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01/11/2009 - 04h27

"O que eu mais tenho escutado é 'legal, tá com um gatinho mais novo'", diz Georgiana Góes, a Juliana de "Malhação"

PopTevê
Há alguns meses, quando soube que sua personagem em "Malhação" teria um envolvimento amoroso com o adolescente Bruno, vivido por Caio Castro, Georgiana Góes só teve um pensamento. "Oba! Vai ter uma virada na história", revela, entre risos. Bastante certinha, Juliana esteve sempre a postos para defender o bem-estar da família e resolver os "pepinos" alheios. "De repente, ela teve de quebrar barreiras de preconceito e ética por uma paixão. É sempre mais divertido, para quem interpreta, quando o personagem mostra uma outra cara", valoriza.
  • Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

    A atriz Georgiana Góes, que vive a diretora Juliana em "Malhação"


Curiosamente, essa não é a primeira vez que Georgiana se vê às voltas com o público adolescente. Sua estreia em tevê aconteceu em "Confissões de Adolescente", versão em seriado do espetáculo de Maria Mariana que levou milhares de jovens ao teatro no início dos anos 90. Na época, Georgiana vivia a rebelde Bárbara, que usava um cabelo hipercurto e não tinha papas na língua. "Esse é, sem dúvida, o trabalho que me marcou mais. Até hoje eu tenho muito retorno, inclusive porque foi exibido durante muito tempo em várias emissoras. As pessoas falam que é como se fosse a adolescente que cresceu e virou a diretora do colégio", diverte-se.

Em "Malhação", a Juliana tem um envolvimento com um rapaz bem mais novo e que é aluno do colégio do qual ela é diretora. Como é a reação das pessoas?

O que eu mais tenho escutado do público é "legal, tá com um gatinho mais novo". (risos) É muito mais isso do que qualquer preconceito. A não ser as meninas mais jovens, que são fãs apaixonadas pelo Caio. Quando elas me encontram, eu percebo que olham torto. (risos) Mas, em geral, o retorno é mais na brincadeira mesmo.

E é curioso, porque antes disso ela havia se envolvido com dois personagens adultos, vividos pelo Maurício Mattar e pelo Guga Coelho, e os romances não foram para frente...
Ela acabou se distanciando dos dois depois da morte da mãe, mas não é só isso. Ela é essa mulher moderna, uma jovem adulta que estava lidando com uma questão ainda atual de ter paixão pela profissão e o sonho do homem ideal, que nem o Guilherme, nem o Rodrigo, conseguiam preencher isso. E também não arrebatavam a Juliana, mesmo porque, senão, esses "defeitinhos" seriam irrelevantes.

Você tem uma relação muito forte com o teatro de grupo, em que o processo é mais controlado. Como é para lidar com a ansiedade na TV, em que isso é o exato oposto?
Às vezes, eu estranho um pouco. No teatro de grupo, principalmente, a gente tem essa coisa da igualdade e de se dividir entre as funções. Na TV, cada um é cada um. Mas, ao mesmo tempo, isso é da natureza da profissão - e é muito bom trabalhar essas duas coisas. É muito legal, trabalhar essas duas faces, que são muito diferentes.

Você ficou afastada das novelas por 10 anos, entre 1997 e 2006. Existe vida para o ator fora da vitrine da TV?
Foi um tempo de formação. Por mais que eu tenha começado a estudar teatro muito cedo, fiz a faculdade de Teoria do Teatro, porque eu queria o embasamento teórico. A prática, eu já conhecia desde muito cedo. Foi um momento para ver se era isso mesmo que eu queria para a minha vida, de avaliar essa realidade da profissão. Mas teve a dificuldade da parte financeira, porque claro que é muito mais fácil viver de televisão do que de teatro. O retorno financeiro é muito maior.

Com relação a essa formação, você acha que a preparação acadêmica é fundamental?
O que faz diferença é se informar e estudar. Estudar é fundamental nessa profissão. Pode ser um curso, uma faculdade, aulas livres. Minha necessidade foi essa, porque eu gosto de estudar com orientação. Mas a formação acadêmica, não acho que seja uma coisa indispensável. O estudo, sim, faz diferença.

(por Louise Araujo)

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