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01/09/2009 - 01h11

"Eu quero e sei que vou fazer uma novela das oito", acredita Guilherme Berenguer, o Ricardo de "Paraíso"

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Energia é o que não falta a Guilherme Berenguer. O ator, que vive o Ricardo em "Paraíso", é falante, simpático e observador. E tem resposta na ponta da língua para qualquer questão. Aos 28 anos, ele atua em sua quarta novela, está para lá de satisfeito com o atual papel - com o qual, aliás, se identifica bastante - e os rumos da carreira. Também fala, sem hesitar, de seus anseios e de como enxerga a profissão que escolheu desde pequeno. "Quero ser respeitado e fazer bons trabalhos. Mas não abro mão de ter contato com minhas raízes. A queda quando vem é feia, e um dia você cai, porque todos os impérios caíram. A menos que se mantenha a simplicidade", filosofa.
Na história de Benedito Ruy Barbosa, Ricardo é um empenhado publicitário que, após se formar no Rio de Janeiro, fez o contrário de muitos brasileiros: o êxodo urbano - saiu da cidade grande para o campo, em busca de melhores condições de trabalho. Na fictícia cidadezinha de Paraíso, ele abriu uma rádio com o melhor amigo, Otávio (Guilherme Winter), e sua vida profissional deslanchou. Isso, é claro, foi acompanhado pelo advento de um grande amor: ele casou-se com Aninha, vivida por Juliana Boller. Mas novas oportunidades se abriram e agora os dois voltaram à Cidade Maravilhosa. "O Ricardo não perde a oportunidade de dar certo na vida, assim como eu. Quando entrei em 'Malhação', sabia que dali não sairia mais. Disse: 'daqui ninguém me tira'. Eu me determinei a isso", conta.

Tamanha força de vontade não é à toa. Afinal, para conseguir um "lugar ao sol" na TV, Guilherme teve de batalhar. Depois de fazer vários testes na Globo, durante cinco anos, finalmente o recifense - que saiu da casa dos pais, há dez anos, determinado a seguir a carreira de ator - conseguiu o papel de Gustavo, protagonista da temporada de 2004 de "Malhação". No ano seguinte, atuou em "Bang Bang" e emendou duas tramas das seis: "Sinhá Moça" e "Desejo Proibido". Isso sem contar suas participações em seriados como "Guerra e Paz" e "Casos e Acasos" e o comando do "Globo Ecologia", entre 2007 e 2008. "Quando fui para São Paulo, me chamaram de louco. Minha família é simples, tivemos dificuldades financeiras. Precisei me defender disso. Mas foi bom porque ganhei experiência de vida", pondera.

"Pilhado" toda vida, Guilherme só pensa em continuar evoluindo. Tanto que após a novela, prevista para terminar no final de setembro, ele planeja estudar atuação e direção em Los Angeles, nos Estados Unidos. Fazer documentários é outra ideia que o seduz. "Isso está virando uma brincadeira séria. O Brasil tem uma criatividade admirada pelo mundo todo. Temos muita ginga, muita arte. Ninguém tem isso", acredita.

Essa é sua terceira novela das seis consecutiva. A que você credita tantos convites para o horário?

Gosto do que é discutido, embora também me identifique com o horário das oito. Eu associo isso a uma questão de escalação de elenco. Você tem de ser muito certeiro. Quando vê algumas coisas prontas, já coloca ali. Eu sou um cara absolutamente romântico, e o Ricardo também... Isso é bem comum no horário. Quando recebo um personagem, de cara me questiono o porquê do autor me querer naquele projeto.

Quais são estes assuntos discutidos nas seis que você acha pertinentes?

Exercemos uma função muito séria na sociedade, que é despertar discussões, diálogos. A teledramaturgia é uma forma de colocar vários assuntos em pauta. Em "Paraíso", por exemplo, há a questão do desemprego, da dificuldade dos recém-formados em entrar no mercado de trabalho, os interesses políticos envolvidos em um negócio...

Você parece bem determinado. Quais seus sonhos profissionais?

Eu quero e sei que vou fazer uma novela das oito. Não falo que vou protagonizar senão vou estar lidando diretamente com a minha vaidade. E você constata, em toda novela, que cada núcleo tem seu protagonista. O horário nobre é um espaço tradicional, precioso para temáticas firmes.
Acredito que está próximo. O presente e o futuro são agora para mim.

(Por Fabíola Tavernard) Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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