24/02/2010 - 00h01

Apesar de ter feito outras novelas, Augusto Zacchi considera "Poder Paralelo" sua estreia

PopTevê

Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias

Quando começou a interpretar o segurança Domi, de "Poder Paralelo", Augusto Zacchi não imaginou que o personagem fosse ganhar tanto destaque ao longo dos dez meses em que a trama de Lauro César Muniz está no ar na Record. Ele não se assusta, porém, com a ascensão do papel na história.

"Tento estar sempre à altura da confiança depositada em mim", confessa o ator, que, apesar de já ter dez anos de carreira no teatro, ainda se intitula um "estreante" na televisão. "Considero 'Poder Paralelo' minha primeira novela. O Domi é o meu primeiro papel na TV com um texto rico e diferenciado", avalia ele, que já fez participações em "Malhação", da Globo, e em "Maria Esperança", do SBT.

Descoberto por Lauro César Muniz durante a apresentação da peça "Os Especialistas", de Adriano Shaplin, Zacchi acredita que foi o papel que interpreta no espetáculo que acendeu no autor a vontade de convidá-lo para a trama das dez da Record.

"Fazia um atirador de elite com o temperamento bem parecido com o do Domi", conta ele, que se sentiu prestigiado ao saber que tinha passado no teste para viver o braço-direito de Tony Castellamare, interpretado por Gabriel Braga Nunes. "O texto do Lauro é maravilhoso, aguça a curiosidade do público. Não consigo não ler todos os capítulos. Para mim, é um prazer", elogia.

Além do texto –do qual se diz fã declarado–, Zacchi também é só elogios ao núcleo do qual faz parte. Segundo ele, não tem como não aprender com atores como Gracindo Jr., que dá vida ao Don Caló, e Gabriel Braga Nunes, o protagonista da história.

"Caí em um meio cheio de gente bacana de se trabalhar. Não existe disputa, só troca", avalia ele, que, mesmo há dez meses no ar, se diz mais disposto do que nunca. "Não estou cansado. Se tivesse mais um ano de novela, estaria rindo. Gosto de trabalhar."

Na história, o Domi é um personagem que vive em uma família ligada à máfia italiana. Onde buscou referências para esse trabalho?
Além de pesquisar sobre a máfia, de entender como ela surgiu e quais os valores que agem em seu meio, li duas vezes o livro "Honra ou Vendetta", do Sílvio Lancellotti. Também li um livro bem interessante, chamado "Honrados Mafiosos", escrito pelo Gay Talese, um jornalista americano que foi amigo de um mafioso. E ele escreveu o livro sob o ponto de vista doméstico. Ou seja, o que se passa na casa de um chefão, como é a relação dele com a esposa e os filhos... Através dele, fui entendendo uma série de códigos de ética e conduta.

O que é mais importante na composição de um personagem?
Cada trabalho exige de você coisas diferentes. O fundamental é saber do que você está falando. Há uma necessidade, pelo menos para mim, de pesquisar e estudar a fundo o universo que vou abordar.

Nesses dez meses em que a novela está no ar, como foi a recepção do público?
A melhor possível. As pessoas têm me abordado de uma forma muito positiva e respeitosa. E o mais interessante é que elas não falam apenas sobre o meu trabalho, mas também sobre a novela. Do prazer que elas estão sentindo de ter uma novela legal no ar. Até porque, antes, na década de 80, as novelas eram maravilhosas, prendiam o público. E isso se perdeu. Sinto que com "Poder Paralelo" as pessoas estão resgatando esse "frisson" dos anos 80, estão realmente intrigadas com a história.

Você já tem 10 anos de carreira no teatro e só agora começou a fazer tevê. Como avalia essa trajetória?
Tive a sorte de ser muito bem orientado quando me formei na CAL – Casa das Artes de Laranjeiras. E decidi desenvolver todas as informações que recebi por lá. Uma vez, assisti a uma palestra do Daniel Filho, em que ele dizia que um ator só era considerado ator depois de dez anos de carreira. E concordo com isso. Até agradeço por só ter começado a fazer novela agora. Porque encaro tudo com mais simplicidade e naturalidade.