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23/08/2009 - 00h17

"As pessoas falam que ele é muito cretino", comemora Sérgio Marone, o vilão Nicholas de "Caras & Bocas"

PopTevê
Quando tenta descrever a personalidade de Nicholas, vilão cretino e narcisista que encarna em "Caras & Bocas", da Globo, Sérgio Marone usa um tom extremamente didático, daqueles de quem fala sobre um determinado assunto com propriedade. É que, desde que viveu o picareta Umberto em "Paraíso Tropical", trama escrita por Gilberto Braga e exibida em 2007, ele se apaixonou pelos personagens de índole duvidosa. E, por conta própria, começou a estudar o temperamento dos mais diversos tipos de vilão. "Acho muito mais divertido fazer o mau, porque assim posso exercer a perversidade na ficção e, de certa forma, extravasar os sentimentos que tenho dificuldade de acessar dentro de mim", argumenta.
  • Pedro Paulo Figueiredo / Carta Z Notícias

    Desde que fez Umberto em "Paraíso Tropical", Sérgio Marone se apaixonou pelos personagens de índole duvidosa e, por conta própria, começou a estudar o temperamento dos tipos de vilão

Marone anda tão inteirado sobre o tema que sabe até o nome da doença que Nicholas sofre. É o chamado narcisismo maligno, um desvio psíquico em que a pessoa não só é narcisista, como também gosta de se colocar em uma posição superior a dos outros. "A pessoa também é extremamente autorreferente e vaidosa. Vive buscando a admiração de todo mundo", completa, confessando que penou um bocado para acertar o tom do personagem. Ele conta que no início da trama, por querer fazer algo diferente de tudo o que já tinha feito na TV, arriscou e acabou ficando um tom acima. "Não estava caricato, mas corria o risco de estar um pouco teatral. Acho que agora o Nicholas está mais contido e natural", avalia.

Para encontrar o equilíbrio do personagem, que neste momento da trama está tentando conquistar sua independência financeira a qualquer preço - tudo para não ficar dependente do casamento com Milena (Sheron Menezes) -, Marone conta com um auxílio técnico. Ou seja, um profissional que o ajuda a criar uma linha de interpretação para Nicholas. "Muitos atores relutam em ter um 'coach'. Mas sempre tenho um trabalhando comigo. Lá fora isso é super comum. Sofro muito ao me ver. Preciso de orientação", confessa, acrescentando que acredita que o trabalho do ator na TV fica ainda melhor quando ele é bem dirigido. "É muito difícil ser dirigido em televisão. E pelo fato de o Jorginho também ser ator, ele faz isso de uma forma muito especial", elogia ele, referindo-se a Jorge Fernando, diretor de "Caras & Bocas".

Extremamente autocrítico, Marone garante, porém, que não se deixa levar pelo rótulo de galã. Pelo contrário. Para ele, é até normal que o público veja a beleza antes da interpretação. Apesar disso, ele admite que não se cobra mais pelo fato de ser um homem bonito. Até porque, ele reconhece que os atores e atrizes bonitas são geralmente mais cobrados e criticados. "Acho que me cobro de qualquer jeito, sendo bonito ou não. O Brad Pitt é um ótimo ator, mas teve de provar isso porque sempre foi lembrado primeiro pela beleza", exemplifica.

Em sua primeira novela assinada por Walcyr Carrasco, Marone está adorando fazer parte de uma história leve e com pegada cômica. Especialmente porque Nicholas está em um núcleo bastante divertido. Afinal de contas, é ao lado das perversamente engraçadas Judith (Deborah Evelyn) e Léa (Maria Zilda Bethlem), que Nicholas põe em ação seus planos do mal. "São pessoas de um bom gosto e de uma delicadeza que chegam ao ponto certo do humor, sem ser 'over'", derrete-se ele, que também é só elogios ao autor da trama. "Está sendo ótimo trabalhar com o Walcyr. É uma terapia participar da novela", conclui o ator, que tem notado o resultado da fama de Nicholas pelas ruas do Rio. "Em qualquer lugar que eu vá, as pessoas falam que ele é muito cretino. A audiência está muito legal", festeja.

(Por Carla Neves) Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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