UOL Entretenimento Televisão

04/02/2010 - 13h29

Primeiro episódio da última temporada de "Lost" levanta questão ainda mais complicada

ANA MARIA BAHIANA
Especial para o UOL, de Los Angeles
  • Divulgação/ABC

    Elenco do seriado "Lost", cuja sexta e última temporada começou a ser exibida nos EUA

Com uma audiência de 12.1 milhões de espectadores, a sexta (e última) temporada de "Lost" começou terça-feira (2) à noite nos EUA completamente dentro do clima da série: deixando todo mundo pregado na beira dos assentos e oferecendo mais dúvidas que explicações. E como falar sobre "Lost" é quase impossível sem revelar algo absolutamente essencial, aqui vai o aviso: continue a ler consciente do risco de vários SPOILERS daqui em diante.
 

Numa entrevista à revista "Entertainment Weekly", esta semana, Damon Lindelof e Carlton Cuse, produtores, principais roteiristas e showrunners de "Lost", anteciparam que a temporada final esclarecerá “muitos dos, mas não todos os” múltiplos mistérios semeados ao longo de seis anos de viagens no tempo, monstros de fumaça, conversas com os mortos, ursos polares, pessoas desaparecidas e milagres da ciência. “Não queremos ser pedantes”, Cuse disse à EW. “Se uma questão não preocupa os personagens, não nos sentimos na obrigação de explicá-la. Por outro lado o que é importante para os personagens -como os números para Hurley- é importante para nós, também.”
 

Tendo dito isto, "LAX Parte 1"/ "LAX Parte 2" (o episódio duplo que abriu a sexta temporada ) recusa-se a responder quase todas as perguntas levantadas pela série até agora sem oferecer, logo depois, uma outra questão ainda mais complicada. Um dos grandes temas de "Lost", a oposição entre destino e livre arbítrio, é central para o episódio, que tem não uma, mas duas linhas narrativas. Em uma, o voo Oceanic 815 não cai, vemos vários outros personagens que não sabíamos estar a bordo, Jack e Locke têm importantes bagagens perdidas, Locke se movimenta numa cadeira de rodas, Sun e Jin vivem um casamento infeliz ( e são detidos pela imigração em Los Angeles), Sayid está apaixonado, Kate continua algemada e perigosa, Hurley é um homem de sorte, Charlie quase morre … e a Ilha, estátua de quatro dedos e tudo mais, está debaixo d’água.
 

Na outra, a ilha está animada como sempre, Locke e Jacob continuam mortos, mas há um outro “Locke” dando ordens, impondo terror e dando sopapos em Richard Alpert. Jacob, descalço e muito tranquilo, dá instruções a Hurley envolvendo o famoso estojo de guitarra. E o Templo está habitado por uma população em improváveis figurinos, liderada por um quase-samurai que gosta de fazer bonsais. Juliet tem tempo para dizer coisas muitas importantes, inclusive “Funcionou” e “Vamos sair qualquer dia desses, em dois casais” (Sawyer acha que ela está delirando mas, quanto mais o episódio avança, mais a frase faz sentido). Sayid agoniza, talvez morre e talvez ressuscita. E o que aconteceu com o corpo de Jacob, absolutamente consumido por aquela fogueirinha –à toa?
 

“O que estamos querendo dizer a vocês, aqui, é: o que acontece não apenas com os sobreviventes, mas como tudo a volta deles?”, Damon Lindelof disse à EW. “ Como eles podem ser tão egocêntricos ao ponto de esquecer as consequências de seus atos no mundo e nas pessoas à sua volta?”
 

Teremos até 23 de maio (nos EUA) para ponderar estas e -com certeza- muitas outras questões.
 

Compartilhe:

    Hospedagem: UOL Host