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03/08/2009 - 01h10

Do "Zorra Total" para a novela das oito, Marcius Melhem comemora o sucesso do malandro Radesh

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Radesh, personagem de Marcius Melhem em "Caminho das Índias", é o que se costuma definir como uma "figura". Não há cena em que o indiano não apareça aplicando golpes ou planejando trambiques. Como se não bastasse, sua criatividade vai longe. Seja na pele de um falso "guru", para as "senhoritas" da Lapa, ou como um suposto empresário milionário, Radesh só tem duas coisas em mente: ganhar dinheiro e se dar bem. Isso aliado ao seu estilo: figurino espalhafatoso e "retórica" inconfundível. "Tive de subir um tom a mais para o guru. Poderia cai na caricatura, mas deu supercerto", diverte-se o ator de 37 anos.
  • Jorge Rodrigues Jorge / Carta Z Notícias

    Marcius Melhem saiu de um quadro do "Zorra Total" para atuar em sua primeira novela como o malandro indiano Radesh em "Caminho das Índias"

Prova disso é que Radesh não ilude apenas "clientes" brasileiras. O personagem indiano aproveitou-se do anseio por casamento das indianas e publicou um anúncio nos classificados orientais. Na nota, ele se define como um "partidão" da mais alta casta, é claro, e procura uma moça disposta a fazer os "votos eternos". Como já era de se esperar, uma presa mordeu rápido a isca: Deva (Cacau Melo), que passa os dias esperando o momento em que seus pais vão conhecer e fechar o "dote" com o noivo. "Ele é uma mistura de malandro indiano com malandro da Lapa", avalia.

O "malandro" marca a estreia de Marcius em novelas. Formado em Jornalismo e roteirista do "Zorra Total" desde 1999 - onde atuou em esquetes e fez sucesso como o Gláuber, parceiro de Lady Kate, vivida por Katiuscia Canoro -, o fluminense de Nilópolis fez participações em tramas, como "Mulheres Apaixonadas" e "Da Cor do Pecado". Ainda escreveu programas, como "Os Caras de Pau" e "Casos e Acasos" e atuou em peças, como "Nós na Fita", ao lado de Leandro Hassum. Mas confessa que há tempos ansiava por projetos mais estimulantes. "Eu queria algo que me tirasse da zona de conforto e me fizesse estudar, trabalhar em outros registros, outra temperatura, num produto diferente" esmiuça o ator, já pensando em novos roteiros para apresentar à Globo, assim que a novela terminar.

Você estava em um ótimo momento vivendo Gláuber em "Zorra Total" quando foi convidado para a trama. Teve medo de arriscar a troca? O que motivou você?

Tive muito medo, mas a minha vontade de mudar era maior. Sair no auge foi uma opção pensada. Não queria deixar o programa quando estivesse em baixa ou o público já tivesse enjoado de mim. Eu sentia falta do frio na espinha. Quando veio o convite, o Gláuber já tinha colado no gosto do Brasil todo. Pensei: "sair vai ser uma loucura, mas é a hora". Conversei com o Manoel Martins, nosso diretor artístico. Ele discutiu comigo se era isso mesmo. Mas, no fim, teve sensibilidade e me liberou. Agradeço demais a ele. Era a hora. Precisava sair do jogo levando um bom cacife para a próxima mesa.

O seu papel é de comédia, um gênero que você conhece bem. Isso o ajudou?

Com certeza. Sair de um humorístico para uma novela já era mudança suficiente. Se não fosse no humor, seria risco demais. Além disso, seria uma certa "traição" com o carinho do público que eu tanto batalhei para conquistar por intermédio do humor.

É comum ouvir atores dizendo que quem faz comédia faz qualquer papel. Você aceitaria - e se sente preparado - para um personagem dramático?

Aceitaria. Me sinto cada vez mais preparado, embora saiba que teria de estudar loucamente. Mas sinto que ainda não é a hora.

Como está a aceitação do público?

Por conta do acordo para minha saída do "Zorra", eu fiquei lá até o último dia de 2008 e tive de descansar a imagem para entrar na novela só no fim de fevereiro. Fiquei quase dois meses sem estar no ar. Nesse meio tempo, parecia que eu tinha deixado o público na mão. Era todo mundo me cobrando a saída do Gláuber, lamentando. Qual era o meu medo? Entrar na novela e todo mundo ainda continuar dizendo que eu fiz burrada, que no "Zorra" eu era melhor. Mas, assim que entrei na novela, o Radesh foi conquistando. Hoje em dia, na rua, eu sou o Radesh, o 171, o malandro. Isso numa escala muito maior, que só uma novela das oito dá. Consegui fazer a transição. A rua me diz isso.

Gostaria de fazer outra novela após essa? Tomou gosto pela coisa?

Lógico! Como também aceitaria fazer um seriado ou humorístico. Sempre vou topar um papel que eu ache que tenho como dar um molho, contribuir.

(Por Fabíola Tavernard) Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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