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30/07/2009 - 00h51

Pai antenado, Maurício Mattar pratica a falta de diálogo com seu personagem em "Malhação"

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Maurício Mattar é um homem moderno. Pai de Luã, de 22 anos, Rayra, de 19, e Petra, de 15, o ator, que vive o Guilherme em "Malhação", jura que conversa com os filhos sobre qualquer assunto, os aconselha sobre relacionamentos amorosos - e até pergunta, após uma "night", se eles "ficaram" com alguém. "Hoje em dia tem ficante, 'peguete'... Antigamente, não. É mais inteligente você jogar junto com o crescimento. É uma relação de diálogo, respeito e confiança, mais interessantes que o medo e a imposição", filosofa.
  • Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias

    Maurício Mattar pediu para entrar em "Malhação" e ter tempo de dedicar-se a novos projetos

Justamente por conta dessa relação próxima com os jovens que o ator de 45 anos se sente tão à vontade como um dos nomes "experientes" desta temporada de "Malhação". "Os adolescentes têm uma linguagem mais dinâmica. Se você não prender a atenção deles, eles se desconcentram mesmo. Esse dinamismo é interessante e novo enquanto representação", avalia o ator.

Na novela, Guilherme é empresário e pai de Veridiana, vilãzinha desta temporada interpretada por Amanda Richter. Por tê-la criado sozinho - já que a esposa o abandonou -, ele falha em sua educação, o que permite que a moça cometa atos nada ortodoxos. Além disso, Guilherme vive vários relacionamentos frustrados, já que acredita que nenhuma mulher se encaixe no perfil que ele deseja para ajudá-lo a educar sua filha. "É um personagem ótimo, principalmente porque, por conta dessa falta de diálogo, não tem nada a ver comigo. Até meus filhos comentam", brinca.

Estar entre os iniciantes chega a dar uma certa sensação de nostalgia no ator. Ele se recorda da época em que começou, no teatro, em 1978, e só sete anos depois estreou na TV, em "Roque Santeiro", de 1985. "Bate uma saudade desse brilho nos olhos, dessa vontade de ganhar o jogo...", observa. Uma das principais diferenças entre "ontem e hoje", segundo ele, é em relação aos caminhos da composição dos personagens, isso sem contar com a velocidade de informação imposta pela TV. "Como a maioria vinha do teatro, começava a atuação um tom acima e ia diminuindo. Os iniciantes de hoje já têm essa facilidade. São espertos, sensíveis e melhor orientados. Na minha época não havia esse alicerce", compara.

Estar na novela é, antes de mais nada, uma vontade do ator. Decidido a dedicar-se a novos projetos musicais, Maurício conversou, no final do ano passado, com o diretor Mário Márcio Bandarra, e pediu para entrar em "Malhação". "Eu teria mais tempo para tocar projetos na música, além de estar no ar, em evidência, falando com os jovens. Aqui quem rala é a garotada, eu gravo bem menos", diverte-se ele, que coleciona papéis de galã na carreira. Mas diz não se acomodar - nem concordar - com o rótulo.

"É bacana ter a possibilidade de alçar voos maiores", conta, recordando dois momentos em que "fugiu" da rotina: uma participação em "Sitio do Picapau Amarelo", em 2004, onde interpretou o coronel Timbó - um tipo bronco, sujo, totalmente desconstruído - e um curta-metragem produzido pela filha Rayra, estudante de Cinema, onde viveu um mafioso. "Poder brincar com o lado ator é fantástico", reforça.

Além de atuar na novela e lançar um novo CD, o ator pretende produzir um documentário e um livro, ambos contando sua trajetória, para comemorar, em outubro, seus 30 anos de carreira. A maturidade, segundo ele, trouxe muitas coisas boas, e uma maneira mais tranquila de encarar as coisas. "Estou mais low profile, simplificando a vida. A serenidade melhora tudo, faz a gente tirar o pé do acelerador... Não tenho preocupação com idade. Simplesmente vou vivendo", ensina.

(Por Fabíola Tavernard) Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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