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12/03/2010 - 10h00

"Minha família é o meu porto seguro", diz Rodrigo Faro

FÁBIA OLIVEIRA
Do UOL, no Rio
  • Patrícia Araújo/ UOL

    Rodrigo Faro em seu camarim, na Record, em São Paulo (9/3/10)

Normalmente, camarim de artista sempre tem uma mesa com frutas da estação. No de Rodrigo Faro, apresentador de "O Melhor do Brasil", na Record, as maçãs foram substituídas por porta-retratos com fotos da família em diferentes fases: tem o casamento dele com a modelo Vera Viel, em maio de 2003; a filha Clara, de 4 anos, vestida de Mulher Maravilha; e a pequena Maria, de 2, fazendo caras e bocas. "Minha família é o meu porto seguro", diz Rodrigo.

O apresentador, que também atua e canta, tem 36 anos e começou a fazer teatro aos 11. Ainda criança, apresentou o extinto infantil "ZYB Bom", na Bandeirantes. O reconhecimento do público só veio em 1992, quando Rodrigo integrou o grupo "Dominó", substituindo Afonso Nigro.  O primeiro papel na TV foi o apagado Dário, em "Antônio Alves, Taxista", novela que o SBT exibiu em 1996. Os índices de audiência da trama eram tão baixos que Rodrigo poderia até ter ficado traumatizado e encerrado a carreira por ali. "Foi um mega fracasso. Fiz a ponta da ponta na novela. Nem lembro o nome do personagem. Só sei que gravei cinco capítulos em Buenos Aires e que o salário era ótimo", afirma, rindo.

Mas Rodrigo insistiu e, dois anos mais tarde, virou galã de "Malhação", na Globo. Hoje, 12 anos depois, ele se transformou em um grande apresentador da televisão brasileira e seu programa é um dos carros-chefes da Record. Confira a seguir uma bate-papo com o apresentador-cantor-ator, que é o queridinho da emissora do Bispo Macedo.

UOL - Nos bastidores da Record você leva o rótulo de "queridinho". Como você encara isso?

Rodrigo Faro -
Eu não fico num pedestal. Não me coloco acima de ninguém. Converso com todo mundo na Record, sem distinção. De vez em quando saio com o pessoal da produção para tomar uma cervejinha. Trato todo mundo bem, mas não forço a barra para ser simpático. Recebi um menino autista aqui no meu camarim. Ele só fala "Rodrigo Faro" e "O Melhor do Brasil". A médica disse que seria bom que ele me conhecesse pessoalmente e eu chamei o menino aqui. Não gravei o encontro e não vou fazer sensacionalismo com isso. Fiz porque gosto e respeito o meu público.

UOL - Quando recebeu o convite para a Record, você era contratado da Globo e seu último trabalho na emissora tinha sido o Tainha, de "O Profeta", que fez o maior sucesso. O que te levou a aceitar o convite da Record?

Rodrigo Faro - 
O Tainha foi um grande sucesso mesmo e virou o centro das atenções na novela. Esses dias, estava assistindo com a minha filha Clara, a um DVD que tenho gravado com "O Profeta". Ela não sabia que eu tinha feito novelas na vida porque só me viu apresentando. "O Profeta" aconteceu em 2006 e em outubro de 2007 eu recebi uma proposta da Record para apresentar o "Ídolos". Meu trabalho na Globo foi segmentado e a direção da emissora só me queria para fazer novelas.

UOL - Você acha que foi mal aproveitado na Globo?

Rodrigo Faro
- Acho que mal aproveitado não é a palavra certa. Eu buscava coisas diferentes além de atuar. Gravei muitos pilotos de programa, inclusive para o "Fama" (2002), mas não rolou. Eu queria muito apresentar. Estava com saudade de ficar à frente de uma atração, como no "ZYB Bom". Eu arrisquei vindo para a Record, mas não imaginava o que estaria por vir.

Acho que é melhor eu apresentando o programa do que dando beijo na boca das atrizes, não é?, diz Rodrigo sobre o ciúme da mulher

UOL - O salário da Record pesou na hora de trocar de emissora (estima-se que Rodrigo tenha ido para a Record ganhando R$ 70 mil)?

