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27/08/2009 - 01h27

"Sinto como se eu fosse a Helena da Glória Perez", brinca Blota Filho, que faz seu segundo Haroldo em tramas da autora

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Quando foi convidado para fazer "Caminho das Índias", Blota Filho ia apenas cobrir a falta de Vitor Fasano, que ficou doente durante as gravações. Ele estava como funcionário da Cadore e confidente de Gabi (Ana Furtado). Depois foi escalado para ser o advogado de Melissa (Christiane Torloni) e, quando se deu conta, seu personagem, Haroldo, já tinha trama própria: ser o marido displicente e o motivo pelo qual a romântica Nanda (Maitê Proença) leva um golpe de Mike (Odilon Wagner). "O Haroldo dá tudo de material para sua esposa. Joias, carros, viagens, tudo do bom e do melhor. Mas um marido precisa dar carinho e ser companheiro", analisa ele, que apoia a decisão de Nanda de trair seu personagem. "Quis fazer o Haroldo bem egocêntrico para justificar as atitudes da personagem de Maitê", opina.
  • Jorge Rodrigues Jorge /Carta Z Notícias

    "Sempre sou chamado para participações e, na maioria das vezes, o trabalho é esticado", diz Blota Filho, que já chegou a desistir da carreira de ator por 15 anos para ser funcionário público

Esse já é o segundo folhetim de Glória Perez que Blota participa. O ator interpretou Haroldo, outro advogado, mas dessa vez em "América", em 2005. "Este nome me deu sorte. Minha participação acabou ganhando mais destaque também. Sinto como se eu fosse a Helena da Glória Perez", brinca ele, se referindo ao autor Manoel Carlos, que sempre chama suas protagonistas de Helena. Mas o papel de maior destaque do ator na emissora foi como o contido Professor Camilo, no seriado infanto-juvenil "Sandy & Junior". Blota esteve na produção entre 1999 e 2001 e era o diretor do Cema - colégio onde se passava a trama. "Até hoje sou abordado na rua por causa desse personagem. Apesar de trabalhar com muitos atores jovens, aprendi muito, principalmente para não ser repetitivo e chato depois de um ano com o mesmo papel", confessa.

Seus personagens sempre acabam conquistando mais espaço nas tramas. E não foi só na Globo. Blota esteve em "Vidas Opostas", folhetim de Marcílio Moraes exibido pela Record em 2007, como o também advogado Renato Abreu, variando apenas por ser corrupto. Em vez de gravar as poucas cenas iniciais, ele ficou até o fim da novela. "Sempre sou chamado para participações e, na maioria das vezes, o trabalho é esticado. Acho que, das 10 tramas que fiz, só em umas quatro estive desde o início", garante o ator paulistano. Por causa do folhetim da Record, chegou a morar no Rio de Janeiro durante sete meses, e voltou agora por causa de "Caminho das Índias". "Não dá para sobreviver no Rio sem estar trabalhando. Lá em São Paulo tenho minha família, o que facilita. O Rio é maravilhoso, mas a incerteza dessa profissão faz com a gente esteja onde tem trabalho", conta.

Foi justamente a instabilidade da carreira que fez com que Blota desistisse da profissão. Depois de receber muitas respostas negativas - algumas mais incisivas como a de um diretor que o cortou de um espetáculo teatral e afirmou que ele nunca seria ator - Blota resolveu abandonar a carreira e foi para o funcionalismo público. E lá ficou durante 15 anos. "Realmente fiquei desiludido com a profissão. Achei que não ia dar certo para mim de jeito nenhum. Mas tive grandes amigos na área que não me deixaram abandonar", desabafa. Depois disso, o ator passou pelo SBT e pela Record, além da Globo, mas não conseguiu um contrato longo em nenhuma das emissoras. Ainda gravando no Rio, ele deve continuar morando na cidade até outubro, isso se não conseguir outro trabalho até lá. "Meu objetivo é ficar aqui de vez. Mas para isso preciso de um contrato, ou um trabalho mais longo. Espero conquistar isso com o meu trabalho em 'Caminho das Índias'", torce.

(Por Manoela Reis) Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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