A Verônica, a megera que interpreta em "Cama de Gato", tem deixado Paola Oliveira na mais completa excitação. Além de ser a primeira vilã da carreira de Paola, a moça tem tudo o que a atriz paulistana, de 27 anos, gostaria de encontrar em uma personagem do tipo: é totalmente sem escrúpulos e capaz de passar por cima de tudo e todos - inclusive do próprio marido, o perfumista Gustavo, encarnado por Marcos Palmeira - para conseguir o que quer. E faz tudo isso tendo uma forte arma a seu favor: a beleza. Afinal, por trás da aparência meiga se esconde uma mulher ambiciosa e sem caráter. "A Verônica é egoísta, egocêntrica e vaidosa ao extremo. Ou seja: é um verdadeiro monstro", define a bela atriz. A experiência de encarnar um papel tão malvado, contudo, tem encantado Paola. Especialmente porque, fora da ficção, ela é extremamente doce. "Não tenho como emprestar nada a ela", sentencia.

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Sem esconder que ficou feliz, mas ao mesmo tempo nervosa, ao saber que interpretaria a antagonista da trama das seis da Globo, Paola conta que, para criar Verônica, se inspirou em vilãs interpretadas por grandes atrizes. E procurou buscar referências nas mais diferentes vilãs da teledramaturgia. "Uma delas foi a Nazaré da Renata Sorrah em 'Senhora do Destino'. Também assisti a vários filmes para poder criar trejeitos e olhares a partir deles", destaca ela, que pinçou elementos de composição desde Bette Davis, em "A Malvada", de Joseph L. Mankiewicz, até Rebecca De Mornay, em "A Mão Que Balança o Berço", de Curtis Hanson.

Apesar de ser capaz de pôr em prática os mais perversos planos, Verônica tem, segundo Paola, seus momentos de fraqueza. Prova disso é a paixão arrebatadora que nutre por Roberto, modelo mau-caráter interpretado por Dudu Azevedo. "Para mim, o Roberto é o ponto fraco da Verônica. Esse amor que ela sente por ele acaba colocando ela para baixo, fazendo-a sofrer um pouquinho", acredita. A atriz anda tão empolgada pelo papel que torce para que o público a maltrate nas ruas. "O bom de fazer novela é que amam ou odeiam você, dependendo do que faz. Se odiarem a Verônica é porque estou passando o recado... Que venham os dedos na minha cara. Só não gostaria de apanhar", avisa, entre risos.

Acostumada a representar tipos "fofos", como a espevitada Giovana de "Belíssima" e a sofredora Sônia de "O Profeta", Paola admite que o fato de ter um rosto angelical, por incrível que pareça, a está ajudando a compor a maquiavélica personagem. "As pessoas sempre falam: mas você, com essa carinha! Acho que as vilãs estão cada vez mais assim, com o rosto doce. É uma bela definição dizer que a Verônica é lobo em pele de cordeiro", compara, às gargalhadas.

Para compor essa figura tão cruel, Paola tem feito e sido tudo o que não gostaria de ser longe da ficção. "Imagino e tento criar o espírito de uma pessoa com quem não gostaria nunca de cruzar no caminho", explica, confessando que é do tipo de atriz que não leva a personagem para casa. "A gente tem de separar as coisas", opina ela, admitindo, porém, que já se sentiu um pouco "pesada" depois de gravar cenas em que Verônica coloca em prática sua maldade. "Quando ela chora muito, fico sem energia. Mas chego em casa e logo relaxo. É só tomar um banho e acender um incenso", ensina.

Embora esteja há apenas um mês no ar, Paola já está familiarizada com Verônica e com o texto da novela. Especialmente porque conhece e confia nas autoras da história. "A Duca e a Thelma se preocupam com os atores, dão feedback", elogia ela, que se diz bem preparada para as críticas à sua performance. "Quando as críticas são bacanas e bem-feitas, elas só têm a acrescentar. São sempre bem-vindas", garante Paola, usando um tom sereno e maduro.

(por Carla Neves) Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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