Rodrigo Faro
- Meu salário na Globo era muito bom. Não vim para a Record com uma diferença salarial exorbitante. E o que eu ganhava na Globo era suficiente para me sustentar.

UOL - "O Melhor do Brasil" era comandado por Márcio Garcia, que tinha seu público cativo. Você já apresentava o "Ídolos". Substituir o Márcio te preocupou em algum momento?

Rodrigo Faro
- Recebi numa quinta-feira a informação de que o Márcio não ia  ficar no "O Melhor do Brasil". E na segunda-feira seguinte, eu já ia gravar. Não dominava o programa. Levei vários DVD's para casa e passei o final de semana assistindo. Fiquei feliz e nervoso ao mesmo tempo quando soube que o Márcio vinha passar o programa para mim. Achei a atitude do Márcio maravilhosa. Me senti mais tranquilo depois. Era uma responsabilidade muito grande. Quando cheguei para trabalhar, tinha um camarim só para mim, com o meu nome. Fiquei surpreso. Quando entrei no teatro para gravar, a galera veio abaixo, gritando. Eu estava destreinado, mas resolvi que ia dar a minha cara a tapa. 

UOL - Você recebeu muitas críticas no começo. Como você lidou com isso?

Rodrigo Faro
- O Márcio tinha dois anos de programa e já tinha dado a cara dele ao "O Melhor do Brasil". Eu fui aprendendo aos poucos. Sou "caxias", me cobro muito. Converso sempre com a Rita Fonseca, minha diretora, e tenho uma produção muito competente. Sem dúvida, hoje o programa tem a minha cara.

UOL - Um dos grandes destaques de "O Melhor do Brasil" é o quadro "Vai dar Namoro", em que você interpreta um personagem cada vez que um casal se beija. De onde surgiu essa ideia?

Rodrigo Faro
- Tudo começou depois da morte de Michael Jackson [em junho de 2009]. Sou fã dele e perguntei para a minha diretora se eu poderia dançar como ele toda vez que saísse um "beijão". Ela aprovou e eu fiz. Não tinha a menor pretensão de ser sucesso. Na segunda-feira seguinte ao programa, começaram a chegar dezenas de e-mails e cartas pedindo novas danças. Aí, fizemos o Sidney Magal, depois veio a dança mexicana... E a sonoplastia colocou o "dança, gatinho" antes de cada coreografia. (risos)

 

UOL - A imitação que deu o maior retorno do público deve ter sido da Beyoncé....

Rodrigo Faro - Nossa! A Beyoncé foi um marco. Hoje, "O Melhor do Brasil" dá 17 pontos em São Paulo. Isso significa mais de três milhões de telespectadores assistindo à dancinha só aqui, em São Paulo.

UOL - E como é o Rodrigo Faro na versão pai?

Rodrigo Faro - Sou o mais presente possível na vida das minhas filhas. Clara e Maria são minhas prioridades. Elas fazem as coreografias das dancinhas do programa comigo. Gosto de fazer bagunça, de buscar na escola... Quando chego, é uma festa. As mães pedem para eu ia às reuniões. (risos)

UOL - E como a Vera reage? Ela tem fama de ciumenta.

Rodrigo Faro
- Ela já foi mais ciumenta. Estamos juntos há 12 anos e ela confia em mim. Bom... Acho que é melhor eu apresentando o programa do que dando beijo na boca das atrizes, não é?  (risos)

UOL - Você vai apresentar a terceira temporada de "Ídolos", que começa em junho, na Record. Como fica a sua rotina?

Rodrigo Faro
- Vamos viajar para Fortaleza, Uberlândia, Rio de Janeiro e São Paulo. Vou gravar o "Ídolos" de sexta a terça-feira e, na quinta, gravo o "Melhor do Brasil". Descanso na quarta. Estou adiantando algumas gravações de "O Melhor do Brasil" caso imprevistos aconteçam, como eu ficar doente, por exemplo.

UOL - Apresentando o "Ídolos" você não sente vontade de cantar?

Rodrigo Faro
- Morro de vontade de cantar. Mas eu mato a vontade cantando quando a banda está no palco e os candidatos ainda não chegaram. (risos)
 

 


 

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