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13/10/2009 - 03h19

"Ela passou a se focar em outros valores e está botando a mão na massa", diz Flávia Alessandra sobre a Dafne de "Caras & Bocas"

PopTevê
Nos cinco meses em que "Caras & Bocas" está no ar, Dafne Bastos Conti passou por uma transformação e tanto. A personagem foi de triste menina rica a feliz habitante do borralho, uma Cinderela às avessas, em uma trajetória que surpreendeu até sua intérprete, Flávia Alessandra. "Teve essa guinada, de ter ficado sem dinheiro e precisado retomar as rédeas da própria vida. E o Walcyr também juntou logo ela ao Gabriel, o que já foi uma surpresa. A gente esperava que isso fosse acontecer lá para frente", confessa. A rapidez dessa reconciliação da mocinha com o personagem vivido por Malvino Salvador é apenas um exemplo da alta velocidade da trama assinada por Walcyr Carrasco. "Realmente, tudo acontece muito rápido nessa novela. Acho que é um dos motivos de estar dando certo", defende ela, fazendo alusão à boa receptividade de "Caras & Bocas".
  • Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias

    A atriz Flávia Alessandra, que vive a Dafne em "Caras & Bocas"


Com uma audiência que tem dado picos de 37 pontos, a trama foi esticada e deve ir até janeiro de 2010. Segundo Flávia, boa parte do público é formado por crianças - e, também de acordo com a atriz, os pais estão longe de se incomodar com o hábito. Ao contrário, têm apoiado que os pequenos acompanhem o folhetim. "Achei fofo quando vi um pai que falou, 'a gente incentiva porque o máximo de maldade que existe é um conflito da falsificação dos quadros'", conta ela, antes de se derreter pelo estilo do autor. "O Walcyr resgata valores como ética e caráter. E a gente abre a casa para a criança assistir porque ela vai tirar proveito disso", valoriza.

Um dos bons exemplos é a mudança de alguns comportamentos da personagem. Mulher sofisticada, dona de uma galeria, Dafne sofre um "baque" logo no início da trama, quando se viu sem eira nem beira após o sumiço do avô Jacques, interpretado por Ary Fontoura. O milionário foi dado como morto, mas a mocinha não teve direito a herança e passou por poucas e boas até acertar sua vida ao lado de Gabriel. "Ela passou a se focar em outros valores e está botando a mão na massa. É uma outra Dafne", defende Flávia. Prova disso é que não foi somente a filosofia de vida que mudou.

Junto com a perda de status social e financeiro, a personagem também abriu mão da maquiagem sempre bem presente e até mesmo dos cabelos ultra-lisos que Flávia exibia no início da novela. "A gente brincou com essa coisa que é bem típica da mulher brasileira, que vive fazendo chapinha. É como se ela todo dia ela arrumasse o cabelo onduladinho e, agora, tivesse assumido esse lado mais natural", observa.

Dafne não é a primeira protagonista vivida por Flávia: antes dela, a atriz encarnou as personagens principais de "Porto dos Milagres" e "O Beijo do Vampiro" - coincidentemente, ambas chamadas Lívia. E, embora a figura da mocinha independente não seja mais novidade na teledramaturgia, na opinião de sua intérprete é exatamente essa a característica que a diferencia das experiências anteriores. "Ela é totalmente mocinha moderna, que não leva desaforo para casa e que não fica esperando ser cantada", exemplifica. "A gente inclusive tomava cuidado no início, para que toda essa atitude, junto com o dinheiro que ela tinha, não deixassem a personagem arrogante, pedante, antipática", pondera.

Curiosamente, no horário vespertino a situação é oposta: há cerca de dois meses, a atriz pode ser revista na pele da vilã Cristina, a grande antagonista de "Alma Gêmea". A reprise da trama, também escrita por Walcyr Carrasco, foi comemorada por Flávia. "Achei uma delícia porque praticamente toda nossa equipe atual trabalhou em "Alma Gêmea" também. Na sala de maquiagem, é só ver a chamada e a gente lembra de episódios da época", revela. A única ressalva da atriz, em tom de brincadeira, é com relação à superexposição ocasionada por duas personagens que trafegam pelo núcleo central das tramas. "Acho que vou precisar de um ano longe da tevê, pelo menos. Porque as pessoas vão ter overdose de mim, não vão mais me aguentar!", diz, aos risos.

(por Louise Araujo)

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