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15/03/2010 - 00h10

"O que atrapalha o ator é a vaidade", diz atriz que se destaca como a Soraia de "Viver a Vida"

PopTevê
  • Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

    "Desde que comecei a falar, dizia que seria artista para a minha avó", diz Nanda Costa

Ainda pequena, quando era questionada sobre o seria quando crescesse, Nanda Costa já tinha a resposta na ponta da língua. "Desde que comecei a falar, dizia que seria artista para a minha avó", exagera, aos risos, a intérprete da esperta Soraia, de "Viver a Vida", da Globo. A atriz conta que, ao ouvir a neta cheia de determinação, a avó retrucava, na brincadeira: "Você é, na verdade, uma arteira, que vive fazendo bagunça!".

Hoje, longe de ser uma menininha, a moça, natural de Paraty, município do Sul do Estado do Rio, consuma o sonho da infância. E garante estar mais feliz do que nunca. Afinal, aos 23 anos, já contabiliza, no currículo, duas novelas e um especial na Globo e sete filmes –entre eles, o longa "Sonhos Roubados", de Sandra Werneck, que lhe deu o título de Melhor Atriz no Festival do Rio de 2009.

"Tudo o que queria conquistar tenho conquistado", diz ela, que anda uma alegria só por causa dos rumos de sua obstinada personagem na trama de Manoel Carlos. "Fui fazendo a Soraia aos pouquinhos, sem pretensão e sem preconceito. Por isso estou tão feliz com esse crescimento", comemora.

Apesar de, desde o início da história, Nanda nunca ter imaginado grandes conflitos para a prima de Dora, vivida por Giovanna Antonelli, ela confessa que ficou surpresa com o destaque que a jovem ganhou no decorrer da novela. E, ainda mais, com a repercussão que ela adquiriu junto ao público. "O retorno das pessoas está muito legal", avalia ela, que foi convidada para fazer um teste depois de encarnar a cantora e compositora Dolores Duran no "Por Toda Minha Vida".

"A Dolores foi um divisor de águas na minha carreira. O Maneco e o Jayme só me chamaram para o teste depois de me assistirem no especial. Eles disseram que ficaram encantados", orgulha-se a atriz, referindo-se, respectivamente, ao autor e ao diretor de "Viver a Vida".

A  Soraia teve um crescimento significativo no decorrer da novela. A que você atribui isso?
Acho que, na verdade, o que atrapalha muito o ator é a ansiedade, a vaidade. Por isso, tento não criar expectativas. Quando topei fazer a Soraia, não sabia direito quem ela era. O que eu tinha na sinopse era: "filha caçula de Onofre e Matilde e prima de Dora". Até então, não sabia a personalidade dos pais dela, a relação dela com a Dora. Ou seja: não tinha nenhum adjetivo. E isso me ajudou porque fui criando-a aos pouquinhos, fazendo sem pretensão, sem preconceito. Acho que isso também criou uma curiosidade maior do público em relação à personagem.

O que você mais tem escutado dos telespectadores quando sai às ruas?
No comecinho da novela, me apontavam como "a menina de Búzios, a prima da Dora". Depois, passaram a falar mais sobre a repressão que a personagem sofria do pai. Muita gente me dizia: "olha, tenho um tio parecido com o Onofre, que não deixa a minha prima sair". Outras meninas diziam que tinham um pai como ele. Enfim, até eu me surpreendi com isso. Vi que pais assim são muito mais comuns do que a gente imagina. Agora, depois que começou essa história com o Maradona, os homens brincam comigo, dizendo: "Me dá uma chance. Você não gosta de um tiozinho?". Algumas mulheres até falam que querem que a Soraia fique com o Maradona, já que a Dora não dá a mínima para ele.

Você considera a Soraia uma vilã por se envolver com o suposto namorado da prima?
Não gosto muito de rótulos. Somos humanos. E vulneráveis para caramba dependendo da situação em que somos colocados. Posso dizer que sou calma e, em alguma situação, ficar nervosa. Pensei dessa mesma forma quando construí a Soraia: fui criando a personalidade dela aos poucos. Não peguei uma reta só e segui. As pessoas têm várias nuances.

(Por Carla Neves)

 

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