocinha da história. Desde que estreou na TV, há 15 anos, a atriz nunca havia interpretado uma vilã ou uma personagem cômica. De volta às novelas –seu último trabalho em folhetins foi em 2007, no papel da determinada Júlia de "Duas Caras", da Globo–, ela encara a maquiavélica e quase cômica Beatriz, de "Escrito nas Estrelas".

A vontade de interpretar uma personagem diferente dos habituais já era antiga. "Fiz personagens com objetivos parecidos. Há um tempo queria um personagem distinto e veio a Beatriz, uma vilã puxada para a comédia. Duas coisas que eu nunca fiz", empolga-se a mineira, de 31 anos.

Na trama, escrita por Elizabeth Jhin, Beatriz é uma jovem fútil e sem vocação para trabalho. Por isso, seu maior objetivo de vida era casar com Daniel, interpretado por Jayme Matarazzo. Mas a morte prematura do estudante de Medicina atrapalhou seus planos. Agora, com a possibilidade de ser mãe do herdeiro do rapaz, a personagem de Débora, em parceria com a mãe Sofia, papel de Zezé Polessa, aprontam as maiores vilanias para conseguir a tão sonhada estabilidade financeira.

"Ela é má, mas não tem esse peso da vilã. Como tem um pouco de comédia o público acaba rindo das armações delas", explica. Para a atriz, medir o tom entre a maldade e a comédia foi um exercício à parte na hora de compor o papel. "É difícil dosar, mas são duas coisas que casam muito bem. Às vezes, as pessoas se divertem com a vilã. Como é uma novela das seis, permite ter esse lado engraçado", analisa.

  • Luiza Dantas/CZN

    Débora Falabella, que vive uma menina fútil na novela das 18h


Acostumada a interpretar papéis fortes e com engajamento social, é na pele de Beatriz que Débora experimenta uma personagem sem essa temática. Com saltos altíssimos, acessórios chamativos e roupas extravagantes, ela teve de abrir mão de seu jeito clássico e discreto para interpretar a personagem.

Como essas características são novidade no cotidiano da atriz, o processo de composição do papel foi uma diversão. "Eu fui muito na Oscar Freire, nos shoppings... Se eu fosse fazer um laboratório, seria o da futilidade", conta, às gargalhadas. Mas isso não foi tudo para compor a personagem. Para deixá-la com o ar ainda mais patricinha, Débora teve de clarear os cabelos.

"Não usaria nada da Beatriz. Se eu pudesse, só teria cabelo curto e escuro, mas o ator tem de se modificar. O legal é pegar uma coisa que eu não sou e me transformar", ressalta.

Diferentemente de grande parte do elenco da novela, Débora não teve de participar de "workshops" sobre espiritismo, tema abordado na trama. "A minha personagem é medrosa em relação ao assunto. Por isso, não tive nenhum envolvimento com o tema. Mas assisti às palestras. Sou católica, mas aberta para outras coisas", destaca ela, que buscou em filmes e seriados americanos o tom malvado e ao mesmo tempo superficial da personagem.

"Não copiei nenhuma personagem específica. Assisti a muitas coisas como referência. Além disso, tenho encontros com a Zezé. Além de me divertir com as cenas, observo o trabalho dela para aprender", garante.

Além de acrescentar uma novidade à carreira, o papel de má veio em boa hora. Afastada da TV desde o ano passado –seu último trabalho foi na minissérie "Som e Fúria", na qual interpretou a jovem atriz Sarah-, Débora considera o trabalho perfeito para o momento em que está vivendo. Depois do nascimento da filha Nina, de 10 meses, a mineira buscava sossego. No entanto, voltar a atuar na televisão já estava nos seus planos.

"Já estava sentindo falta, mas queria fazer as coisas com mais calma. Deu tudo certo para voltar agora. Como é uma novela das seis, é mais tranquilo para gravar", explica ela, que viu no gênero e nas características da personagem um estímulo a mais para voltar ao batente. "Uma personagem diferente como a Beatriz  foi perfeito para esse momento que eu só quero ficar em casa", revela.

(Por Natalia Palmeira)

 

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