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17/02/2010 - 00h05

Regiane Alves passa duas horas se caracterizando antes de começar a gravar

Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

Regiane Alves, atriz que interpreta Goretti em "Tempos Modernos"

Em dia de gravação de "Tempos Modernos", Regiane Alves já sabe bem qual será a sua rotina. Para incorporar a exagerada Goretti, a atriz passa nada menos que duas horas preparando seu visual antes de cada gravação. "É engraçado, porque é mesmo um processo. Maquiagem, cílios postiços, salto alto, jóias... Sempre saio do estúdio achando que estou com alguma coisa dela", diverte-se.

A hesitação enfrentada por ela no fim do dia de trabalho não acontece à toa: para a personagem, que sonha em se tornar uma sensação das colunas sociais e ser levada a sério pelo "high society", um acessório apenas jamais é suficiente. "Como ela quer aparecer, não basta ser um anel, tem de ser quatro. É como se ela não se controlasse", define Regiane, destacando a importância do figurino desenvolvido por Emília Duncan para a trama de Bosco Brasil.

A personagem se apresentou como uma inquietação para a atriz por ser sua primeira oportunidade cômica em folhetins. Escalada até então para papéis dramáticos –ora como a mocinha, ora como a antagonista desagradável– ela confessa que tinha certa resistência a fazer humor. "É uma coisa que ainda estou descobrindo. Sou assim na minha vida, meus amigos até cobravam que eu fizesse comédia. Mas tinha medo", explica.

Só que, depois de passar pela experiência no teatro com a peça "Enfim, Nós" e pegar o ritmo da novela, a situação mudou e Regiane já enxerga o exercício da comédia de outra forma.

"Tudo fica mais tranquilo, mais leve. E, naquele núcleo, não tem como não ser: é mãe que não sabe lidar com as filhas e o marido mais louco ainda", enumera ela, mencionando a incapacidade de Goretti em lidar com suas quatro meninas e as trapalhadas de Bodanksi, o charlatão interpretado por Otávio Müller.

Além do visual extravagante e da comédia rasgada, a composição de Goretti – ou Gô Cordeiro, como insiste em ser chamada – incluiu o auxílio profissional. Pela primeira vez, a atriz recorreu aos préstimos de uma preparadora de atores para encontrar o eixo da personagem. A "eleita" foi a psicanalista Kátia Aschar.

"Às vezes, ter um olhar diferente ajuda muito. Outras pessoas já tinham falado do trabalho dela e eu quis investir. Estou adorando", empolga-se. Os encontros da dupla continuam acontecendo regularmente, principalmente por conta dos novos acontecimentos na trama de Goretti.

Primeiro, ela vai enfrentar com armas bastante questionáveis o carinho que suas filhas –Maria Eunice, Maria Clara, Maria Helena e Maria Eugênia, vividas respectivamente por Poliana Aleixo, Jenifer de Oliveira Andrade, Rebeca Orestein e Ana Karolina Lanes– nutrem pela babá Iolanda, de Malu Galli. "Mãe e babá têm uma relação de ciúmes. É uma coisa que a gente tenta deixar definido para ser bem explorada", observa.

Além disso, doida para colocar as mãos na administração do edifício Titã, ela vai se aliar ao vilão Albano, interpretado por Guilherme Weber. "Isso já é uma preocupação. Como eu vou fazer essa mudança de algo que está tão engraçado e extrovertida? Aí, corro para a Kátia", admite, bem-humorada.

Em "Tempos Modernos", Regiane chega a sua nona novela conseguindo manter intervalos mais ou menos homogêneos entre seus trabalhos televisivos. O espaço de cerca de um ano –que acontece desde "Páginas da Vida" e que se repetiu entre o fim de "Beleza Pura" e a preparação para viver Goretti– é algo valorizado pela atriz.

"Isso é importante, na nossa profissão. Pode ser que eu precise emendar novelas, mas é legal dar esse tempo porque é uma forma de a gente se preservar", pondera ela, afirmando que a reação do público é o melhor termômetro para saber se é o momento de voltar ao ar. "Sempre ouço na rua 'quando que você vai voltar?'. Quando a gente está ouvindo essa frase, é a hora certa" diz, entre risos.

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