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11/12/2009 - 04h28

"Do dia para a noite eu saía nas ruas e as pessoas já me conheciam", espanta-se Marco Pigossi, o Cássio de "Caras & Bocas"

PopTevê
Marco Pigossi "aconteceu" na pele do extravagante e divertido Cássio, de "Caras & Bocas". O personagem, inicialmente secundário, acabou ganhando destaque com expressões inusitadas e um jeito afetado. O sucesso repentino foi uma surpresa até para o ator, que dá vida ao funcionário da galeria de artes da novela. "Foi uma loucura. Do dia para a noite eu saía nas ruas e as pessoas já me conheciam", conta. Este, porém, não é seu primeiro trabalho na televisão, ainda que o fashionista gay tenha sido de reconhecimento do grande público. "Adorei fazer o Cássio, porque me trouxe um retorno maravilhoso. As pessoas sempre elogiam meu trabalho", gaba-se ele, que fez parte do elenco da minissérie "Um Só Coração", exibida em 2004; atuou como Miguel na novela "Eterna Magia", em 2007 e, no ano seguinte, viveu o adolescente Bruno na minissérie "Queridos Amigos".
  • Luiza Dantas/CZN

    Marco Pigossi começou num papel secundário em "Caras & Bocas" e ganhou o público com os bordões e o jeito afetado de seu personagem, Cássio

Mesmo sendo sempre indagado quanto a sua orientação sexual, Marco - que é heterossexual - não se incomoda e afirma que não teve nenhum preconceito em fazer o personagem. O ator fez vários testes para conseguir o papel do cômico Cássio. "Já fiz os testes sabendo que seria um personagem gay. Não foi difícil, mas lutei muito por essa oportunidade", ressalta o ator, que acredita ser este o trabalho mais complexo de sua carreira. Apesar da repercussão positiva, Marco considera que dar vida a um homossexual não foi nada fácil. "Ele é um personagem perigoso, porque é muito caricato. Tive de tomar cuidado para não errar na dose", analisa.

Para ajudar na composição do personagem, o ator assistiu à série "Ugly Betty". No entanto, não foi só no programa americano que Marco buscou inspiração. Além de ver vários filmes do gênero, ele conta que o processo de composição foi, principalmente, um trabalho de observação na maneira de andar e falar das pessoas. "Fico até reparando no jeito de alguns cabeleireiros e maquiadores e tento colocar essas características no Cássio", acrescenta o ator, que gosta de assistir às cenas para analisar o que cai bem no personagem. "Às vezes não gosto de alguns trejeitos, outros já fazem parte do papel", admite.

Além das dificuldades de fazer um personagem que foi se transformando ao longo da trama - no início, Cássio era definido como homossexual, se tornou hétero quando se envolveu com Léa, vivida por Maria Zilda Bethlem, e agora é considerado bissexual -, Marco teve de enfrentar duras críticas da comunidade gay, que não aceitou o estereótipo apresentado por seu personagem. "Eu defendo o papel, não o faço como se ele representasse os homossexuais", explica. Apesar de desagradar alguns, o personagem encantou as crianças. Prova disso é que os bordões caíram no gosto da molecada. Expressões como "choquei" e "tô rosa-chiclete" foram aproveitadas pelo autor da trama, Walcyr Carrasco, mas Marco também deu algumas contribuições "Uma vez inovei com 'tô bege
degradê'. O Walcyr gostou e daí surgiu o 'tô bege listrado'", diverte-se.

Com o fim da trama no início do ano que vem, encerra também o contrato de Marco com a Globo, mas ele não pensa em dar um tempo no trabalho. O ator vai dividir os palcos com Cláudia Ohana e Marcos Breda em "Paraíso, Aqui Vou Eu", que estreia dia 15 de janeiro, no Rio de Janeiro. A comédia tem direção de Otávio Müller e texto de Walter Daguerre. Além do trabalho no teatro, Marco pretende dar mais atenção aos estudos. "Já tenho formação de ator, mas vi a necessidade de fazer faculdade de Cinema. Acho que a gente precisa saber de tudo um pouquinho", enfatiza o ator, que já está no 5º período do curso.

(Por Natalia Palmeira)
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